4ª feira – IV semana da quaresma
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Deus é Pai e é Mãe.
Não há pai sem mãe, nem mãe sem pai. |
Deus pai e mãe. João Paulo I dizia que Deus é mãe. As
feministas suprimem da Bíblia as formas "machistas". Por outro lado,
a Bíblia não será talvez tão radical na sua supremacia masculina, e João Paulo
II falava de «reciprocidade e complementaridade» dos sexos, apoiando-se nas
Sagradas Escrituras. Então não há de ter medo de dizer que Deus é pai e mãe.
Tomemos dois exemplos do livro de Isaías: «Acaso pode
uma mulher esquecer-se do seu bebé, não ter carinho pelo fruto das suas
entranhas? Ainda que ela se esquecesse dele, Eu nunca te esqueceria» (49, 15);
«Como a mãe consola o seu filho, assim Eu vos consolarei» (66, 13). O Antigo
Testamento atribui regularmente a Deus «entranhas maternais», sinal de amor
espontâneo, instintivo, absoluto.
Exteriormente Deus mais se parece com um Pai, mas
interiormente se parece com uma mãe.
Pode legitimamente falar-se de uma dimensão maternal
de Deus, não esquecendo que se trata sempre de um antropomorfismo, de um
símbolo, como a dimensão paternal, para exprimir o mistério divino inefável e
representar a realidade do Incognoscível.
Palavra de Deus incarnada, a Bíblia privilegia o rosto
paternal de Deus aos olhos dos condicionalismos culturais onde se manifestou.
O mundo moderno, sensível «à reciprocidade e à
complementaridade» dos sexos, mencionadas várias vezes pelo papa João Paulo II,
encorajou esta interpretação dos textos bíblicos.
Goethe afirmava muito acertadamente que «nós podemos
falar de Deus de forma antropomórfica (sobre o modo humano) porque somos
teomórficos (em forma divina)».
(Adaptado de Gianfranco Ravasi, Cardeal)
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