quarta-feira, 2 de abril de 2025

Dimensão maternal de Deus


4ª feira – IV semana da quaresma

Deus é Pai e é Mãe.

Não há pai sem mãe,

nem mãe sem pai.


Deus pai e mãe. João Paulo I dizia que Deus é mãe. As feministas suprimem da Bíblia as formas "machistas". Por outro lado, a Bíblia não será talvez tão radical na sua supremacia masculina, e João Paulo II falava de «reciprocidade e complementaridade» dos sexos, apoiando-se nas Sagradas Escrituras. Então não há de ter medo de dizer que Deus é pai e mãe.

Tomemos dois exemplos do livro de Isaías: «Acaso pode uma mulher esquecer-se do seu bebé, não ter carinho pelo fruto das suas entranhas? Ainda que ela se esquecesse dele, Eu nunca te esqueceria» (49, 15); «Como a mãe consola o seu filho, assim Eu vos consolarei» (66, 13). O Antigo Testamento atribui regularmente a Deus «entranhas maternais», sinal de amor espontâneo, instintivo, absoluto.

Exteriormente Deus mais se parece com um Pai, mas interiormente se parece com uma mãe.

Pode legitimamente falar-se de uma dimensão maternal de Deus, não esquecendo que se trata sempre de um antropomorfismo, de um símbolo, como a dimensão paternal, para exprimir o mistério divino inefável e representar a realidade do Incognoscível.

Palavra de Deus incarnada, a Bíblia privilegia o rosto paternal de Deus aos olhos dos condicionalismos culturais onde se manifestou.

O mundo moderno, sensível «à reciprocidade e à complementaridade» dos sexos, mencionadas várias vezes pelo papa João Paulo II, encorajou esta interpretação dos textos bíblicos.

Goethe afirmava muito acertadamente que «nós podemos falar de Deus de forma antropomórfica (sobre o modo humano) porque somos teomórficos (em forma divina)».

(Adaptado de Gianfranco Ravasi, Cardeal)

 

Ver também:

Deus nunca se esquece

Não é homem feito Deus

Critérios de avaliação

Levar a sério

Pai nosso ou mãe nossa

 

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