1.
São Nuno de Santa Maria
É
relevante a devoção mariana deste santo. E fez jus a esta virtude, escolhendo
para seu nome de profissão: Frei Nuno de Santa Maria. Também as datas mais
importantes da sua vida apontam para esta devoção:
A15
de agosto de 1376 casou em Lisboa, dia da Assunção da Virgem Santa Maria.
A
14 de agosto de 1285 vence na Batalha de Aljubarrota, véspera da Festa da
Assunção.
A
15 de agosto de 1397 inaugura Convento do Carmo em Lisboa que mandou construir,
dedicado a Nossa Senhora do Carmo.
A
15 de agosto de1423 professa na Ordem do Carmo com o nome Nuno de Santa Maria.
2.
Santo polivalente
Foi
nobre, rico, militar, político, estratega, casado, pai, monge.
Serviu
a pátria terrena, serviu a pátria celeste. Venceu batalhas difíceis na terra e
venceu-se a si mesmo para o céu.
Em
todas as empresas a que se envolveu, saiu vencedor porque dedicava-se de corpo
e alma àquilo que fazia.
3.
Oração como arma
Conta-se
que na fase mais crítica da batalha de Valverde e quando já parecia que o
exército português iria sofrer uma derrota completa, se deu pela falta de D.
Nuno. Quando já se temia o pior, o seu escudeiro foi encontrá-lo em êxtase,
ajoelhado a rezar entre dois penedos. Quando o escudeiro aflito lhe chamou a
atenção para a batalha que se perdia, o Condestável fez um sinal com a mão a
pedir silêncio. Novamente chamado à atenção pelo escudeiro, que lhe disse: "Nada
de orações, que morremos todos!” respondeu então D. Nuno, suavemente: "Amigo,
ainda não é hora. Aguardai um pouco e acabarei de orar.". Quando acabou de
rezar, ergueu-se com o rosto iluminado e dando as suas ordens, conseguiu que se
ganhasse a batalha que há partida se considerava perdida.
Isto
é, Nuno Álvares Pereira era mais um monge que prestava serviço militar do que
um militar que se queria fazer monge.
4.
Versatilidade
Há
outra história em que Dom João de Castela teria ido ao Convento do Carmo
encontrar-se com Nun’Álvares, e ter-lhe-á perguntado qual seria a sua posição
se Castela novamente invadisse Portugal. O irmão Nuno terá levantado o seu
hábito, e mostrado, por baixo deste, a sua cota de malha, indicando a sua
disponibilidade para servir o seu país sempre que necessário.
Isto
é, Nuno Álvares Pereira passou de soldado a monge com a mesma disponibilidade
com que passaria de monge a soldado desde que fosse para alcançar a paz.
5.
Herói nacional, herói celeste
O
túmulo de Dom Nuno Álvares Pereira foi destruído no Terramoto de 1755. O seu
epitáfio era: “Aqui jaz o famoso Nuno, o Condestável, fundador da Casa de
Bragança, excelente general, beato monge, que durante a sua vida na terra tão
ardentemente desejou o Reino dos Céus depois da morte, e mereceu a eterna
companhia dos Santos. As suas honras terrenas foram incontáveis, mas
voltou-lhes as costas. Foi um grande Príncipe, mas fez-se humilde monge.
Fundou, construiu e dedicou esta igreja onde descansa o seu corpo.”
Foram
grandes os seus louros aqui na terra por causa dos seus desempenhos na defesa
da pátria. Mas não têm comparação com os louros na eternidade por causa da sua
dignidade e santidade.
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