Festa da conversão de São Paulo
Trata-se
de uma conversão ou de uma vocação?
Não conheço
nenhum outro apóstolo, discípulo, pastor ou santo que tenha uma festa assim,
nem da sua conversão nem da sua vocação, e não faltariam candidatos.
A
Liturgia chama conversão ao que aconteceu na estrada de Damasco, mas há
continuidade na sua história, pois até o próprio Ananias que foi enviado por
Deus para junto de Paulo diz-lhe: O Deus nos nossos pais destinou-te… Tu serás
testemunha de todos os homens acerca do que viste e ouviste.
Parece
que a experiência de Paulo é um chamamento para uma vocação específica.
Não
podemos ficar apenas nestas duas alternativas ou na complementaridade dizendo
que toda a conversão é uma vocação e toda a vocação é uma conversão.
A tónica
não está nem na missão recebida nem na experiência de transformação ou
conversão.
O
mais importante do episódio é a Cristofania, isto é, a revelação de Cristo e a
sua identificação com os discípulos (perseguidos ou não) – Eu sou Jesus
Nazareno, a quem tu persegues.
Portanto,
não falemos nem de conversão, nem de vocação, mas de identificação – de Cristo com
os discípulos e, a partir de então, de Paulo com Cristo,
A Cristofania
consiste em Cristo se identificar com os discípulos para que Paulo comece a
identificar-se com Cristo.
À
margem:
Não
sabemos se houve cavalo ou não, mas apenas que Paulo surgiu caído por terra e
com os olhos cegos.
E
assim começou uma viagem, tão longa que o levou até à eternidade.
Nunca
avançou tanto como quando estava caído por terra.
Nunca
viu tão claramente como quando esteve sem vista durante os três dias seguintes.
Cada
discípulo tem também uma viagem assim. Nunca avançamos tanto como quando
estamos prostrados, simples, humildes, pequeninos. E nunca vemos tão bem como
quando só com o olhar interior.
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