O Santo do dia
o Dia do Santo
O dia-a-dia do santo Cura de Ars
Desde
os primeiros dias, o santo pároco começou a vir para a igreja, antes de
amanhecer. De cada vez mais cedo, de forma que terminou por entrar na Igreja
pela meia-noite ou uma da manhã.
Pouco
a pouco, as mulheres da aldeia, depois, os peregrinos, afluíram desde essa hora
para se confessarem. O Santo passava toda a noite no confessionário; só saía
para dizer missa, pelas 6 ou 7 da manhã. Depois da ação de graças, ia
imediatamente confessar homens, a não se nos períodos em que aceitava tomar um
frugal pequeno-almoço. Depois pelas 10 horas rezava o breviário. Às 11 horas
subia ao púlpito para a explicação do catecismo na igreja paroquial.
Depois
de uma refeição despachada em poucos minutos, voltava para o confessionário a
não ser que tivesse de visitar algum doente.
Pelas
7,30 ou 8 horas da tarde, rezava as orações da noite com o povo.
Ia
depois para o quarto onde recebia sacerdotes e religiosos. Rezava matinas e
laudes; tomava a disciplina e repousava na cama 2 ou 3 horas.
A
partir do dia em que os peregrinos começaram a afluir, o Santo viveu encerrado
no confessionário 12 ou 14 horas no inverno, 16 ou 18 no verão. E isto durante
30 anos. Nos últimos anos, calcula-se o número de peregrinos de 90.000.
Esperavam por vezes durante 30, e às vezes até 70 horas.
E
o santo ali ficava a ouvir o interminável estendal de misérias humanas,
assentado no confessionário duro, abafadiço. “Algumas horas de confessionário,
escreve Mons. Couvert, bastam para arrasar o padre mais robusto; sai dali com
as pernas entorpecidas, a cabeça congestionada, sem quase poder pensar.
Na
6ª feira, dia 29 de Julho de 1859, o Santo pároco saiu para o confessionário,
como era seu costume, pela 1 hora da manhã. O calor era sufocante, e o santo
sufocava, Sentia-se abrasado pela febre. Facto sem precedente; por várias vezes
teve de sair do confessionário para tomar ar. Às 11 horas ainda explicou o
catecismo; ninguém lhe percebia palavra; só lhe viam as lágrimas que corriam
pelo rosto, voltado para o sacrário. À noite veio o médico. O santo
recolhera-se à cama, e não se levantou mais. Por fim, a 4 de Agosto de 1859,
pelas 2 da manhã, enquanto uma trovoada desabava sobre Ars, o Santo Pároco
expirou.
(CF
A.R. in Mensageiro do Coração de Jesus, nº 828, braga, Agosto 1952, página 576
ss.)
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