Na festa do Apóstolo São Tiago de Compostela partilho
uma reflexão sobre o caminho dos peregrinos, adaptada do recém-nomeado
arcebispo D. José Tolentino Mendonça.
O Peregrino tem, em português um nome que deriva de uma forma latina: per ager, que significa através dos
campos, ou per eger, para lá das
fronteiras.
Define-se assim por uma extraterritorialidade
simbólica que o fez, momentaneamente, viver sem cidade e sem morada.
Experimenta uma espécie de nomadismo: não se demora em
parte alguma, come ao sabor da própria jornada, dorme aqui e ali.
Num tempo ferozmente cioso da produção e do consumo,
ele é um elogio da frugalidade e do dom. Relativiza a prisão de comodismos,
necessidades, fatalismo e desculpas.
O peregrino tem a oração por asas e o infinito por
horizonte.
No caminho de Santiago prega-se que a vida é uma
peregrinação e que também podemos rezar com os pés.
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