Estávamos a reflectir sobre o Evangelho do envio dos Apóstolos e a infusão do Espírito Santo:
“Jesus disse-lhes – assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós. Dito isto, soprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo...”
- Quem quer dizer porque é que Jesus soprou sobre os seus discípulos?
Um garoto respondeu com simplicidade:
- Para os empurrar e irem mais depressa.
Não era essa a resposta que eu esperava mas afinal o mesmo Espírito continuava a inspirar estas ideias. Pus de parte as complicadas reflexões teológicas, que tinha preparado, e deixei-me envolver por esta linguagem simples e sugestiva, tão ao jeito do mesmo Espírito.
De facto o Espírito Santo dá-nos a força e a urgência das coisas. Predispõe-nos a partir. É esse sopro que nos empurra, que nos dá a responsabilidade de profetas e enviados.
O Espírito é “pneuma”, ar, sopro ou vento. É ele que nos faz mexer porque é acção ou dinamismo. Ninguém o pode agarrar ou guardar só para si, pois é espírito de unidade e de comunhão. Sopra onde quer, não tem grades ou cadeias, é Espírito de liberdade. Não se vê mas sente-se, pois é humildade e discrição. Envolve-nos por dentro e por fora porque é afago e amor. É vento ou sopro que varre e limpa como espírito de purificação. Sendo ar, oxigénio, respiração, é vida.
É este sopro que nos leva longe.
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