No dia da beatificação (27 de Abril de 1947) a Rádio Roma pediu à mãe da heróica menina de 12 anos que proferisse algumas palavras ao microfone. Eis o que ela disse nessa noite memorável:
“Tenho a minha alma cheia de alegria. O que mais me comoveu foi ver o Papa ajoelhado diante da imagem da minha querida filha. Dia de festa, também, porque hoje recebeu a primeira comunhão um dos meus netos.
O Papa falou-me com a ternura do melhor dos pais. Abençoou-me por três vezes. Foi hoje o dia maior da minha vida. Que a minha querida filha, a nova Beata, alcance de Deus as maiores bênçãos para o Vigário de Cristo, para a Igreja, para a gente nova de todo o mundo, a quem foi dada como modelo. Quem mo havia de dizer, santo Deus! Bendito seja Ele!”
A primeira comunhão do seu neto, o pequeno Pedro, foi administrada pelo Cardeal Nicolau Canali na capela de sua residência.
Estava presente a mãe da Beata com os seus filhos, Mariano, a religiosa Irmã Santo Alfredo e a mãe do pequenito Ersília…
Apesar de ter somente doze anos, Maria Goretti era muito crescida, o que chamou a atenção de um jovem garoto de 18 anos, Alexandre Serenelli. Um dia, em 1902, aproveitando um momento em que Maria estava sozinha com sua irmã mais nova, Alexandre procurou seduzi-la. Diante da resistência da jovem menina, Alexandre apunhalou-a com vários golpes. A santa foi transportada ao hospital e antes de morrer perdoou ao assassino com as seguintes palavras: "Por amor a Jesus perdoo e quero que venha comigo para o paraíso".
Alexandre Serenelli foi capturado logo após a morte de Maria. Inicialmente, seria condenado à prisão perpétua, mas como era menor, a sentença foi comutada para 30 anos na prisão. Ele manteve-se isolado do mundo por três anos, sem demonstrar arrependimento. Até o bispo local, Monsenhor Giovanni Blandini visitá-lo na cadeia. Serenelli escreveu uma nota de agradecimento ao bispo, pedindo que o incluísse em suas orações e contando sobre um sonho que tivera, onde a santa lhe alcançava flores, que se queimavam imediatamente em suas mãos.
Após sair da prisão, visitou a mãe de Maria, Assunta, e implorou o seu perdão. Ela respondeu que se a filha lhe havia perdoado em seu leito de morte, ela não poderia fazer diferente. Ele foi aceito na Ordem Menor dos Frades Capuchinhos, vivendo num convento e trabalhando como recepcionista e jardineiro até morrer tranquilamente em 1970. Referia-se a Maria como "sua pequena santa" e esteve presente na sua canonização.
Maria Goretti foi canonizada em 1950. Segundo algumas fontes, a sua mãe foi a primeira mãe a estar presente na canonização de um filho. Alexandre Serenelli também estava presente na celebração.
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