Num antigo manuscrito do séc. XIII, encontra-se uma oração, atribuída a Santo António, que ele costumava rezar antes de começar a pregar:
“Senhor, faz que a minha língua se solte como
flecha
para
anunciar as tuas maravilhas.”
Num sermão, Santo António parece explicar esta oração deste assim: cada
pregador tem nas mãos um arco, isto é, a Sagrada Escritura, por meio da qual
solta uma flecha, quer dizer, o sentido da Palavra de Deus, de forma que
penetre no coração do ouvinte, para que se converta ao Senhor e a uma vida
sóbria e honesta (cfr: II Domingo depois da Páscoa, 9). Isto acontece – afirma
o santo – porque a flecha tem na extremidade posterior uma pluma, que serve
para dar a direção certa. Esta pluma é o amor do Senhor que, unido ao amor
do pregador que atira a flecha, permite à Palavra do Senhor alcançar o coração
do crente.
Com esta oração, Santo António pede a Deus que possa utilizar a própria língua para lançar “palavras de amor” que proclamem “as maravilhas do Senhor”. Na verdade, sabemos que basta uma palavra de amor para despertar o amor; e uma só palavra boa pode tornar boa toda a existência do crente.
Com esta oração, Santo António pede a Deus que possa utilizar a própria língua para lançar “palavras de amor” que proclamem “as maravilhas do Senhor”. Na verdade, sabemos que basta uma palavra de amor para despertar o amor; e uma só palavra boa pode tornar boa toda a existência do crente.
Por
isso, São Boaventura, na altura da transladação do corpo de Santo António, ao
encontrar a sua língua incorrupta,
exclamou: «Ó língua bendita, que sempre
louvaste o Senhor e o fizeste louvar aos outros, agora aparece claramente quão
grande foi o teu mérito junto do Senhor!»
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