A
família Dehon possuía uma fábrica de cerveja, mesmo ao lado da sua casa em La
Capelle.
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Desde criança, o Pe. Dehon conviveu com esta bebida.
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Durante as férias de 1861, com 17 anos, foi aprender inglês em Londres, durante
3 meses. Aí constatou que “os ingleses tomam chá de manhã e à tarde. Comem ao
meio-dia carne assada, especialmente de vaca. A sua cerveja é forte… O inglês não sabe «matar o tempo». Ele vai sim à taberna para beber cerveja ou
gin, mas não passa aí o tempo” (NHV I). Só um entendido na matéria era capaz de
fazer estas comparações.
- No verão de
1863, depois dos exames de Direito, durante 4 meses viajou pela Alemanha,
Dinamarca, Noruega e Suécia, na companhia do seu amigo Palustre. “Chegávamos a Viena no dia 28 de Outubro. Meu
irmão Henrique viera juntar-se-nos em Munique. Ele faria connosco o resto da viagem.
Ele tinha como objetivo estudar na
Baviera e na Áustria a indústria da cervejaria. (HNV I)
-
Os gostos de Henrique eram parecidos com os do seu pai no que se refere ao
fabrico de cerveja, amanho dos campos e criação de cavalos. Assim a cervejaria passou para as mãos de Henrique.
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Tal como o avô e o pai também Henrique dedicou grande parte da sua vida ao
serviço da administração local. Concentrado na atividade política, tornou-se
Conselheiro Geral do Aisne, vendendo
nessa altura a cervejaria ao amigo Leão Harmel. A compra da cervejaria e da
casa dos Dehon foi a oferta de casamento do seu filho mais novo Alphonse Harmel
a 13 de maio de 1898. Este engenheiro
agrónomo e produtor de cerveja permaneceu na casa e no negócio durante décadas
com a esposa Margarida e os seus 14 filhos. Durante a I Guerra Mundial Alphonse
Harmel foi levado como refém para a Alemanha. Foi libertado por intervenção do
Papa Bento XV junto do imperador Guilherme II (Jornal La Croix de la Drôme 30/04/1916). Alphonse morreu a 5 de junho de 1937 aos 67 anos.
-
Hoje só consegui identificar uma cervejaria
Dehon no outro lado do Atlântico, em Lavras (Minas Gerais, Brasil).
- Bitter ou
Amarguinha.
Para concluir, outra curiosidade: a receita
do tradicional bitter do Seminário de Corupá (Santa Catarina) segundo a lenda,
é do Padre Gabriel Lux, pioneiro SCJ no Brasil.
Seguindo a tradição das Grandes Abadias e
Mosteiro Europeus, o Seminário de Corupá apresentou uma de suas receitas mais
nobres. Criado pelo Padre Alemão Gabriel Lux e guardada a sete chaves nos
últimos oitenta anos, o Bitter, até então reservado aos religiosos do
seminário, é um amaro de ervas, de excelente sabor e de notório equilíbrio, que
agrada o mais refinado paladar.
A sua elaboração obedece a uma apurada
seleção de ingredientes, ajustado tempo de produção e respeito rigoroso do
tempo de envelhecimento, obtendo uma bebida de inigualável sabor. Nos últimos
anos à fórmula original foram acrescentadas ingredientes tipicamente regionais
agregando ao produto um sabor notadamente tropical. Além do sabor diferenciado
e embalagem exclusiva desenvolvida especialmente para o produto, é produzido de
forma artesanal, o que faz com que cada unidade seja exclusiva. Além disso, o
rótulo envelhecido e os elementos visuais utilizados na embalagem remetem às
origens do produto.
Apresentado em embalagens exclusivas de
750ml, 500ml e 250ml não deixa de ser uma boa opção de presente. Pode ser
apreciado como aperitivo ou digestivo puro ou com gelo ou até mesmo
acompanhando a elaboração da brasileiríssima caipirinha.
Tradição, excelência e qualidade: indicativos
de um produto único para um público diferenciado.
Todos os produtos são comercializados na Loja
de Souvenirs do próprio Seminário.
(Cf. http://www.seminariodecorupa.com.br/?ministries=adega.
Acesso em 11.05.2016.)Não se sabe o nome da cerveja fabricada pela Cervejaria Dehon. Talvez Cerveja Dehon! Tenho as minhas dúvidas, pois o jovem Dehon investigou em 1862 que Hon é um nome celta que significa curso de água e ninguém gostaria de associar água à cerveja... Hon é ainda hoje o nome de um riacho, afluente do Schelda (NQ XI).
Até ao início do século XX a cervejaria chamava-se “Brasserie Dehon - Longuet”. É referência evidente ao casal Henrique Dehon e Laura Longuet, unidos matrimonialmente em 1864.
Segundo o cartaz publicitário de 21 de março de 1908, o novo proprietário Alphonse
Harmel, mudara-lhe o nome para “Brasserie de La Capelle”.
E
não vendia apenas cerveja, mas também vinhos, cidra, aguardentes, licores e xaropes.
Tinha fabrico próprio num edifício amplo de dois andares.
Proponho,
em honra destas memórias históricas, que façamos um brinde com cerveja que se poderia
chamar: Cerveja de hon fundador.
Vamos então bebemorar!
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