domingo, 20 de novembro de 2011

Família Real

Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo
Rei do Universo


Olhar em 3 direções:
Olhar para Cristo, Rei do Universo
Olhar para nós mesmos, como participantes dessa realeza
Olhar para e eternidade, para o encontro entre Deus e nós, nós e Deus.

 
1ª Reflexão
Olhar para Cristo Rei do Universo
É preciso reconhecer que o Papa Pio XI, quando instituiu esta festa em 1925 no fim do Ano Santo, teve uma feliz intuição: A figura de Cristo não só sintetiza todo o ano litúrgico, mas também nos recorda que Deus é o nosso Senhor, nosso Rei e que nós também participamos da sua realeza.
O ano litúrgico é uma espécie de puzzle ou de construção. Ao longo do ano vamos formando a sua figura. Agora é altura de pôr ponto final, de colocar a coroa.
A solenidade de Cristo Rei é o coroamento desse puzzle.
Mas não é nada de que não estejamos habituados:
Sempre que dizemos que Deus é nosso Senhor, estamos a chamá-lo de Rei.
Sempre que rezamos o Pai Nosso, dizemos Venha a Nós o Vosso Reino, estamos a chamá-lo de Rei.
Que Ele seja de facto nosso Rei e Senhor.
Somos Dele, a Ele pertencemos, a Ele prestamos obediência.

2º Reflexão
Olhar para nós mesmos, como participantes desse realeza
De facto no dia do nosso baptismo todos nós somos declarados membros de Cristo, sacerdote, profeta e rei. Isto quer dizer que todos nós somos participantes da realeza de Cristo.
Dizer que Cristo é rei, é dizer que ele é o Nosso Senhor, somos dele, a ele pertencemos.
Deixemos que ele reine em nós…
Dizer que participamos da realeza de Cristo é dizer que nós fomos feitos não para sermos dominados mas sim para dominar as forças deste mundo, nós não somos escravos, mas senhores e reis. Não estamos subjugados ao mundo, nós é que governamos o mundo. Nós é que regemos o mundo e não o contrário, as riquezas deste estão sob a nossa alçada e não o contrário… O mundo está ao nosso serviço, pois Deus tudo nos submeteu.
Estamos aqui na terra como vencedores, Cristo vence, Cristo impera através de nós.

3ª Reflexão
Olhar para e eternidade, para o encontro entre Deus e nós, nós e Deus.
Somos cidadãos do Reino de Deus. A Ele havemos de prestar contas.
“Credes, mortais, que há-de haver juízo? Uma de duas é certa: ou o não credes, ou o não tendes” (assim pregava o Pe. António Vieira).
“Chegou ao tribunal de Deus um cristão feliz:
- Vede, Senhor, as minhas mãos. Estão imaculadas, pois não cometi pecado algum, nada fiz de mal… vede as minhas santas mãos limpas…
- Tens razão – rexpondeu Pedro – as tuas mãos estão limpas, mas estão também vazias… pois não fizeste aquilo que podias ou devias fazer…”
Assim acontecerá connosco. Seremos julgados não por aquilo que fizemos, o muito ou o pouco, mas por aquilo que deixámos de fazer…Deus indicar-nos-á sobretudo não as nossas acções, mas as nossas omissões… porque tive fome e não me destes de comer, não me destes de vestir, não me visitastes, não me prestastes assistência…

Unção pós-baptismal:
“Deus todo-poderoso,
Pai de nosso Senhor Jesus Cristo,
Deu-vos uma vida nova pela água e pelo Espírito Santo,
E concedeu-vos o perdão de todos os pecados;
Agora que fazeis parte do seu povo,
Ele vos assinala com o Crisma da salvação,
Para que sejais eternamente
Membros de Cristo, sacerdote, profeta e rei.”


sábado, 19 de novembro de 2011

O meu Pastor


Um jeito diferente de olhar para o Salmo 23


 
O Senhor é o meu Pastor, = Isto é relação!

Nada me falta. = Isto é suprimento!

Leva-me a descansar em verde prados = Isto é serenidade!

Conduz-me às águas refrescantes. = Isto é acolhimento!

Reconforta a minha alma. = Isto é cura!

Ele me guia por sendas direitas, = Isto é orientação!

Por amor do seu nome. = Isto é motivação!

Ainda que tenha de andar por vales tenebrosos, = Isto é provação!

Não temerei nenhum mal, = Isto é protecção!

Porque vós estais comigo, = Isto é fidelidade!

O vosso cajado e o vosso báculo me enchem de confiança. = Isto é disciplina!

Para mim preparais a mesa à vista dos meus adversários. = Isto é esperança!

Com óleo me perfumais a cabeça = Isto é consagração!

e o meu cálice transborda. = Isto é generosidade!

A bondade e a graça hão-de acompanhar-me todos os dias de minha vida = Isto é bênção

E habitarei a casa do Senhor = Isto é confiança!

Para todo o sempre. = Isto é eternidade!


quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Chorar

5ª Feira - XXXIII Semana Comum

"Ao ver a cidade, Jesus chorou sobre ela..."

Jesus chorou ao ver Jerusalém, chora ao ver a nossa cidade do Funchal, choraria concerteza ao ver o meu bairro, como choraria ao ver o meu prédio, ou a minha comunidade ou até mesmo a minha vida.
Jesus chora "por não termos reconhecido o tempo em que fomos visitados".
Então para Jesus deixar de chorar sobre nós, deixemo-nos visitar, disfrutemos a visita do Deus Altíssimo.

Mas ainda bem que Jesus chora por nós porque as suas lágrimas são salvíficas, são purificadoras.
Nós que deviamos chorar, não conseguimos purgar totalmente a nossa vida a não ser pelas lágrimas de Jesus.

O Cura d'Ars estava a chorar.
- Por que chora tanto, meu Pai? - Perguntou ao Santo um pecador ajoelhado a seus pés.
- Ah! meu amigo, choro porque você não chora bastante...

O Santo Cura d'Ars fugiu da sua paróquia, pois queria retirar-se... e o Bispo não o autorizava deixar a paróquia.
- Convém não ser pároco até ao fim da vida - justificava-se o Santo - devemos reservar algum tempo a fim de preparar-nos para a morte. Eu desejo dispor de dois anos para chorar a minha pobre vida... Tomei a decisão de partir em segredo para chorar o resto da minha vida...

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Só o amor faz render

4ª Feira - XXXIII Semana Comum

- Na 1ª Leitura o exemplo vem de uma mãe de sete filhos que foram martirizados.
Mais do que exaltar o testemunho dos filhos, destaca-se duas virtudes da mãe:
Coragem varonil e ternura feminina.
Também nós somos convidados a conciliar a coragem e a ternura. Não basta ser corajoso, é preciso ser amoroso. Não basta ter ternura, é preciso ser vigoroso.

- No Evangelho uma vez mais se refere que só o amor faz render os talentos, as minas, as capacidades ou as oportunidades. O medo por sua vez paralisa, faz-nos enterrar... só o amor faz crescer, reproduzir, aumentar... render os nossos talentos.


terça-feira, 15 de novembro de 2011

Zaqueu

3ª Feira - XXXIII Semana Comum

Três lições:

- Na Primeira Leitura, Eleazar com 90 anos é apresentado como EXEMPLO DE CORAGEM e MEMORIAL DE VIRTUDE. Apesar de não pregar, nem proclamar, mesmo sem dizer nada ele foi uma autêntica lição. Tal como Jesus no Evangelho de hoje fez-se convidar e isso foi o suficiente para que Zaqueu percebesse logo a lição e quisesse reparar o mal que pudesse ter feito. Jesus não lhe deu nenhum sermão, nem raspanete, aproximou-se apenas e isso foi o suficiente para que Zaqueu acolhesse a lição e mudasse de vida.

- Podemos equacionar 3 tipos diferentes de olhares presentes neste episódio:
Em primeiro lugar Zaqueu que era de pequena estatura não aceitava OLHAR os outros de BAIXO para CIMA.  Por isso subiu a um sicómoro pois queria VER os outros doutros de CIMA para BAIXO. Jesus ao passar fê-lo sentar-se à mesa e a partir daí Zaqueu passou a ver as coisas de maneira diferente: OLHOS nos OLHOS, lado a lado à mesa de amigos. Também nós não devemos olhar nada nem ninguém de alto para baixo, nem de baixo para cima, mas saibamos olhar os outros como iguais, olhos nos olhos... e veremos Deus nos nossos irmãos.

- Propostas práticas:
Ao iniciar a celebração: Como Zaqueu ouviu o convite de Jesus (Desce depressa pois preciso de ficar em tua casa) também nós podemos ouvir: Prepara-te depresssa, aceita a baixeza da tua condição pois Deus precisa de entrar em ti pela Sua Palavra e pelo Sacramento do Seu Corpo.
Na comunhão o sacerdote ao apresentar a Hóstia Consagrada a quem vai comungar, em vez de dizer a frase habitual (O Corpo de Cristo) poderá dizer: Hoje entrou a salvação nesta casa! Quem vai comungar responderá: Amen!


segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Três personagens

2ª Feira - XXXIII Semana Comum

Podemos identificar três personagens diferentes no trecho do evangelho de hoje e procurar ver -nos retratados nessas figuras:

1. O Povo
A sua agitação, o seu movimento, o seu alvoroço fez com que o cego se apercebesse que se passava algo... Mesmo sem querer ou sem saber o povo dá testemunho, leva Deus aos outros e os outros até Deus.
Ao ouvir os gritos do cego, o povo começou a repreendê-lo... Às vezes o povo pensa que é o senhor de tudo, que até Deus lhe pertence e não quer partilhá-lo com mais ninguém, ou porque acha que os outros não merecem ou porque corre o risco de O perder.
Por fim o povo deu louvores a Deus... Ao ver o sucedido o povo louvou a Deus, tudo o que pode fazer é aclamar a Deus porque o resto é Deus quem faz e nos dá o mérito do agradecimento.

2. Jesus
É alguém que passa, que avança, que não se prende com ninguém, mas quer levar todos consigo.
É alguém que ouve, está atento, repara em quem está à margem, em quem pede auxílio, é alguém com uma sensibilidade muito apurada.
É alguém capaz de parar, capaz de aguardar, de esperar pelo outro... alguém que se deixa apanhar.
É alguém que dialoga, que faz despertar uma comunicação, sabe perguntar e sabe responder.
É alguém que mostra a sua vontade, o seu querer: quero, fica curado!
Por fim é alguém que não só caminha, escuta, vê, pára, dialoga, pergunta, responde, quer e cura, mas também faz com os outros também caminhem, escutem, vêem, parem, perguntem, respondem, queiram e sejam curados. É alguém que não só faz, mas faz fazer...

3. O Cego
Estava à beira do caminho, mas não se contentava com isso. Vivia à margem nas não se conformava.
Ele não via, mas podia escutar bem; não andava seguro, mas podia falar e gritar; não podia ir ao encontro dos outros, mas podia pedir ajuda...
O verdadeiro milagre foi unir duas vontades, dois quereres:
- Que queres que eu te faça?
- Que eu veja, Senhor!
- Então vê, que eu támbém quero isso...
A vontade do crente uniu-se à vontade de Deus, ou Deus fez unir a sua vontade à vontade do crente.
- Senhor, que eu queira sempre o que tu queres... e que o teu querer seja o meu querer. Seja feita a tua vontade...

Quem me dera ser como qualquer uma destas personagens!



sexta-feira, 11 de novembro de 2011

São Martinho


Hoje, dia especial, 11/11/11

A mensagem chega-nos através de São Martinho:

- A comunidade estava à beira do leito do Bispo Martinho nas suas despedidas para a eternidade. Queriam mudá-lo de posição, mas ele pediu para que não o privassem de olhar para o céu...
              De facto nós nascemos de olhos para baixo, para a terra, para ver onde Deus nos plantou.
             Vivemos com os olhos orientados para a frente, para ver o caminho, sempre em frente.
             Havemos de morrer com os olhos orientados para o Céu, nossa meta ou pátria eterna.
Que São Martinho nos ajuda a orientar bem os nossos olhos conforme as circunstâncias da nossa vida e que nunca percamos de vista aquilo que realmente é mais importante.

- Martinho foi Soldado à força, Monge por opção e Bispo por dever.
Também nós às vezes somos o que somos à força (que remédio!) ou por opção ou por dever.
Que tudo o que fazemos seja acima de tudo por amor, e isso nos basta!


quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Onde está o Reino

5ª Feira - XXXII Semana Comum

Na 1ª Leitura - Deus ama o que habita com a sabedoria - não somos nós a ter a Sabedoria, mas é a Sabedoria quem nos tem... A Sabedoria não é nossa, nos é que somos da Sabedoria.

Do Evangelho: - O Reino não está aqui ou ali... - O Reino não é meu, eu é que sou do Reino, o Reino não está em mim, eu é que estou no Reino...

Como é que então nós continuamos a dizer: o Meu Deus, a minha Igreja, a minha comunidade, a minha terra, a minha escola, a minha casa?
Afinal, Deus não é meu, eu é que sou de Deus; eu é que pertenço à Igreja em vez da Igreja me pertencer, a comunidade não me pertence, eu é que perteno à comunidade; não é a minha casa, nem a minha escola, nem a minha casa, eu é que sou seu...

Tal como a ilha não pode dizer que possui o mar, mas sim o mar é que pertence ao mar, assim também não podemos dizer aqui está o Reino, o Reino pertence-me...´Eu é que pertenço ao Reino.
Eu não estou no Reino, o Reino é que está em mim aqui e por todo a eternidade.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Três casas

Hoje a Igreja propõe-nos a festa da Dedicação da Basílica de São João Latrão.
É a festa da morada de Deus entre nós, o templo onde o Papa consagra o Povo a Deus e serve Deus ao Povo, na Urbe e na Orbe.

É uma boa oportunidade para nos recordarmos das TRÊS moradas, templos, habitações ou casas de Deus:
- A CASA MATERIAL - o edifício de pedra, a construção física, onde Deus se fixou.
- A CASA PESSOAL - cada pessoa é habitação divina, é a sua morada predilecta e escolhida para Deus morar.
- A CASA COMUNITÁRIA - Onde dois ou três estiverem reunidos em seu nome, Ele mora aí. Deus habita na comunidade, o Povo é templo de Deus.

Sempre que olhamos para o Edifício material lembremo-nos de que nós somos casa de Deus e Deus habita na comunidade.
Sempre que vemos um irmão, lembremo-nos de que Deus habita no templo físico mas também na comunidade.
Sempre que rezamos juntos, lembremo-nos que Deus está no templo material mas também em cada um de nós...

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Indignos sim, inúteis não!

3ª Feira - XXXIISemana Comum

Servos indignos sim, servos inúteis não!

“...depois de haverdes feito quanto vos foi ordenado, dizei: Somos servos inúteis, porque fizemos apenas o que devíamos fazer”.

A palavra grega utilizada - άχρειος – tem dois sentidos: inútil e indigno. O sentido da afirmação de Cristo é de que a nossa condição perante Deus, depois de fazermos tudo que é do nosso dever realizar, é a de “servos indignos” e, jamais, de “servos inúteis”. Isto é, mesmo sendo bons crentes, dedicados, obedientes e cumpridores da vontade de Deus, não nos tornamos merecedores do favor divino, continuamos sem mérito, totalmente dependentes da graça e da misericórdia do nosso Pai celestial.
Servos indignos sim, servos inúteis nunca.
Todo o sentido é o da falta de mérito e não o sentimento de inutilidade, de não servir para nada. Todos temos a consciência do chamamento de Deus para serví-lO, à sua Igreja e ao nosso próximo. Embora indignos, pela Sua graça, Deus precisa de nós, nos chama, nos usa, somos assim úteis nas Suas santas mãos. Aliás não podemos ser inúteis, pois o trabalho que fazemos não é nosso, é Deus quem age em nós. Como não somos merecedores de tal graça, somos sim indignos servos.

domingo, 6 de novembro de 2011

De poeta e de louco

Ano A - XXXII Domingo Comum

A parábola de hoje é um autêntico espelho:
- Podemos ver na parábola das Dez Donzelas a imagem da nossa comunidade, da nossa Igreja ou da humanidade. Esta divide-se em duas partes: há quem se prepara e há quem não pense nisso, há quem olhe somente para o dia de hoje, aqui e agora e há quem pense no hoje, no tempo sem descurar a eternidade, há quem olhe apenas para a terra e há quem olhe para a terra sem esquecer de olhar para o céu, há quem procure ser feliz aqui na terra e há quem queira ser feliz aqui sem comprometer a felicidade eterna. Assim é a nossa comunidade - divide-se em dois grupos tal como as donzelas insensatas e as prudentes.

- Perguntei então às crianças de que lado é que estariam: do lado das donzelas preparadas (prudentes) ou do lado das descuidadas (insensatas)? Ficariam à esquerda ou à direita?
E uma criança respondeu com toda a simplicidade: - eu acho que estou no meio!
Bravo, nem tanto ao mar nem tanto à serra. Afinal é no meio que está a virtude.

- De facto a parábola é um espelho, mas não da nossa comunidade mas de nós próprios. Cada um de nós pode contemplar-se nesse espelho - às vezes é insensato e às vezes imprudente. Metade da vida vivemos como louco, e metade com todo o senso. Às vezes, 50%, vivemos com a luz da fé acesa, outras vezes, também 50%, sem fé, nas trevas, sem energia.. Umas vezes vivemos com grande reserva de óleo ou azeite, isto é, ungidos, como Cristo é o Ungido, nós cristãos também assim devemos ser...mas outras vezes estamos estéreis e secos...

É caso para lembrar a gíria popular: de poeta e de louco cada um tem um pouco...
E não é assim tão pouco, é 50% de um e de outro
No fundo, no fundo, estou convencido de que a expressão LOUCO está aqui apenas para rimar com POUCO. É porque aos olhos de Deus nós valemos muito mais....

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Competitividade

6ª Feira – XXXI Semana Comum

“É que os filhos deste mundo são mais sagazes que os filhos da luz, no trato com os seus semelhantes.”

Mais do que uma constatação, de um lamento ou de uma queixa, esta expressão de Jesus é apenas um apelo à concorrência.
Esforcemo-nos para que ninguém nos passe à frente…
Dediquemo-nos de tal forma, fazendo tudo o que estiver ao nosso alcance, para que ninguém nos ultrapasse na prática do bem…
A concorrência, a competitividade ou a rivalidade são dimensões salutares da nossa vida, até mesmo da nossa vida espiritual.
A competitividade não é querer ficar em primeiro lugar, é apenas não querer ser ultrapassado por ninguém.
A concorrência não é querer ficar à frente dos outros, é apenas querer ocupar o lugar merecido pelo esforço.
A rivalidade não é querer vencer os outros, é não deixar que os outros nos vençam.

"Não se diga que quem trabalha para o mundo e para as honras tem mais ardor que nós que trabalhamos para Deus e para o céu." (Pe. Dehon in NHV, volume III, Outubro 1865 – Outubro 1869, Pág. 16)

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Ovelhas perdidas

5ª Feira - XXXI Semana Comum

Deixar as 99 ovelhos para ir procurar 1 ovelha perdida.

Duas reflexões:

1. Deus encarrega-se da ovelha perdida, pois quer que as 99 tomem conta umas das outras.
Enquanto Deus procura a perdida, saibamos tomar conta uns dos outros.

2. Se algumas vezes estamos perdidos e Deus não nos encontra... Se alguma vez parece que Deus não nos procura... NÃO É VERDADE. Deus +rocura-nos sempre que estamos perdidos... se alguma vez não nos encontra é porque afinal nós não somos OVELHAS mas LOBOS FAMINTOS..

História a ilustrar esta realidade:

NÃO ERAM OVELHAS...
Era um homem bondoso o cura de La Roudaire, cidadezinha francesa de Bourg-em-Forêt. Atento às necessidades dos seus paroquianos velava em particular pelos pobres e desprotegidos. Entre os necessitados havia dois irmãos infelizes: uma jovem limitada no corpo e na mente e um moço doente, sem a assistência da irmã, órfãos ambos e abandonados à sua pobreza e miséria.
O rapaz desprezado por todos, deambulava pelas vielas escuras da cidade quando, uma noite, um grupo de jovens bêbados o tomou para suas brincadeiras de mau gosto, que culminaram com deixá-lo amarrado a um poste de iluminação.
O bondoso padre, passando e vendo, tirou-o dali e levou para tratar as suas feridas.
Pouco depois, no entanto, as águas do rio recebiam o seu corpo e o sepultavam na morte. Suicidava-se. A mesma sorte era reservada à sua irmã que, desanimada e abatida, golpeada pelo que sucedera ao irmão, suicidava-se no mesmo dia.
Marcada a hora do enterro, as casas de comércio cerravam as portas para que todos pudessem assistir à cerimónia fúnebre. Templo cheio. O cura subiu ao púlpito. Ali estavam, no meio da nave, cercados de gente, os dois ataúdes. Silêncio! E o cura começou:
- Cristãos! - A palavra soara como uma chicotada.
E, de novo:
- Cristãos! Quando, no Dia Final, o Senhor me perguntar: “Pastor de La Roudaire, onde estão as tuas ovelhas?” não lhe responderei. Nem mesmo que me pergunte segunda vez. Mas pela terceira vez Ele me fizer a mesma pergunta, eu, coberto de vergonha, responderei humilde: As minhas ovelhas eram duas… e apontou para os dois defuntos… As outras não eram ovelhas, Senhor; eram lobos famintos.

(Extraído de VASSÃO, Amantino Adorno. Esteiras de Luz. Rio de Janeiro: Juerp, 1971.)

Assim, se Deus não nos procurar, se não nos deixarmos encontrar, então é sinal de que também nós não somos ovelhas... mas lobos famintos!

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Saudade sim, tristeza não!

Para reflectir em dia de finados

1.
O Dia de Finados é marcado por três características:
é o dia da saudade, o dia de fazer memória, o dia de professar a fé na Ressurreição.

2.
No princípio do Cristianismo, os pagãos designavam os cristãos como "aqueles que não temem a morte".

3.
Vinde a Mim, todos vós… diz Jesus no 1º Evangelho de hoje.
Jesus é o ponto de encontro…
Se queremos encontrar alguém, procuremo-lo em Jesus através da oração. Rezando encontramo-nos com Jesus e com todos os que estão n’Ele. Se estamos unidos pela fé e pelo amor, acredito que não é a morte que nos vai separar.

4.
Deus deu-nos a vida para O procurarmos; deu-nos a morte para O encontrarmos; deu-nos a eternidade para O possuirmos.

5.
Saudade sim, tristeza não!
Ao fazer memória dos nossos defuntos podemos sentir saudade, mas nunca tristeza. Sentimos saudade porque deixamos de os ver, não sentimos tristeza porque não deixamos de os amar.

6.
“A morte não é nada. Eu somente passei para o outro lado do Caminho.
Eu sou eu, vós sois vós. O que eu era para vós, continuarei a ser. Dêem-me o nome que sempre me destes, falem comigo como sempre fizeram. Continuem vivendo no mundo das criaturas, eu estou vivendo no mundo do Criador.
Não utilizem um tom solene ou triste, continuem a rir daquilo que nos fazia rir juntos.
Rezem, sorriam, pensem em mim. Rezem por mim. Que o meu nome seja pronunciado como sempre foi, sem ênfase de nenhum tipo, sem nenhum traço de sombra ou tristeza.
A vida significa tudo o que ela sempre significou, o fio não foi cortado. Porque estaria eu fora dos vossos pensamentos, agora que estou apenas fora das vossas vistas? Eu não estou longe, apenas estou do outro lado do Caminho... Vós que aí ficastes, segui em frente, a vida continua, linda e bela como sempre foi.”
(Santo Agostinho)

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Santos modernos


Comemoração de todos os Santos


Ser santo é fácil, basta deixar-se levar, ser quem somos, ou ser quem devemos ser, pois fomos feitos para isso... pertencemos a uma família de santos - Santo é o nosso Pai, temos tantos irmãos santos...
"Quem sai aos seus não degenera..."
Nós saímos a Deus que é Santo...


SANTOS DE HOJE

Precisamos de Santos sem véu ou batina.

Precisamos de Santos de calças de ganga e sapatilhas.

Precisamos de Santos que vão ao cinema,

ouvem música e passeiam com os amigos.

Precisamos de Santos que coloquem Deus em primeiro lugar,
mas que se "lancem" na faculdade.

Precisamos de Santos que tenham tempo todo dia para rezar
e que saibam namorar na pureza e castidade,
ou que consagrem sua castidade.

Precisamos de Santos modernos, santos do século XXI,
com uma espiritualidade inserida no nosso tempo.

Precisamos de Santos comprometidos com os pobres
e as necessárias mudanças sociais.

Precisamos de Santos que vivam no mundo,
se santifiquem no mundo,
que não tenham medo de viver no mundo.

Precisamos de Santos que bebam coca-cola e comam hot dog,
que usem jeans, que sejam internautas, que escutem disc man.

Precisamos de Santos que amem apaixonadamente a Eucaristia
e que não tenham vergonha de tomar um refrigerante
ou comer uma pizza no fim-de-semana com os amigos.

Precisamos de Santos que gostem de cinema, de teatro,
de música, de dança, de desporto.

Precisamos de Santos sociáveis, abertos, normais,
amigos, alegres, companheiros.

Precisamos de Santos que estejam no mundo;
e saibam saborear as coisas puras e boas do mundo,
mas que não sejam mundanos...

Precisamos de Santos de Hoje.

Hoje precisamos muito destes Santos…


Trecho do discurso do Papa João Paulo II aos jovens






sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Apóstolos

São Simão e São Judas Tadeu

Hoje celebramos a festa de dois Apóstolos, bem pouco conhecidos.

1ª Reflexão
A tradição juntou-os lado a lado porque estiveram juntos na sua infância,
juntos na sua vocação ou chamamento,
juntos no anúncio ou pregação
juntos na Pérsia,
juntos na vida,
juntos na morte ou martírio,
juntos no culto...
Isto quer dizer que estar juntos,  viver em comunhão, estar em união, é já um grande apostolado. A união, a comunhão, a solidariedade é uma grande pregação.

2ª Reflexão
Dois episódios dos Evangelhos Apócrifos:
Quando Simão estava a ser forçado num templo pagão para oferecer sacrifício aos deuses e se recusava, apareceu-lhe um anjo que lhe disse:
- Queres que te leve lá para fora e faça ruir o edifício sobre estes malfeitores?
- Não - pediu Simão - Talvez algum deles se possa converter.
O mesmo anjo apareceu a Judas Tadeu e perguntou-lhe:
- Queres que passe ao fio da espada os teus algozes?
- Não - replicou Judas Tadeu - a minha morte será para eles uma rica herança, será uma semente de conversão...
Isto quer dizer que nós podemos pregar através da nossa vida ou através da nossa morte, podemos evangelizar através da nossa oração ou através da nossa acção, podemos dar testemunho através da nossa palavra ou através do nosso silêncio. Que tudo o que fazemos seja para anunciar o amor de Deus pela humanidade.

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

História de animais



5ª Feira - XXX Semana Comum

Era uma vez uma raposa, uma galinha e seus pintainhos...

Nada disso.

"Há muitos e muitos anos passados, um jovem perguntou a um idoso por que ele estava assim tão cansado.

- Oh! - disse ele. Tenho muito trabalho todos os dias: dois falcões para domesticar, dois coelhos para vigiar, duas águias para dirigir, uma serpente para controlar, um leão para acorrentar e um doente para tratar e esperar o seu fim.

Contestou o jovem:

- Mas nenhum homem tem de fazer todas estas coisas ao mesmo tempo! Nem num circo isso acontece…

- Ah! - corrigiu o velho. Mas comigo acontece isto justamente como te disse. Os dois falcões são os meus olhos; os dois coelhos, os meus pés; as duas águias, as minhas mãos; a serpente é a minha língua; o leão, o meu coração e o doente é todo o meu corpo."

(Henry H. Schooley)

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Esforçai-vos

4ª Feira - XXX Semana Comum


- Senhor, são muitos os que se salvam?

- Esforçai-vos…



Jesus não diz se são muitos ou poucos, se alguém se salva ou se é salvo, ou o que preciso fazer para me salvar, ou para me deixar salvar…
Jesus diz apenas: ESFORÇAI-VOS.


É o esforço que nos irá fazer entrar na salvação…

É a transpiração,  o trabalho, a dedicação, a perseverança que nos faz merecer ser salvos.

Esforçai-vos…


“O êxito resulta de 1% de inspiração e 99% de transpiração” (Thomas Edison).

 “O único lugar onde sucesso vem antes do trabalho é no dicionário.” (Albert Einstein)


E podemos aplicar precisamente isto mesmo na economia da salvação.

Nós esforçamo-nos… e Deus dá o resto por acréscimo.



segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Endireitar-se

2ª Feira - XXX Semana Comum


Havia uma mulher que vivia encurvada…
Jesus viu-a e chamou por ela.
Ela ouviu e ficou curada.

1. A mulher encurvada, não podia ver Jesus… mas Jesus não deixou de a ver.
Às vezes nós pensamos que perdemos de vista o nosso Deus, mas Ele nunca nos perde de vista. Ele vê-nos sempre.

2. Aquela mulher não podia ver, mas podia escutar. É por isso que Jesus chamou por ela.
Quando Deus fecha uma porta, abre sempre uma janela. Estejamos atentos porque Deus continua a chamar por nós, mesmo no meio das trevas…

3. A mulher endireitou-se, isto é, ficou curada.
Sempre que nós nos endireitamos, ficamos curados. Sempre que deixamos de olhar para baixo e olhamos para a frente, é sinal que estamos a ser curados.

À margem: A página do Evangelho conclui referindo que os Adversários de Jesus ficaram envergonhados enquanto os seus amigos alegravam-se e davam glória.
Quando nós temos vergonha de ser quem somos, quando não nos mostramos cristãos  ou temos  vergonha de o fazer, estamos a fazer o jogo dos adversários.
Só quando nos alegramos de Deus e nos sentimos felizes e corajosos de ser seus discípulos é que somos realmente seus amigos.




domingo, 23 de outubro de 2011

Dia mundial das Missões


É a 85ª Jornada Missionária.

O Santo Padre partilhou uma mensagem para esta ocasião inspirada em Jo 20,21 – “Assim como o Pai me enviou, também Eu vos envio a vós”.

Podemos resumir nesta citação toda a mensagem: “A missão universal empenha todos, tudo e sempre.”  Tudo pode ser resumido a 3 palavras:



- TODOS – O santo padre lembra que “os destinatários do anúncio do Evangelho são todos os povos… Não podemos permanecer tranquilos ao vermos que, depois de dois mil anos, ainda existem povos que não conhecem Cristo e ainda não ouviram a sua Mensagem de salvação… Além disso está a aumentar o número daqueles que, embora tenham recebido o anúncio do Evangelho já o esqueceram e abandonaram , já não se reconhecem na Igreja.”

Portanto o anúncio é para todos.

Também a responsabilidade é de todos. Todos nós somos evangelizadores e ao mesmo tempo evangelizados. Aliás  a melhor maneira de evangelizar é deixar-se evangelizar tal como a melhor maneira de aprender é ensinar e a melhor maneira de ensinar é aprender.



- TUDO – A acção missionária deve envolver tudo – o anúncio, a transmissão da palavra, a “solidariedade, o melhoramento das condições de vida das pessoas em países onde são mais graves os fenómenos de pobreza, subalimentação sobretudo infantil, enfermidades, carência de serviços médicos e para a instrução”:

Portanto tratar não só a alma mas também o corpo. Aliás o Pe. Dehon dizia: “O Evangelho ensina-nos que Jesus curava os corpos para chegar às mentes e multiplicou os pães para santificar as almas… E para conquistar as almas não curou ele os corpos, alimentou os famintos no deserto e encheu a rede aos pescadores?”

Usemos tudo ao nosso alcance para elevar até Deus os nossos irmãos, zelando pela sua dignidade humana e bem-estar.



- SEMPRE – O Dia Mundial Missionário “reavive em cada um o desejo e a alegria de ir ao encontro da humanidade levando Cristo a todos.”

Podemos fazer do lugar onde estamos, em qualquer momento da nossa vida um púlpito ou uma oportunidade para levar Deus até aos nossos irmãos e levar todos os homens até Deus.



- CONCLUSÃO – A missão pertence a todos

Recordo uma história já muito antiga e que se ajusta perfeitamente à mensagem central deste dia mundial das Missões.

“Eis a história de quatro pessoas chamadas respectivamente: CADA UM, ALGUÉM, TODA A GENTE e NINGUÉM.

Era preciso fazer um trabalho importante, assumir uma missão concreta e pediu-se a CADA UM que o fizesse. TODA A GENTE estava à espera de que ALGUÉM o fizesse, mas NINGIÉM o fez.

TODA A GENTE barafustou, aparentemente com razão, dado que era missão de CADA UM. Mas CADA UM tinha pensado que ALGUÉM o teria feito; NINGUÉM se deu conta de que TODA A GENTE faltou ao seu dever.

Foi um festival de raios e coriscos de CADA UM contra TODA A GENTE, porque NINGUÉM fez o que ALGUÉM podia ter feito.

Realmente, se CADA UM fizesse o que devia, se ALGUÉM desse uma ajudinha, se se confiasse em TODA A GENTE, NINGUÉM teria motivo de queixa e o trabalho far-se-ia depressa e bem e com alegria. E a missão estaria completa porque a missão pertence a todos.”

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Dois Beatos, duas memórias



Os Beatos

Carlos de Áustria

e João Paulo II

Ao contemplar dois beatos que, de modo especial, estão no coração dos madeirenses, Carlos de Áustria e João Paulo II, podemos concluir que ambos têm muita coisa em comum. Não apenas pelo facto de um ter beatificado o outro, mas muitos outros aspectos das suas vidas aparecem lado a lado e não será por coincidência. Sensibilidade, santidade, devoção, datas, lugares… tanta coisa que nos faz prestar atenção aos sinais da Providência de Deus. Nada é por acaso.

Tal como estes dois santos acertaram os seus passos nos caminhos da vida, da santidade e do serviço, nós também hoje podemos acertar o nosso andar ao seu ritmo de modelo e exemplo.


- Unidos pelo mesmo nome CARLOS JOSÉ

Carlos José de Áustria, ao ser baptizado recebeu o nome de um santo: São Carlos Borromeu. A Igreja Paroquial de Nossa Senhora do Monte tem na capela lateral do Imaculado Coração de Maria uma imagem de São Carlos Borromeu e de Santa Zita, oferta da família imperial. Nessa mesma Capela esteve sepultado o corpo de Imperador antes de ser construída a actual capela tumular.

A 18 de Maio de 1920 nasceu o filho mais novo do casal polaco Karol Wojtyla e Emília Kaczorowska. Foi dado o nome de Karol Jósej. Não foi apenas a repetição do nome do pai, mas a junção dos dois nomes, Karol Jósej,  foi em memória do imperador Carlos José de Áustria, que o pai do menino conhecera, admirara, como rei, soldado e cristão, na primeira grande guerra.


- Unidos pelo Dia de SÁBADO

Carlos José de Habsburg tinha uma devoção especial do Sábado, como sabemos, dedicado à devoção de Nossa Senhora e foi aos Sábados que aconteceram os grandes episódios da sua vida: crisma, casamento, coroação, chegada à Madeira como exilado e morte. Foi crismado a 8 de Setembro de 1900, no Sábado em que se celebrava a Natividade de Nossa Senhora. O futuro imperador casou com a Princesa de Parma Zita de Bourbon no dia 21 de Outubro de 1911, num Sábado. Depois de coroado Imperador da Áustria, foi a Budapeste onde a 30 de Dezembro de 1916 foi coroado rei da Hungria com o nome de Carlos IV, num dia de Sábado. Chegou exilado à Madeira no dia 19 de Novembro de 1921 também em dia de Sábado. Faleceu também num Sábado, o primeiro do mês, a 1 de Abril de 1922 na freguesia de Nossa Senhora do Monte.

João Paulo II também foi um homem de grande devoção do Sábado: Foi num Sábado, 13 de Abril de 1929 que faleceu a sua mãe. Foi num Sábado, 14 de Outubro de 1978, que entrou no Conclave donde, dois dias depois sairia já como Papa João Paulo II. Foi num Sábado, 13 de Maio de 2000, que ao visitar pela terceira vez o Santuário de Fátima, revelou o chamado terceiro segredo de Fátima, no qual ele próprio se revia. Finalmente, foi no primeiro Sábado do mês, 2 de Abril de 2005, que morreu santamente.


- Unidos na devoção e protecção MARIANA:

Carlos de Absburgo ao notar que no anel de casamento da mãe da sua noiva Zita estava gravado: Sub Tuum praesidium configimus, Sancta Dei Genitrix (À tua protecção nos recorremos Santa Mãe de Deus), logo mandou que a mesma inscrição fosse gravada na sua aliança e na da sua esposa. Mais tarde, aquando da Primeira Guerra Mundial, mandou que a mesma inscrição ‘Sub Tuum praesidium’ fosse gravada no sabre que havia de usar. Costumava visitar com frequência os vários santuários marianos e foi ajoelhado junto da imagem de Nossa Senhora de Cabeça Inclinada que o Jovem imperador tomou a coroa como soberano. Na sua chegada à baía do Funchal, ao olhar para a montanha viu a Igreja e as suas duas torres de Nossa Senhora do Monte, terá dito: ‘Deve ser um templo dedicado a Nossa Senhora; em breve iremos visitá-lo…’ Não só teve oportunidade de visitar, como de viver os últimos 45 dias da vida e aí descansar pela eternidade…

Também o Papa João Paulo II desde sempre expressou a mesma devoção mariana. Escolheu como lema do seu pontificado a expressão: Totus Tuus, Maria! (Sou todo teu, Maria). Era muito devoto de Nossa Senhora de Czestochowa, o grande santuário mariano da Polónia, consagrado à Mãe de Deus. Foi alvo de um atentado no dia de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, que segundo a sua fé, o protegeu e o amparou numa vida que se prolongou com gratidão por essa protecção. Também na Madeira João Paulo II rezou à mesma Senhora do Monte durante a concelebração eucarística no Funchal onde se encontrava a imagem da mesma Senhora…


- Unidos na HORA da sua chegada à MADEIRA:

O Imperador Carlos da Áustria, chegou ao Porto do Funchal, pelas 10H35 do dia 19 de Novembro de 1921, a bordo do cruzador inglês ‘Cardiff’.

À mesma hora, mas 70 anos depois, chegou de avião à Madeira outro ilustre visitante vindo do Oriente. Pelas 10H35 do dia 12 de Maio de 1991 chegou o Papa João Paulo II ao Aeroporto da Madeira.


- Unidos no MÊS e DIA da sua MORTE:

A Providência também juntou os dois Beatos no calendário da sua morte: O Imperador Carlos de Áustria faleceu no dia 1 de Abril de 1922, ao fim da manhã.

O Papa João Paulo II morreu no fim da tarde do dia 2 de Abril de 2005.


- Unidos no mistério PASCAL:

O Imperador Carlos da Áustria depois de uma subida ao Monte no seu calvário, com Cristo morreu para com Cristo ressuscitar.

         O Papa João Paulo II faleceu na véspera do II Domingo de Páscoa ou do Domingo da Divina Misericórdia. Morreu como viveu: mostrando o rosto misericordioso de Deus.


- Unidos no DIA da sua MEMÓRIA:

Foi o Papa João Paulo II que beatificou o Imperador Carlos de Áustria e determinou que a sua festa ou memória fosse celebrada no dia 21 de Outubro. Foi o dia do seu matrimónio, como exemplo de santidade matrimonial para os dias de hoje, recordando a promessa mútua do casal imperial: Agora devemos conduzir-nos um ao outro para o céu!

O dia escolhido para a festa e memória do Beato Papa João Paulo II foi 22 de Outubro, o início do seu pontificado, como eco da sua mensagem e missão: ‘Não tenhais medo de acolher Cristo…Procurai abrir, melhor, escancarar as portas a Cristo! Não tenhais medo!...’



De facto, nos assuntos de Deus não há coincidência, há Providência. Estes dois santos vieram de longe, vieram de Leste e ficaram para sempre unidos entre si e unidos à gente da Ilha da Madeira.

Cem anos



Celebramos precisamente hoje 100 anos do casamento do Imperador Beato Carlos de Áustria.
De facto a 21 de Outubro de 1922, na Igreja de Santo Estêvão em Viena, Carlos José de Habsburgo de Áustria casou com Zita, Princesa de Parma. O matrimónio foi presidido pelo Cardeal Bisletti, representante do Papa Pio X que em audiência privada a Zita preconizou o futuro do seu consorte como Imperador e revelou-lhe que as virtudes cristãs de Carlos seriam um exemplo para todos os povos.

No dia do seu casamento, Carlos confidenciou à sua esposa: “Agora devemos conduzir-nos um ao outro para o céu.”

A cerimónia foi fotografada e filmada. Ninguém podia imaginar que este seria o último casamento imperial dos Absbrugo. Carlos envergava a farda dos Dragões da Lorena e o colar da Ordem do Tosão de Ouro. Zita estava com vestido de cetim cor de marfim. Na cabeça, uma tiara de onde caía o véu. Ao pescoço, um colar de pérolas fechado por uma jóia. No pulso uma pulseira preciosa. Dos presentes, destacava-se o diadema de brilhantes, oferecido pelo imperador Francisco José. Carlos já tinha oferecido um cavalo à noiva, mas a prenda de casamento foi um colar de pérolas com 22 voltas. O “Sim” foi pronunciado em francês e o banquete servido em baixela de ouro do pai da noiva.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

A B C

Hoje celebramos 3 efemérides:
- O dies Natalis da Serva de Deus Madre Wilson, fundadora das Irmãs Franciscanas de Nossa Senhora das Vitórias, ou Vitorianas.
- O Aniversário da Dedicação da Sé Catedral do Funchal.
- A Festa de São Lucas, Apóstolo e Evangelista.

O nosso envolvimento é assim crescente, de uma congregação, passamos a uma diocese e desta à Igreja Universal.

Podemos acolher três simples mensagens, A, B, C:

A - de Alegria.
Segundo o Testemunho da Irmã Maria Salomé Barreto: "Depois da ida da Madre Wilson para o Convento de São Bernardino, parecia que ela tinha rejuvenescido. Longe estava de pensar que, no meio de tanta vida e tanta alegria, NOsso Senhor a chamaria uma semana após. Quando a ajudei a deitar-se e me deu a bênção com tanta satisfeição, disse-me que me fosse deitar e que, no outro dia, a chamasse cedo. Foram as últimas palavras ouvidas da sua boca; o médico disse que a sua morte foi DEVIDO À MITA ALEGRIA QUE SENTIA."
Morreu de alegria tal comotinha vivido a repartir alegria.
"Se há uma virtude a que devemos aspirar é a ALEGRIA", dizia muitas vezes.
Já que não seabemos se havemos de morrer assim de alegria, saibamos viver partilhando a alegria...

B - de Boa Nova
Jesus np recho do Evangelho envia os seus discípulos a anunciar a Boa Nova do Reino. São Lucas foi alguém que não só anunciou essa Boa Nova por palavras, isto é, com a boca, mas também com a mºao ou a escrita, como ainda através das obras, do bom exemplo ou da vida.
Saibamos nós também ser missionários da BOA NOVA através da nossa boca, da nossa escrita mas sobretudo através do nosso exemplo.

C - de Comunhão
A assinalarmos o aniversário da dedicação da Sé do Funchal tomamos consciência da nossa vocação à comunhão. Somos chamados a realizar uma Comunidade de fé, espernaça e caridade. É na comunidade local, na igreja diocesana que experimentamos a comunhão da Igreja universal.

domingo, 16 de outubro de 2011

A Deus o que é de Deus

Ano A - XXIX Domingo Comum

Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus.

É preciso dar a cada um o que lhe pertence.
Os interlocutores de Jesus queriam que ele olhasse para a moeda e Jesus levou a todos a olhar mais além ou mais íntimo.
E ensina-nos duas coisas:

Primeiro: nós pertencemos a Deus pois temos a sua imagem e inscrição: Somos feitos à imagem e semelhança de Deus. Assim como a moeda tem a efígie de César e deve ser entregue a César, assim também o coração humano pertence a Deus, pois tem a sua imagem e inscrição e então deve ser entregue a Deus. Nós somos então moedas valiosas do tesouro de Deus. E nunca perdemos o valor. Podemos estar sujas e maltratadas, mas nunca valemos menos aos olhos de Deus. Aliás em termos de moedas de Euros nós temos 8 moedas diferentes: 2 e 1 euros, 50, 20, 10, 5, 2 e 1 cêntimos. As moedas que somos nós têm todos o mesmo valor, pois Deus não faz acepção de pessoas…

Segundo: Mesmo o denário ao ter a imagem e a inscrição de César, não pertencia a César, mas sim do trabalhador que o ganhou com o seu trabalho. No tesouro de Deus, nós somos os seus denários, temos a sua imagem e ao mesmo tempo somos pertença de Deus pois foi Ele quem nos ganhou, quem nos fez, quem nos trabalhou… Só Deus pode dizer que a suas moedas têm a sua imagem e inscrição e ao mesmo tempo foram ganhos por Ele.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Esconder/Revelar


6ª Feira - XXVIII Semana Comum

Da 1ª Leitura:
"Felizes aqueles a quem foram perdoadas as ofensas
e absolvidos os pecados.
Feliz o homem a quem o Senhor não atribui o pecado."

De Santo Agostinho:
"Quando um homem descobre as suas faltas, Deus esconde-as.
Quando um homem esconde as suas faltas, Deus revela-as,
quando as reconhece, Deus esquece-as.!



quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Tentação de julgar

4ª Feira - XXVIII Tempo Comum

Carta aos Romanos 2,1-11.
“Não tens desculpa tu, ó homem, quem quer que sejas, que te armas em juiz.
É que, ao julgares o outro, a ti próprio te condenas,
por praticares as mesmas coisas,
tu que te armas em juiz.”

Isaac, o Sírio (séc. VII), monge santo das Igrejas Ortodoxas
Sentenças 117, 118:


Não alimentes o ódio contra o pecador, porque todos somos culpados.

Se, por amor a Deus, tiveres contra ele motivo de censura, lamenta-o.

Porque lhe terias tu ódio?

É o seu pecado que devemos odiar, e rezar por ele, se quiseres ser como Cristo, que, longe de Se indignar contra os pecadores, rezava por eles:

«Perdoa-lhes, Pai, porque não sabem o que fazem».

Qual seria então a razão para odiares o pecador, tu que não passas de um homem?

Seria por ele não estar à altura da tua virtude?

Mas onde está a tua virtude se te falta a caridade?






terça-feira, 11 de outubro de 2011

Beato João XXIII

Hoje comemora-se a memória litúrgica do Beato Papa João XXIII. Este foi o dia escolhido para essa memória pois foi a 11 de Outubro de 1962 que ele abriu o Concílio Ecuménico Vaticano II (faz precisamente 49 anos).

Na cidade de Roma, no ano de 1958, mais um Papa foi eleito. Os cardeais escolheram o sucessor do Papa Pio XII, o qual falecera após dirigir os destinos da Igreja Católica por 19 anos. Aos 77 anos, Ângelo Giuseppe Roncalli assumiu a Cátedra de Pedro com o nome de João XXIII. Era um homem simples que transmitia bondade, mansidão, benevolência e gentileza. Normalmente causava um impacto sempre favorável nas pessoas. Reconhecia claramente suas limitações e era dotado de um vivo senso de humor. Além da convocação do Sínodo romano, instituiu uma comissão para a revisão do Código de Direito Canónico e convocou o Concílio Ecuménico Vaticano II. Muito amante da Tradição da Igreja, desejava apenas levar o Senhor a todos os povos numa forma de comunhão eclesial mais directa e mais próxima. Este Papa exalava odor de santidade, sendo assim reconhecido pelo seu rebanho, que o chamava apenas de “Papa bom”. Buscava incansavelmente a paz para si mesmo e para todos os povos.

HOMILIA DO CARDEAL TARCISIO BERTONE,  NA EUCARÍSTICA
EM MEMÓRIA LITÚRGICA DO BEATO JOÃO XXIII
 
 
Para João XXIII a Igreja tem um rosto materno: a sua tarefa é manter os "braços abertos para receber todos". É uma "casa para os outros" que "quer ser de todos e, particularmente, a Igreja dos pobres, como a fonte da aldeia", sem distinção de raça ou religião.
Em 1960, num dos seus escritos, ele registou uma página memorável com notável sentimento de espiritualidade e religiosidade universal. Chama-se o Decálogo da serenidade e contém dez sugestões de conduta para o homem que deseja a paz.
 
 
DECÁLOGO DA SERENIDADE

1. Somente hoje, procurarei viver o presente em sentido positivo, sem querer resolver o problema da minha vida inteiramente de uma só vez.
 
2. Somente hoje, terei o máximo cuidado pelo meu aspecto: vestirei com sobriedade; não levantarei a voz; serei gentil nos modos; a ninguém criticarei; não pretenderei melhorar ou disciplinar alguém, a não ser eu mesmo.
 
3. Somente hoje, serei feliz na certeza de que fui criado para ser feliz não só no outro mundo, mas também neste.
 
4. Somente hoje, adaptar-me-ei às circunstâncias, sem pretender que as circunstâncias se adaptem aos meus desejos.
 
5. Somente hoje, dedicarei dez minutos do meu tempo a uma boa leitura, lembrando que como o alimento é necessário para a vida do corpo, do mesmo modo a boa leitura é necessária para a vida da alma.
 
6. Somente hoje, realizarei uma boa acção e não o direi a ninguém.
 
7. Somente hoje, farei algo que não gosto de fazer, e se me sentir ofendido nos meus sentimentos, farei de modo que ninguém perceba.
 
8. Somente hoje, organizarei um programa: talvez não o siga exactamente, mas o organizarei. E tomarei cuidado com dois defeitos: a pressa e a indecisão.
 
9. Somente hoje, acreditarei firmemente, não obstante as aparências, que a boa providência de Deus se ocupa de mim como se não houvesse mais ninguém no mundo.
 
10. Somente hoje, não temerei. De modo particular, não terei medo de desfrutar do que é bonito e de acreditar na bondade. Posso fazer, por doze horas, o que me espantaria se pensasse em ter que o fazer por toda a vida.
 
 
Conclusão: um propósito totalitário: "Quero ser bom, hoje, sempre, com todos".

Beato João XXIII, intercedei por todos nós!

domingo, 9 de outubro de 2011

Patrocínio Nossa Sra do Monte

Celeste Patrocínio de Nossa Senhora do Monte
Em preito de gratidão pelo auxílio materno na aluvião de 9 de Outubro de 1803

Padroeira Principal da cidade do Funchal e Secundária da Diocese do Funchal

1. Lição de Maria
Jesus foi visitar João através de Maria
Deus visita-nos através dos nossos irmãos
Deus visita os nossos irmãos através de nós.

2. Lição de Isabel
Donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor?
Com muito mais razão nos devemos admirar hoje:
pois recebemos a visita da mãe do Nosso Senhor
e também a visita do Próprio Senhor.

3. Lição de amor
O amor é sempre inédito, criativo, não cansa nem se cansa
O amor é fonte de transformação e de conversão.
- Filha de Deus
- Mãe de Deus
- Bendita entre as mulheres
- Feliz aquela que acreditou
– discípula - Mulher
- Mãe dos discípulos
De filha de Deus converte-se em Mãe de Deus, de mãe de Jesus converte-se em discípula de Jesus, e de discípula transforma-se em mãe dos discípulos.

4. Lição da Igreja
Maria na Igreja:
Dogma Maria Mãe de Deus Theotokos = Concílio de Éfeso 431
Dogma Maria sempre Virgem = Concílio de Latrão 649
Dogma da Imaculada Conceição = Pio IX 1854
Dogma da Assunção da Maria = Pio XII 1959
Isto recorda o carácter eclesial de Maria e carácter mariano da Igreja
A Igreja não é completa sem Maria
E Maria não é completa sem a Igreja.

5. Lição da História
Na tribulação recorreram a Maria em 1803
São Bernardo = Converti mais almas por meio de uma Avé-Maria que por meio de todos os meus sermões.
Cura de Ars = Ofereceu um ramalhete de flores no dia do onomástico do Cura de Ars: - Minha filha, disse o Santo, recebendo as flores, uma Avé-Maria vale mais do que tudo isto…
Outrora: uma prece a Maria é mais eficaz que muitas acções…
O patrocínio de Maria é mais importante que toda a intervenção humana.
A socorro divino é mais eficiente do que toda a ajuda humana.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Rosário

Hoje celebramos Nossa Senhora do Rosário, mas afinal o que é o Rosário?

Rosário - Pessoa, Oração ou Objecto

1. Oração conjugada ou comparticipada
A ocasião porque este dia se dedicou à solenidade do Rosário foi, como todos sabem, a vitória que o mesmo Rosário alcançou contra todo o poder otomano na famosa batalha naval do Mar de Lepanto, em que o príncipe Dom João de Áustria foi o Josué, que pelejou com a espada, o Papa Pio V o Moisés, que venceu com as orações, e a Senhora do Rosário a vara de Aarão florescente, que na mesma hora da batalha, levada em procissão por todas as cidades da Cristandade, ao passo que dava vitória, ia ostentando o triunfo.

2. Oração de louvor
O que hoje chamamos Rosário, antes que as Ave-Marias se convertessem milagrosamente em rosas, chamava-se o Saltério da Virgem, porque assim como o Saltério era composto de 150 salmos, assim o Rosário se compõe de 150 saudações angélicas.

3. Oração e meditação
O Rosário compõe-se de oração vocal e mental; vocal nas orações que reza: mental nos mistérios que medita. Enquanto rezamos falamos com Deus: enquanto meditamos fala Deus connosco. O nosso rezar são vozes, o nosso meditar é silêncio; mas neste silêncio ouvimos melhor do que somos ouvidos nas vozes, porque nas vozes ouve-nos Deus a nós, no silêncio ouvimos nós a Deus.
 
4. Oração e compromisso
O Rosário, Saltério da Virgem, composto à semelhança do Saltério de David, com as dez cordas do Decálogo e mais as cinco do Quincálogo. O Rosário, espelho dos exemplos e mandamentos de Deus. O Rosário trazido e rezado é devoção, mas não rezado e trazido é hipocrisia: O hipócrita – diz S. Bernardo – traz a santidade no vestido, porque a não tem no espírito. Ajustemos as contas que havemos de dar a Deus: quem quiser dar boas contas a Deus, reze pelas do Rosário.

(Inspirado em Sermões do Pe. António Vieira, Séc XVII)

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Pai que estais na terra

4ª Feira - XXVII Semana Comum

1ª Reflexão
Jesus estava a orar e alguém pediu: ensina-nos a rezar também.
A oração contagia.
Se eu ao rezar não desperto em quem me rodeia vontade de rezar também, é porque não estou a rezar bem...

2ª Reflexão
O Pai Nosso é a oração de comunhão e de união: une dois mundos, o céu e a terra, une o tempo e a eternidade, une duas vontades a nossa e a de Deus, une o amor a Deus e ao amor ao próximo, une a necessidade da alma e a necessidade do corpo...

3ª Reflexão
Acaba de ser publicado um livro do Pe. José Tolentino Mendonça com o título: Pai nosso que estás na terra.
Ainda não li nada, mas gosto do título.
Quando rezamos trazemos Deus até à terra - por isso podemos dizer Pai Nosso que estais na Terra.
Mas não posso esquecer que quando rezo projecto-me até ao céu.

O Pai Nosso traz-nos Deus até à Terra
e leva o homem até aos Céus.

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Francisco de Assis

Hoje celebra-se a memória de São Francisco de Assis

Francisco de Assis, banhado em lágrimas, disse um dia a Jesus:

- Eu amo as flores e as estrelas,
amo o coração dos homens e todas as coisas belas.
Ó Senhor, tendes que me perdoar,
porque somente a Vós eu devo amar!

Mas Jesus, contente, respondeu:

- Eu amo as flores e as estrelas,
amo o coração dos homens e todas as coisas belas.
Como também amo este Santo
que comigo se parece tanto.
Não chores mais então, cantor da Luz:
tu amas aquilo que ama Jesus!