A Despedida de Nossa Senhora do Rosário
de Fátima
Primeiro
escrito da vidente Lúcia sobre as aparições, feito a pedido do seu confessor,
no Asilo de Vilar, Pe. Manuel Pereira Lopes. Publ.: DCF, III-3 - Doc. 685,
05/01/1022
A
Sexta aparição, 13 de outubro de 1917
Como
todos os outros meses dirigimo-nos ao pé da carrasqueira para vermos a Senhora.
Deu um relâmpago e apareceu a Senhora.
-
O que é que vossemecê me quer hoje?
-
Quero-te dizer que não ofendam mais a Deus Nosso Senhor porque já está muito
ofendido e que continuem a rezar o terço todos os dias e quero que façam aqui
uma Capelinha à Senhora do Rosário.
-
Então como é que vossemecê se chama?
-
Eu sou a Senhora do Rosário.
Agora
eu compreendi que ela disse assim: “Quando Eu chegar ao céu a guerra acaba
hoje”. Mas a minha prima Jacinta disse que ela tinha dito deste modo. “Se o
povo se emendar, a guerra acaba hoje. Por isto não posso afirmar de qual foi o modo
que ela pronunciou estas palavras.
-
Quero-lhe pedir por aquelas pessoas que me pediram para a Senhora as curar,
umas coxas, outras cegas outras mudas, outras doentes.
-
Umas curo outras não.
E
nisto subiu para o lado do nascente como todos os outros meses; indo a tal
altura que o azul do céu e as nuvens não nos deixaram ver mais. Tendo-se
escondido, olhámos para o sol e vimos ao lado direito do sol um homem da cinta
para cima, com um menino ao colo fazendo cruzes † com a mão direita; e na outra
tinha um menino vestidinho de branco, tinham em volta um grande resplendor que
nos não deixava olhar à nossa vontade. Ao lado esquerdo, Nossa Senhora tal qual
tinha descido à azinheira. Acabando
de fazer as cruzes Santo José com o Menino e Nossa Senhora desapareceram. Logo
em seguida apareceu ao lado direito do sol Nosso Senhor vendo só da cinta para
cima, tinha o vestido vermelho. Do
outro lado Nossa Senhora das Dores com um manto roxo; e sempre cobertos com o
resplendor que parecia cegar-nos; com isto desapareceram e nunca mais vi nada
até hoje. O vestido de Nossa Senhora era destas cores: o vestido era todo branco;
tinha duas estrelas da cinta para baixo, uma na direção da outra; ao pescoço um
cordão com uma bola chegava até à cinta; as mãos postas, e delas caíam umas
contas não sei se era Rosário se era Terço branco com um crucifixo, também branco.
O manto cobria-lhe a cabeça até ao fim do vestido. Tinha uma beirinha doirada;
os pés não sei se tinham meias se vinham descalços, porque eu não lhe
diferenciava os dedos, era por causa da luz que não me deixava fiá-los, tudo em
volta dela era uma luz tão brilhante e tão forte…
O
milagre do sol
Carta
do Pe. Manuel Pereira da Silva1, pároco de Monte Redondo, ao Pe. António
Pereira de Almeida, então na paróquia de Mata Mourisca, concelho de Pombal,
sobre a aparição do dia 13 de outubro de 1917. Publ.:
DCF, III-1 - Doc. 55
Meu
caro
O
prometido é devido. Escrevo-lhe de Monte Redondo às 9 e ½ da noite de 13 do
corrente. Nossa
Senhora fez-me a vontade. Dignou-se dar sinal evidente da sua aparição às
pequenas da Fátima.
Ao
meio dia estavam na Fátima mais de noventa automóveis, uma infinidade de carros
de todos os tamanhos, formas e feitios, e uma multidão enorme de pessoas. Tudo
molhadinho, encharcado, a escorrer, mas alegre. Cerca do meio dia vieram as
pequenas ao local e começaram, como de costume, rezando o terço. Acabado ele,
perguntaram os pequenos a Nossa Senhora do Rosário se dava o tal sinal
prometido. Imediatamente apareceu o sol com a circunferência bem definida.
Aproxima-se como que até à altura das nuvens e começa girando sobre si mesmo vertiginosamente
como uma roda de fogo preso, com algumas intermitências, durante mais de oito
minutos. Ficou tudo quase escuro e as feições de cada um eram amareladas. Tudo
ajoelhou mesmo na lama. Em todo o tempo, aqui e além, cantava-se, rezava-se,
etc. Tudo saiu satisfeito. As pequenas disseram que apareceu Nossa Senhora do Rosário.
Depois apareceu (quando o sol deu sinal) S. José. As pequenas disseram que este
dissera que hoje, ou breve, seria arvorada a bandeira da paz; que rezassem o
terço que em breve cá teriam as nossas tropas; que fizessem penitência, que
mudassem de vida, de contrário se acabaria o mundo…
Sem comentários:
Enviar um comentário