segunda-feira, 4 de agosto de 2014

O dia do Santo Cura


O Santo do dia
o Dia do Santo

O dia-a-dia do santo Cura de Ars

Desde os primeiros dias, o santo pároco começou a vir para a igreja, antes de amanhecer. De cada vez mais cedo, de forma que terminou por entrar na Igreja pela meia-noite ou uma da manhã.
Pouco a pouco, as mulheres da aldeia, depois, os peregrinos, afluíram desde essa hora para se confessarem. O Santo passava toda a noite no confessionário; só saía para dizer missa, pelas 6 ou 7 da manhã. Depois da ação de graças, ia imediatamente confessar homens, a não se nos períodos em que aceitava tomar um frugal pequeno-almoço. Depois pelas 10 horas rezava o breviário. Às 11 horas subia ao púlpito para a explicação do catecismo na igreja paroquial.
Depois de uma refeição despachada em poucos minutos, voltava para o confessionário a não ser que tivesse de visitar algum doente.
Pelas 7,30 ou 8 horas da tarde, rezava as orações da noite com o povo.
Ia depois para o quarto onde recebia sacerdotes e religiosos. Rezava matinas e laudes; tomava a disciplina e repousava na cama 2 ou 3 horas.

A partir do dia em que os peregrinos começaram a afluir, o Santo viveu encerrado no confessionário 12 ou 14 horas no inverno, 16 ou 18 no verão. E isto durante 30 anos. Nos últimos anos, calcula-se o número de peregrinos de 90.000. Esperavam por vezes durante 30, e às vezes até 70 horas.
E o santo ali ficava a ouvir o interminável estendal de misérias humanas, assentado no confessionário duro, abafadiço. “Algumas horas de confessionário, escreve Mons. Couvert, bastam para arrasar o padre mais robusto; sai dali com as pernas entorpecidas, a cabeça congestionada, sem quase poder pensar.

Na 6ª feira, dia 29 de Julho de 1859, o Santo pároco saiu para o confessionário, como era seu costume, pela 1 hora da manhã. O calor era sufocante, e o santo sufocava, Sentia-se abrasado pela febre. Facto sem precedente; por várias vezes teve de sair do confessionário para tomar ar. Às 11 horas ainda explicou o catecismo; ninguém lhe percebia palavra; só lhe viam as lágrimas que corriam pelo rosto, voltado para o sacrário. À noite veio o médico. O santo recolhera-se à cama, e não se levantou mais. Por fim, a 4 de Agosto de 1859, pelas 2 da manhã, enquanto uma trovoada desabava sobre Ars, o Santo Pároco expirou.
(CF A.R. in Mensageiro do Coração de Jesus, nº 828, braga, Agosto 1952, página 576 ss.)


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