Solenidade do Natal do Senhor
Os dois nascimentos de Cristo:
- um para o mundo, em Belém;
- o outro na alma, quando ela renasce espiritualmente.
Os homens pensam muito mais no primeiro do que no
segundo e o celebram todos os anos; mas a Belém espiritual é igualmente
importante.
Foi o segundo nascimento que São Paulo mencionou
quando escreveu da prisão ao seu amado povo, os efésios, pedindo que Cristo
habitasse nos seus corações pela fé e que eles estivessem arraigados e
alicerçados no amor.
Esta é a segunda Belém, ou a relação pessoal do
coração de cada indivíduo com o Senhor Cristo.
(Cf. Venerável Fulton Sheen).
À margem:
No ano 2000, o Cardeal Ratzinger escreveu no seu livro
Introdução ao Espírito da Liturgia que uma tradição judaica afirma que Abraão
ia sacrificar Isaac no Monte Moriá a 25 de março. O Monte Moriá é Jerusalém
(ver 2Cro 34, 1) e 25 de março é o dia em que Cristo foi crucificado no calendário
solar (a Páscoa, como a Passagem Mosaica, é calculada através de um fenómeno
lunar). Há aqui um paralelismo temporal e geográfico. Vemos que o Pai oferece
voluntariamente o Seu Filho Unigénito.
O Cardeal Ratzinger também disse que se pensava que 25
de março era o primeiro dia da criação. Assim, 25 de março tem um significado
cósmico. O importante aqui é que 25 de março era o dia tradicional para a
criação do mundo, para o sacrifício de Abraão e para o sacrifício do Filho de
Deus.
Depois, o Cardeal exclui aquilo a que ele chama
"as velhas teorias" que ensinam que 25 de dezembro foi escolhido para
substituir os feriados pagãos. Pelo contrário, ele reconhece 25 de dezembro
como o verdadeiro dia do nascimento de Cristo Senhor. Ele vai mais além ao
dizer que este alinhamento de significados tem um significado litúrgico. Para
além disso, argumentou ainda que os padres da igreja deviam saber o dia certo
do nascimento de Cristo pelos censos romanos. De facto, como é que se pode ser
tão rigoroso quanto ao local, e não ser em relação à data?
Em todo o caso, essa data de 25 de dezembro é eterna,
pois o acontecimento que nela ocorreu sobrepõe-se a todo o espaço e a todo o
tempo.
A fixação da data do Natal não tem preocupação
cronológica, mas litúrgica e teológica. E isto basta.
Ver também:

Sem comentários:
Enviar um comentário