quinta-feira, 12 de maio de 2016

Testemunho (3)

Traços de um retrato

Como era a Senhora da Cova da Iria?
Como devem ser as imagens de Nossa Senhora de Fátima?
Evidentemente que nunca será possível materializar a Visão da Cova da Iria. Ela pertence ao Sobrenatural e a arte só lida com a natureza.

Estatura
Qual a altura da Senhora que apareceu sobre a azinheira? Os videntes calcularam-na várias vezes em 1 metro. Aquele metro na linguagem das crianças, significava muito mais, na verdade. Compararam-na a uma jovem de estatura normal com 14 ou 15 anos de idade, uma jovem que teria portanto cerca de 1,65 cm. Além disso chamavam-na de Senhora, ainda antes de saberem quem era.
Se a imagem da Capelinha é apenas de 1 m, deve-se isso ao facto de ser posterior ao nicho para que foi feita. Quem a mandou esculpir queria-a de tamanho natural, mas teve de a restringir às dimensões do nicho, Ela foi feita para o nicho em vez de o nicho ser feito para ela. Uma imagem historicamente exata deverá ter portanto cerca de 1,65 m que é aliás a altura média da mulher portuguesa.

Vestes de Nossa Senhora
O vestuário da Senhora da Cova da Iria compõe-se apenas de um vestido cingido ao pescoço e na cinta, com algumas pregas e um manto que a cobre da cabeça aos pés. 

Cordão e Bola sobre o peito
Os documentos primitivos falam dum cordão que a Senhora trazia ao pescoço e do qual pendia uma bola. Uma imagem historicamente correta deve ter um cordão de ouro ao pescoço a terminar num globo dourado sobre o peito. É muito importante o significado deste globo – símbolo do mundo – e importante também o lugar que ele ocupa – sobre o coração. Não se deve omitir isso, porque nada é insignificante nas aparições de Fátima.

Enfeites
Porque a tal imagem estrangeira que serviu de modelo tinha enfeites à roda do manto, uma espécie de silva de ouro a toda a volta, mais uma vez se falseou a estátua acrescentando-lhe uma nova superfluidade. Nenhum depoimento fala destas silvas. Um fio de ouro, na orla do manto, era a única enfeite que a Senhora apresentava. Lição de simplicidade e dignidade que importa defender.

Terço
A Virgem trazia um terço branco. Eis outro pormenor em que falham a maioria, para não dizer a totalidade, das estátuas de Fátima. É que o terço não envolvia as mãos. Descia pelo meio delas e pelas costas da mão direita. Ela abria e afastava as mãos sempre que falava. Abriu-as quando revelou o seu Coração Imaculado quando se deu o fenómeno dos feixes de luz e a visão do inferno. Nessa altura, o terço ficava naturalmente na mão direita.

Atitude
A atitude dela era a de quem reza. Talvez fosse por isso que ela se manteve sempre direita. As inclinações da cabeça e do tronco para a frente e para os lados que algumas imagens apresentam são outras invenções detestáveis do nosso fecundo senso artístico.

Rosto
Todos os videntes confessam uma incapacidade total para descreverem o rosto da Senhora. Em 1920 quando Jacinta tinha sido operada no hospital da Estefânia ela tinha sobre a cama vários santinhos com que se entretém. Um sobretudo a encanta. É o de Nossa Senhora do Sameiro, que felizmente ainda hoje se guarda. Porquê?
- Porque se parece com Ela!
O rosto da Senhora de Fátima era assim: Perfeito, equilibrado, fino, como o da Imaculada Conceição da montanha de Braga. Não tinha, nem podia ter, aquela forma abonecada demasiadamente redonda da imagem da Capelinha das Aparições.

Cf. M. Dias Coelho, Depoimentos de Pastoral, como era a Senhora da Cova da Iria, in Lumen, Vol XXIX, Julho de 1965, Fasc VII, pag 590 ss.

























Do Pintor português, Henrique Medina de Barros (18/08/1901-30/11/1988). Trabalhou em Inglaterra, Itália, Brasil e Estados Unidos. Em Hollywood retratou grandes artistas, uma das quais serviu de modelo para o quadro de Nossa Senhora de Fátima da Igreja Paroquial de Santo António em East Falmouth, Massachusetts.



Sem comentários: