Traços
de um retrato
Como
era a Senhora da Cova da Iria?
Como
devem ser as imagens de Nossa Senhora de Fátima?
Evidentemente
que nunca será possível materializar a Visão da Cova da Iria. Ela pertence ao
Sobrenatural e a arte só lida com a natureza.
Estatura
Qual
a altura da Senhora que apareceu sobre a azinheira? Os videntes calcularam-na
várias vezes em 1 metro. Aquele metro na linguagem das crianças, significava
muito mais, na verdade. Compararam-na a uma jovem de estatura normal com 14 ou
15 anos de idade, uma jovem que teria portanto cerca de 1,65 cm. Além disso
chamavam-na de Senhora, ainda antes de saberem quem era.
Se
a imagem da Capelinha é apenas de 1 m, deve-se isso ao facto de ser posterior
ao nicho para que foi feita. Quem a mandou esculpir queria-a de tamanho
natural, mas teve de a restringir às dimensões do nicho, Ela foi feita para o
nicho em vez de o nicho ser feito para ela. Uma imagem historicamente exata
deverá ter portanto cerca de 1,65 m que é aliás a altura média da mulher
portuguesa.
Vestes de Nossa
Senhora
O vestuário da Senhora da Cova da Iria compõe-se apenas de um vestido cingido
ao pescoço e na cinta, com algumas pregas e um manto que a cobre da cabeça aos
pés.
Cordão e Bola
sobre o peito
Os
documentos primitivos falam dum cordão que a Senhora trazia ao pescoço e do
qual pendia uma bola. Uma imagem historicamente correta deve ter um cordão de
ouro ao pescoço a terminar num globo dourado sobre o peito. É muito importante
o significado deste globo – símbolo do mundo – e importante também o lugar que
ele ocupa – sobre o coração. Não se deve omitir isso, porque nada é
insignificante nas aparições de Fátima.
Enfeites
Porque
a tal imagem estrangeira que serviu de modelo tinha enfeites à roda do manto,
uma espécie de silva de ouro a toda a volta, mais uma vez se falseou a estátua
acrescentando-lhe uma nova superfluidade. Nenhum depoimento fala destas silvas.
Um fio de ouro, na orla do manto, era a única enfeite que a Senhora
apresentava. Lição de simplicidade e dignidade que importa defender.
Terço
A
Virgem trazia um terço branco. Eis outro pormenor em que falham a maioria, para
não dizer a totalidade, das estátuas de Fátima. É que o terço não envolvia as
mãos. Descia pelo meio delas e pelas costas da mão direita. Ela abria e
afastava as mãos sempre que falava. Abriu-as quando revelou o seu Coração Imaculado
quando se deu o fenómeno dos feixes de luz e a visão do inferno. Nessa altura,
o terço ficava naturalmente na mão direita.
Atitude
A
atitude dela era a de quem reza. Talvez fosse por isso que ela se manteve
sempre direita. As inclinações da cabeça e do tronco para a frente e para os
lados que algumas imagens apresentam são outras invenções detestáveis do nosso
fecundo senso artístico.
Rosto
Todos
os videntes confessam uma incapacidade total para descreverem o rosto da Senhora.
Em 1920 quando Jacinta tinha sido operada no hospital da Estefânia ela tinha
sobre a cama vários santinhos com que se entretém. Um sobretudo a encanta. É o
de Nossa Senhora do Sameiro, que felizmente ainda hoje se guarda. Porquê?
-
Porque se parece com Ela!
O
rosto da Senhora de Fátima era assim: Perfeito, equilibrado, fino, como o da
Imaculada Conceição da montanha de Braga. Não tinha, nem podia ter, aquela
forma abonecada demasiadamente redonda da imagem da Capelinha das Aparições.
Cf. M. Dias Coelho, Depoimentos de Pastoral, como era a Senhora da Cova da Iria, in Lumen, Vol XXIX, Julho de 1965, Fasc VII, pag 590 ss.
Do Pintor português, Henrique Medina de
Barros (18/08/1901-30/11/1988). Trabalhou em Inglaterra, Itália, Brasil e
Estados Unidos. Em Hollywood retratou grandes artistas, uma das quais serviu de
modelo para o quadro de Nossa Senhora de Fátima da Igreja Paroquial de Santo
António em East Falmouth, Massachusetts.
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