domingo, 12 de julho de 2015

Profetas de hoje


Ano B – XV domingo comum

Hoje recordei aos cristãos com quem celebrei a eucaristia que a exemplo do Profeta Amós todos nós somos profetas.
Qualquer batizado foi declarado profeta.
Ser profeta é falar de Deus aos homens e falar dos homens a Deus.
E dizia-lhes que não é preciso muitos estudos para fazer isso, nem saber ler, escrever ou falar bem para ser profeta. Pequeno ou grande, sábio ou simples cada um pode falar de Deus.
Nem é preciso abrir a boca, basta uma atitude, um gesto, um aceno para falar de Deus.
Dei então o exemplo de alguns amigos meus na Madeira, que ao passarem à frente da igreja benzem-se. Estão assim a falar de Deus a quem está a ver. Ao passarem de carro, a pé, sós ou acompanhados fazem esse sinal. Alguns até param e recolhem-se em oração sem terem necessidade de entrar no templo e assim lembram-se a si mesmo que passam ali como cristãos, como batizados que recebem a bênção de Deus.
Estes estão a falar de Deus ao próximo e estão falar do próximo a Deus.
Tentei convencer aqueles cristãos a fazerem o mesmo.
Qual não foi o meu espanto, quando no final da celebração o grupo coral que animou a missa veio convidar-me a acompanhá-lo pelo bairro a cantar os mesmos cânticos… para falarem de Deus aos homens.
De facto, ao ouvirem os cânticos dos cristãos junto das suas casas, todos se aproximavam e se questionavam… e recebiam assim, sem esperarem, uma lição de Deus.
Obrigado a quem levou a sério a minha pregação dando assim uma lição ao padre e a todos os seus irmãos do Marco 25, uma comuna mesmo junto à fronteira com a R D do Congo e com a Zâmbia, a 65 quilómetros do Luau.
Ninguém poderá dizer que hoje já não há profetas para falar de Deus aos homens ou falar dos homens a Deus.


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