5ª Feira - XXIV Semana Comum
Hoje
a reflexão é feita através de uma parábola
escrita por santa Teresinha do Menino Jesus (Manuscrito A, 152-156).
“Não
tenho mérito nenhum por não me ter entregado ao amor das criaturas, uma vez que
fui preservada dele apenas pela grande misericórdia de Deus!...
Reconheço
que, sem Ele, teria podido cair tão baixo como Santa Madalena. A profunda
palavra de Nosso Senhor a Simão ressoa com uma grande doçura na minha alma. Bem
sei: ‘Aquele a quem menos se perdoa, ama menos’, mas também sei que Jesus me perdoou mais que a Santa
Madalena, porque me perdoou antecipadamente, impedindo-me de cair. Ah! Como
gostaria de poder explicar o que sinto!...
Eis
um exemplo que traduzirá um pouco o meu pensamento. – Suponho que o filho dum
grande médico encontra no caminho uma pedra que o faz cair, e que, na queda,
ele fratura um membro. O pai acorre imediatamente, levanta-o com amor, trata
das feridas, empregando para tal todos os recursos da sua arte. Uma vez completamente
curado, esse filho tem muita razão para amar o pai!
Mas
vou fazer ainda outra suposição. – Tendo o pai sabido que no caminho do filho
havia uma pedra, apressa-se a ir à frente dele e retira-a, sem ser visto por
ninguém. Certamente, este filho, objeto da sua previdente ternura, não sabendo
a desgraça de que o pai o livrou, não lhe testemunhará o seu reconhecimento, e
amá-lo-á menos do que se tivesse sido curado por ele… Mas, se vier a saber do
perigo do qual escapou, não o amará ainda mais?
Pois
bem, eu sou essa filha, objeto do amor previdente de um Pai que não enviou o
seu Verbo para resgatar os justos, mas os pecadores. Quer que O ame, porque me
perdoou, não muito, mas tudo. Não esperou que eu O amasse muito como Santa
Madalena, mas quis que eu soubesse como me tinha amado com um amor de inefável
previdência, para que agora O ame loucamente!...
Ouvi
dizer que nunca se encontrou uma alma
pura que amasse mais do que uma alma arrependida. Ah! Como gostaria de
desmentir essa palavra!...”
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