Ano A - XXIV Domingo Comum
Um miúdo
acompanhou a sua avó quando esta foi à igreja confessar-se. Era um templo
moderno, com confessionários acolhedores e práticos: uma luz verde para mostrar
que estava livre, outra vermelha quando ocupado. À saída o neto perguntou:
- Então a
avó mão teve medo de subir naquele elevador?
- Qual
elevador?
- Aquele
onde a avó se ajoelhou dentro da igreja.
Bem se
esforçou aquela mulher em explicar que não era nenhum elevador mas não sei se o
miúdo ficou convencido. Só sei que a partir daí eu sempre encarei a confissão
como um acto de elevação.
Quem é
perdoado, num gesto concreto de arrependimento, eleva-se até ao céu. Quantas
vezes devo perdoar? Tantas vezes quantas eu preciso de ser perdoado. A parábola
deste Domingo mostra que quem não perdoa é porque não soube acolher o perdão
que os outros lhe davam.
Perdoar
70 X 7, isto é, sempre:
Porque se
errar é humano, perdoar é divino.
Porque a
única medida do perdão é perdoar sem medida.
Porque
quem ama perdoa e quem perdoa ama.
Porque,
por incrível que pareça, cada pessoa é susceptível de mudança.
Porque
posso condenar o pecado mas nunca o pecador.
Só assim
elevar-me-ei até ao céu através desse ascensor que é o perdão.
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