A
via-sacra dos sinais de trânsito
ou os sinais do trânsito da Via-sacra
1ª Estação - Jesus
é condenado à morte
Sentido obrigatório
Jesus ao ser condenado à morte seguiu o caminho do Calvário como sentido obrigatório.
Também
na nossa vida temos tantas setas que nos indicam o caminho que devemos seguir.
Uma
vez perguntaram a Santa Teresinha do Menino Jesus, que estava muito doente, se
tinha passado melhor a noite ou se tinha sofrido muito. Ela simplesmente
respondeu:
-
Sim, sofri muito porque quis…
A Madre mostrou-se
surpreendida: Como é que sofreu porque quis?
- Sim porque eu quero
tudo o que Deus quer.
Assim também saibamos
através da nossa vontade seguir o nosso caminho do Calvário, querendo o que
Deus quer e deixando-nos orientar por esse sentido obrigatório.
2ª Estação - Jesus
carrega com a cruz
Cruzamento
Podemos contemplar Jesus a carregar com a sua cruz pelo caminho do Calvário. Nós podemos encontrá-l'O hoje nas encruzilhadas da nossa vida com a mesma cruz e sempre com a mesma determinação.
Às
vezes as encruzilhadas da nossa vida são para nós autênticas cruzes. Saibamos
passar por elas com a determinação, coragem e amor do Senhor Jesus.
Que
saibamos discernir qual o caminho que o Senhor nos indica e prosseguir mais
além, pois mais cedo ou mais tarde nos cruzaremos com o Senhor Jesus nos
caminhos da nossa vida.
3ª Estação - Jesus
cai pela 1ª vez
Proibido Parar ou
Estacionar
No Caminho do Calvário Jesus avançou por entre a azáfama da multidão e o desprezo dos opressores. Jesus caiu na calçada, mas era proibido parar ou estacionar. Ele teve de levantar-se e avançar, mesmo com as forças a esgotarem-se.
Também
na nossa vida, apesar das dificuldades e da escassez de condições, devemos
avançar sempre. Não podemos parar, cruzar os braços ou desistir.
Que
o Senhor Jesus nos ensine a persistir na nossa caminhada para que possamos
alcançar a meta que nos está destinada.
4ª Estação - Jesus
encontra a sua mãe
Pista para Peões
Maria de Nazaré nunca perdeu de vista o seu filho Jesus. Quer nos momentos de alegria e de festa, quer nos momentos de desterro, de amargura e dor, esta estava sempre junto de Jesus. Silenciosa guardava tudo e todos no seu coração. Ela caminha lado a lado com Jesus.
Acompanhando
o seu Filho no caminho do Calvário, transforma essa via em pista de peões. E
não sabemos se afinal é ela quem acompanha o Filho ou se é este que dá a mão à
sua Mãe.
Que
saibamos saborear da companhia de Jesus e de Maria. Como caminhantes, nunca
vamos sozinhos. Ao contemplar Maria acompanhando Jesus, recordemos que tanto
Jesus como Maria Santíssima nunca nos abandonam. Sobretudo nos momentos mais
dolorosos podemos contar com a sua companhia e proteção.
5ª Estação - Jesus
é ajudado pelo Cireneu
Trânsito nos dois
sentidos
Jesus tinha feito eco das Escrituras que convidavam a amar o próximo como a si mesmo, como se o outro fizesse parte de cada um.
Jesus,
ao ser ajudado por Simão de Cirene, confirmou que essa palavra foi aqui plenamente
realizada e cabalmente vivenciada.
A
solidariedade, a interajuda, a caridade ou a generosidade é uma estrada com
dois sentidos: É uma dar e um receber, um duplo benefício, um intercâmbio de
valores.
Não
sabemos quem recebeu mais ou ofereceu mais: se Jesus que foi ajudado, se o
Cireneu que O ajudou. Com certeza ambos deram e receberam.
Que
Jesus nos ensine a ir ao encontro dos outros para que todos possamos crescer e
avançar.
Se
nem toda a gente valoriza a caridade, a caridade vem valorizar toda a gente.
6ª Estação - Jesus
encontra Verónica
Posto de Primeiros Socorros
Jesus seguiu com a sua cruz, no meio de encontrões, tropeços, acusações tal como por entre ignorância ou indiferença total. Ninguém podia dizer que não sabia o que se estava a passar, ou que não se apercebia da presença e da necessidade de Jesus.
Apenas
uma mulher, que ficou para a história com o nome de Verónica, que quer dizer
rosto verdadeiro, é que se aproximou e lhe prestou assistência. Ela foi um posto
de socorro para Jesus. Limpou-lhe o rosto e guardou para sempre essa figura,
não só no lenço, mas sobretudo no seu coração e na nossa memória coletiva.
Sempre
que alguém se aproxima de um necessitado está a ser um posto de socorro.
Sempre
que alguém presta assistência a um indigente, está a recompor o rosto de toda a
humanidade, o rosto de Cristo, pois cada pessoa é imagem e semelhança de Deus.
7ª Estação - Jesus
cai pela 2ª vez
Queda de Pedras
Jesus caiu como pedra sobre as pedras do caminho. Apesar disso Ele é a rocha firme, sobre a qual podemos edificar. Ele é o rochedo da nossa salvação.
Nesta
estação, mais do que contemplar a Cristo a cair, podemos tomar consciência das
pedras que caiam sobre Jesus. Eram pedras que feriam, eram palavras odiosas,
acusações injustas… E no meio de tanta pedra a cair, Ele também cai para logo
se levantar.
Uma
vez Ele disse que quem não tivesse pecado algum poderia atirar a primeira pedra
sobre alguém. Mas ninguém quis ouvir tais palavras e por isso vivemos no meio
de tanta pedrada.
Para
que deixe de cair pedras no caminho de Deus ou dos nossos irmãos, olhemos para
as nossas mãos e limpemos as nossas mãos de qualquer tipo de pedra, pois se as
nossas mãos estão cheias de pedras, não estarão livres para cumprimentar e
ajudar quem precisa.
8ª Estação - Jesus
encontra as mulheres de Jerusalém
Proibido Buzinar
Um grupo de mulheres acompanhou Jesus, chorando e compadecendo-se do seu estado.
Jesus
sugeriu-lhes que nunca se esquecessem de ter a mesma atenção para com os seus
filhos. Estas mulheres sem pronunciarem palavra alguma, no meio de tanta
algazarra e gritaria de acusações, choravam… De facto as lágrimas são uma
eloquente maneira de partilhar silenciosamente as penas dos outros…
Jesus
também experimentou tal partilha silenciosa das lágrimas: Ele chorou sobre
Jerusalém, chorou pela ausência do seu amigo Lázaro, chorou o abandono dos seus
amigos no Jardim das Oliveiras.
Saibamos
nós também chorar em silêncio com os que choram para que possamos então alegrarmo-nos
também com os que se alegram. Seremos bem-aventurados pois se agora choramos,
um dia seremos consolados.
9ª Estação - Jesus
cai pela 3ª vez
Piso Escorregadio
Nesta estação podemos ver Jesus de novo a cair. Não sabemos se caiu por causa do peso da cruz, se foi devido ao esgotamento das suas forças ou se foi por causa do caminho tortuoso, escorregadio e doloroso. Com certeza que a conjugação de tantos fatores fez com que Jesus ficasse durante alguns momentos de rasto.
O
convite a preparar o caminho do Senhor, tem sido uma constante desde as mais
remotas etapas da nossa salvação.
Também
o caminho da nossa vida não é um mar de rosas. Há troços que escorregam, troços
esburacados, não cuidados ou mal preparados.
Apesar
disso é preciso avançar.
Peçamos
a Jesus que nos ensine a caminhar sempre mesmo pelos caminhos tortuosos da nossa
vida. Que saibamos avançar sem nunca nos deixarmos cair ou sujar pelos caminhos
deste mundo e nem sequer nos queixarmos do caminho.
10ª Estação - Jesus
é despojado das suas vestes
Outros Perigos
No meio de tantas dificuldades e tormentos, ainda faltava mais este constrangimento. Jesus foi despojado de tudo o que tinha.
Que outros perigos tinha ainda de enfrentar?
Jesus, que nasceu pobre, viveu humilde e simples, e morreu despojado de tudo ensina-nos que o verdadeiro perigo não é nem a pobreza nem a riqueza. O verdadeiro perigo é a dureza do coração…
É por isso que retiraram as vestes de Jesus para que ficasse com o peito despido, à vista de todos… Assim podemos contemplar a pureza do seu coração.
Que saibamos nós também enfrentar todos os perigos que nos cercam, sempre com um coração puro à imagem do Coração de Jesus.
Aprendamos d'Ele que é manso e humilde de coração e venceremos todos os perigos.
11ª Estação - Jesus
é crucificado
Obras na via
No alto do Calvário Jesus foi pregado ao madeiro da cruz.
Ele
estava habituado a esses instrumentos de trabalho: madeira, pregos, martelos,
traves, barrotes etc. Ele era conhecido como o carpinteiro, ou como filho de
carpinteiro.
Mas
aqui o seu trabalho é outro.
A
sua obra por excelência é a obra da redenção.
Jesus
é crucificado para completar a sua obra.
Que
saibamos então fazer do nosso trabalho, da nossa atividade, uma obra de
redenção e fazer da nossa salvação uma atividade ou um trabalho que envolva
todas as nossas forças e toda a nossa vida.
12ª Estação - Jesus
morre na cruz
Paragem Obrigatória
Segundo a tradição, às três horas da tarde, Jesus morreu no alto da cruz e… toda a criação parou, todas as criaturas suspenderam a respiração, toda a natureza suspirou.
Saibamos
parar para contemplar aquele que morreu por nós.
Como
diziam os pastorinhos de Fátima, Jesus morreu para pararmos de fazer o mal.
Contemplemos
aquele que trespassaram.
Dizem
que o termo STOP é constituído pelas iniciais de: Se Tens Olhos Pára.
Olhemos
então para Jesus, paremos para refletir e para mostrar que podemos iniciar uma
vida nova, de mudança e conversão.
Quem
não sabe parar não sabe para onde vai, tal como quem não morrer não pode viver
para a eternidade.
13ª Estação - Jesus
é descido da cruz
Descida Acentuada
Jesus ao nascer, ao descer do Céu à terra, passou pelos braços de Maria, sua mãe. Agora também ao morrer, ao descer da Cruz para o Sepulcro passa pelos mesmos braços de sua mãe.
Jesus
disse um dia que quem se humilhar será exaltado e vice-versa…
É
por isso que ele humilhou-se a si mesmo, assumindo a condição de servo,
humilhando-se até à morte e morte de Cruz. Mas Deus O exaltou e O glorificou.
Que
saibamos fazer das nossas descidas o sinal da nossa humildade e a nossa entrega
nas mãos da nossa Mãe do Céu.
14ª Estação - Jesus
é sepultado
Túnel
Às vezes temos, de ao entrar num túnel das nossas estradas, a sensação de estarmos a entrar numa gruta sem saída.
Nesta
estação o que podemos contemplar é precisamente o contrário.
Jesus
ao entrar na gruta do seu túmulo, não entra numa gruta mas sim num autêntico túnel…
pois o seu túmulo foi a gruta do seu novo nascimento, foi o túnel que o
conduziu à ressurreição e à vida eterna.
Saibamos
nós também atravessar os túneis das trevas da nossa vida para que possamos com
Cristo ressuscitar e alcançar a vida em abundância.
15ª Estação - Jesus
Ressuscita
Semáforos
Com a sua Ressurreição, Cristo abriu-nos o caminho da salvação e escancarou para todos a porta da eternidade. A partir daí há sempre luz verde para prosseguirmos o caminho da plenitude de vida.
Mas
ao mesmo tempo há que renunciar a tudo o que nos pode travar nesse caminho. É
preciso respeitar o sinal vermelho do pecado, da falta de fé, falta de esperança
ou ou falta de caridade.
Para
além disso, Jesus ensina-nos a prudência e a vigilância, qual luz amarela ou
sinal intermitente deve merecer a nossa atenção.
Estejamos
atentos aos sinais dos tempos, ao código de trânsito, aos sinais de orientação
que o Senhor continua a colocar na nossa vida para que O possamos seguir, pois
só Ele é o Caminho, a Verdade e a vida.
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