A) O que fez:
O Leão Dehon sempre foi um homem super dinâmico.
Tinha um espírito de iniciativa muito espontâneo.
Experimentou muita coisa, inovou, estudou, treinou, aprendeu tudo o que poderia ser útil nas suas grandes causas.
Considerava-se um homem de escrivaninha e não um homem de acção ou de trabalho manual, mas não deixou de fazer tanta coisa…
Lia muito, estudava sempre, observava, tomava apontamentos…
Apesar disso sentia-se limitado na escrita ou na literatura.
Podemos fazer uma vasta lista de todos os seus passatempos, ocupações de tempos livres ou hobbies:
1.
Tive uma viva atracção, que duraram toda a minha vida, para construir capelas. A minha mãe tinha estatuetas, imagens piedosas, e até alguns relicários que tinha arranjado no pensionato de Charleville. Tudo isso tornou-se imediatamente o armamento da minha capela… No Verão, as flores eram o ornamento da minha capela. (NHV, I)
2.
Cedo tomei também o gosto da jardinagem; tive sempre o meu jardinzinho. (NHV, I)
3.
Sentia atracção para a dança e para as reuniões mundanas. (NHV, I)
4.
Fizeram-me representar, na distribuição dos prémios (no Pensionato de La Capelle), o papel no Avarento de Molière. Ostentei nisso não pouca vaidade. (NHV, I)
5.
Entrei na Congregação da S.S. Virgem em Hazebrouck, pia associação. Fui secretário e depois vice-presidente da associação.
Também entrei na sociedade de S. Vicente de Paulo. Fui dela tesoureiro durante muito tempo. (NHV, I)
Este segundo ano em Hazebrouck teve as suas graças especiais. Tornei-me acólito e tomei um grande gosto pelas coisas do altar. Mais tarde, encontraria, em Roma, nas mesmas funções de sacristão, um meio de estar muitas vezes ao pé do Senhor durante os recreios, e de ter ao meu cuidado tudo o que era da capela. (NHV, I)
6.
No Círculo eu fazia, em Paris, a minha partida de Whist (jogo de cartas) à noite com alguns frequentadores. (NHV, I)
7.
Tomava chá em família e muitas vezes havia excelente música. (NHV, I)
8.
(Durante os estudos em Paris) Com meu irmão, demos alguns passeios aos Campos Elísios, fomos às corridas de cavalos e assistimos a algumas peças de teatro escolhidas. (NHV, I)
9.
Eu tomava lições de piano e de desenho, mas nunca fui artista. (NHV, I)
10.
Na Inglaterra ficou alojado em casa de uma família. “Partilhamos a mesa com a família e o jogo de Whist. (NHV, I)
11.
Comecei a falar em público na Obra da Doutrina da fé em S. Suplício. Tinha mais boa vontade que talento. Fui catequista.
12.
No mês de Julho inscrevi-me na confraria do S. Coração 1859)
Fui admitido ao círculo católico a 16 de Dezembro de 1859 (NHV, I)
13.
Fazer pesquisas sobre a sua família (árvore genealógica). (NHV, I)
14.
Sob a influência do seu amigo Leão Palustre tornou-se um amador de arqueologia. Foi membro da sociedade francesa a partir de Setembro de 1862. Iria conservar um posto muito acentuado pela arqueologia e pelas belas-artes, até à época em que estaria demasiado ocupado pelas suas obras sociais. (NHV, I)
15.
Nas margens do rio (a 31 de Janeiro de 1965), caçámos para distrair e trouxemos para o barco algumas poupas, cotovias e outras. (NHV, II)
16
Na primavera desse ano (1866) entrei na ordem terceira de S. Francisco a 21 de Março. Já tinha tentado em Paris, mas não tinha perseverado Desta vez fui fidelíssimo até ao dia em que os meus votos religiosos fizeram cair esses laços anteriores com a Ordem Terceira (NHV III)
17.
Tinha uma pequena recolha de frases… (NHV, III)
18.
Na minha formação faltava-me a literatura. Só foi mais tarde que eu retomei um pouco de gosto pela literatura. Compreendo, mas tarde demais, que com pouco mais de arranjo, muitas vezes eu teria dado mais eficácia à minha palavra. (NHV, III)
19.
No fim das férias em La Capelle, preguei, confessei, ensinei latim… De manhã e de tarde ia à velha igreja e passava horas deliciosas no jardim rezando o meu breviário e o meu terço, fazendo boas leituras… (NHV, III)
20.
Em Agosto (de 1870) eu já começara a dar explicações de Latim a vários rapazes que estavam no Seminário Menor ou que desejavam entrar nele. Continuei até Março. Tinha 4 alunos que vinham cada dia à minha casa. Dois chegaram ao sacerdócio. (NHV, V)
21.
Três meses depois comecei a reunir uma meia dúzia no meu quarto, no Domingo depois das Vésperas. Eles viam alguns livros ilustrados e brincavam por alguns instantes. O Patronato tinha começado. Mais tarde era num pátio, As crianças brincavam duas horas depois e fazia-lhes uma conversa no estudo. (NHV V)
22.
Os meus breves contos interessavam as crianças (do Patronato) porque eu narrava coisas vistas e passadas. (NHV, V)
23.
Feliz é tu, Palustre, que podes entregar-te assim ao estudo. Quanto a mim, deixando-me guiar pela Providência, tornei-me homem de acção, apesar do meu gosto pelo trabalho de escrivaninha. (NHV, V)
24.
Cada Domingo, eu falava às crianças do Patronato. Relatava alguma das minhas recordações de viagens, fotografias, objectos do país etc. As crianças precisam tanto de coisas concretas para ficar com atenção. (NHV, V)
25.
Notas quotidianas, não fui fiel este ano em escrever as minhas impressões quotidianas (diário)… (NHV, V)
26.
Eu não gostava da literatura pura, o romance, o que se chama arte pela arte. (NHV, V)
27.
Organiza lotarias… para angariar fundos para o Patronato (NHV, V)
28.
É Jornalista:
No mês de Dezembro de 1874 começa a sair o Jornal Conservateur de l’Aine, por ele fundado. (Pe. Dehon escreve imensas crónicas e outros artigos, não só neste, mas em vários jornais e revistas) (NHV, VI)
29.
Em Agosto de 1875, recusa o professorado na universidade. (NHV, VI)
30.
Na obra, nós tínhamos 3 ou 4 festas por ano e outras excepcionais… Representavam-se dramas… Eu tornava-me então ensaiador, sugeridor (ponto), maquinista. Isso exigia-me muito tempo e paciência. Dávamos as peças duas vezes, para os benfeitores e para os pais dos nossos jovens. (NHV, VI)
31.
Escritor – Várias dezenas de obras: manuais, sociais, espirituais, biografias, discursos, conferências, estudos…
32.
Conferencista
Não só nas chamadas conferências romanas de 1897 a 1900 sobre a questão social, mas também nos mais diversos congressos a nível diocesano, nacional e internacional sobre as obras.
33.
A Santa Sé deu-me uma certidão de correcção doutrinal ao nomear-me consultor do Índice. Em todo aquele apostolado eu não via senão o levantamento dos pequenos e dos humildes, segundo o espírito do Evangelho.” (NQ 1916)
34.
Durante a primeira Guerra Mundial, quando ficou confinado em Saint Quentin por três anos, continuou trabalhando no jardim, diariamente e cortando madeira. (NQ)
B) O que ensinou ou escreveu:
“Emprego do tempo
Cada dia tem a sua oportunidade; cada hora, a sua graça.
O tempo é o veículo da graça, o carro que traz a graça.
O tempo prepara o nosso valor de amanhã e a nossa recompensa para a eternidade.
Evitar toda a perda de tempo nos convites, nas distracções, nas simpatias humanas, nos trabalhos sem fim sobrenatural.
Há livros para conservar, os clássicos, a teologia.
Uma boa revista pode ajudar
É preciso evitar: os livros pouco úteis, os jornais demasiado numerosos, as relações sem utilidade.
Horário e obras:
É preciso ter um horário determinado para todas as circunstâncias da vida.
Horas de levantar e de deitar,
Da missa e do ofício.
Do estudo e dos trabalhos de escrita
É preciso saber limitar as horas de recreações, de distracções, de relações exteriores.”
(NQ 247)
“O trabalho é bom para a saúde da alma.” (ACJ 1, Pág. 37)
“O trabalho afasta mil tentações. O demónio não tem poder sobre as almas ocupadas. Ele não tem nada a sugerir àquele que trabalha.” (ACJ 1, Pág. 175)
“Pede por mim aos teus jovens para fazer cada dia alguns trabalhos manuais para a saúde da alma e do corpo. Há árvores secas para cortar, terras para lavrar, etc. “(Carta ao Pe. Falleur, 26/09/1901, Inv. 314.13, AD: B20/8.6)
“Todos os Santos amaram o trabalho assíduo e santificado.” (ACJ 1, Pág. 112)
quarta-feira, 26 de agosto de 2009
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