O postal ilustrado de hoje vem
recordar o pão de cada dia que durante um ano saboreei no Luau.
Antes das 7 horas da manhã, lá
estávamos na Padaria Kassenguege Adolfo para pegar o pão ainda quente, neste
caso bem fresco. Era logo após a missa, depois de saborear o pão do Céu,
queríamos saborear o pão da terra.
Se se chegava pela esquerda dizíamos
que queríamos PÃO COM QUALIDADE.
E se chegava pela direita é porque
queríamos PÃO DE QUALIDADE, conforme o que se podia ler nas respetivas paredes.
Estávamos à espera que em breve
houvesse no centro escrito PÃO EM QUANTIDADE para quem chegasse pela frente.
O pão era delicioso, o pessoal
atencioso e simpático e o apetite constante.
Em Chokwe não havia vocábulo para
dizer pão, por isso foi adaptado do português o termo MBOLO.
Sempre que eu pedia Mbolo (pão) tinha
a sensação de estar a pedir bolo ou algum pastel. De facto na alimentação local
o pão é mais um pastel de dia especial ou de festa do que um alimento
quotidiano.
Até na oração do Pai Nosso, não se
pede o PÃO ou o Mbolo de cada dia, mas sim KULYA, ou seja o alimento ou a
comida quotidiana.
Recordo por isso a dificuldade que
tive em falar sobre o Pão do Céu, nas homilias dos domingos XVII e seguintes do
tempo comum.
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