Ano A - Solenidade da Santíssima Trindade
O
grande artista Nicolleto Semitecolo representou Deus de modo admirável: Fê-lo
com um ícone dedicado à Santíssima Trindade. É uma conexão entre o Pai e Jesus
e no envolvimento do Espírito Santo:
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As mãos correspondem-se. Até as mãos do Pai parecem trespassadas. O próprio
Pai, em Jesus, se oferece, se envolve. É a paixão de Deus, o sofrimento do Pai.
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Há simetria entre as duas auréolas. Cristo é luz da lua. A auréola de Jesus
está relacionada com a luminosidade de Deus.
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Há um contraste entre o manto azul do Pai, o vestido vermelho da realeza e o
corpo nu de Jesus. Diz São Paulo: Jesus Cristo, que é de natureza divina, não
se considerou como usurpação ser igual a Deus; no entanto, esvaziou-se a si
mesmo, tomando a condição de servo. Tornando-se semelhante aos homens… (Fl 2,
6-7) Esta é a sua glória.
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Jesus está diante do Pai. Está mais abaixo em relação a quem os olha. Dele se
pode subir até ao Pai. Ele é o caminho (Jo 14, 1-6). Ninguém conhece o Pai
senão o Filho e Aquele a quem ele o queira revelar (Mt 11, 27).
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Os olhos de Jesus são idênticos aos do Pai. Assim Deus, através de Jesus olhou
e olha o mundo e a humanidade.
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Os braços de Jesus estão abertos. Seguram-nos o Pai. Nele tornam-se
disponíveis. Jesus é a sua ação, a sua intervenção. Nele, Deus entra como ator
na história e salva-a por dentro. Mais do que Deus omnipotente deve-se falar de
Deus omni-abrangente.
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Jesus tens os sinais da cruz. Assinalam a sua história. Dizem qualquer coisa da
sua identidade. O sangue continua a sair. Cristo é a fonte perene de graça (cf.
Jo 19, 34). Jesus assume e reassume o sofrimento. Está quase pregado
(voluntariamente) à sua disponibilidade. Com os sinais da paixão vive imortal.
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Uma pomba paira entre o rosto do Pai e o de Jesus. É o Espírito Santo. É o
respiro dos dois. Relaciona-os. Fá-los encontrarem-se. Procede dos dois. É a
intuição, a criatividade, a fantasia de Deus.
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