Dia de Reis ou da Epifania
Os Pobres Reis
Magos
Em geral pensamos
que os Reis Magos eram pessoas muito ricas, vestidas de brilhantes, da alta
sociedade a rondar o estrelato que se deram ao luxo de fazer um safari até
Belém para oferecer ao Deus Menino aquilo que lhes sobrava – Ouro, incenso e
mirra.
Mas isto não
está no Evangelho nem se coaduna com a mensagem que o autor sagrado nos quer
transmitir.
Então quem eram
e que aconteceu realmente?
Só sei que eram
pessoas muito simples, até mesmo pobres e humildes e que tinham responsabilidades
comunitárias.
Sentiram-se
chamados a ir à fonte de inspiração para o serviço das suas comunidades. E
partiram.
Depois de várias
peripécias chegaram a Jerusalém onde Herodes não os quis receber, pois não eram
nem ricos nem poderosos. Como disseram que iam ao encontro de um grande Rei,
então Herodes chamou-os secretamente, porque talvez pudesse ganhar alguma coisa
com essa situação.
E chegaram a Belém.
Entraram na casa onde se encontrava o Menino com quem tinham sonhado.
E encheram-se de alegria por terem chegado ao seu destino e pelo seu percurso não ter sido em vão.
E encheram-se de alegria por terem chegado ao seu destino e pelo seu percurso não ter sido em vão.
E como
agradecer, se não tinham nada?
Então um Mago tirou
a coroa de ouro, a única coisa de valor que trazia e entregou a Jesus que ficou
como um rei.
O outro tirou a
longa faixa do turbante branco que cobria a sua cabeça e entregou-o ao Menino,
qual sudário de homem mortal.
O terceiro tinha
apenas o seu cachimbo do qual saia fumo, qual incenso que perfumava o ambiente
e se elevava para o céu e depositou-o aos pés de Jesus, como Filho do Deus
Altíssimo.
Assim, tudo o
que ofereceram foi fruto da sua generosidade, da sua renúncia e da sua pobreza.
Ofereceram tudo o que tinham e não aquilo que lhes sobrava.
E Jesus abençoou
tal desprendimento, sacrifício e humildade.
Os Pobres Reis
Magos regressaram enriquecidos, porque valorizados e diferentes, para as suas
comunidades distantes.
Levavam mais do
que trouxeram.
Levavam uma
tríplice mensagem:
1ª - Vale sempre
a pena levantar os olhos para a nossa estrela. Não vale a pena viver
cabisbaixos, deprimidos, tristes. É preciso olhar para o Céu.
2ª – Vale sempre
a pena deixar-se iluminar pela nossa estrela. Que ela brilhe no nosso coração
para não andarmos nas trevas ou no erro.
3ª - Vale sempre
a pena pôr-se a caminho, deixando-nos guiar pela nossa estrela. Não podemos
marcar passo, mas avançar, progredir, ir em frente.
Só assim iremos
ao encontro do Outro e dos outros, ou seja, de Deus e dos irmãos.
Os Pobres Reis
Magos chegaram à sua terra e partilharam tudo isto que aprenderam com toda a
generosidade, sacrifício e humildade.
E todos ficaram
a saber que afinal a Estrela era o Menino Jesus e a partir daí o Deus Menino
passou a ser de facto a sua Estrela.
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