3ª Feira - V Semana Quaresma
"No caminho o povo IMPACIENTOU-SE e falou contra Deus e contra Moisés... causava-lhe fastio aquele alimento..."
Às vezes oiço falar de défice democrático...
Hoje oiço falar de défice financeiro... é a crise.
Agora quero falar do défice de paciência.
PACIÊNCIA
ou
PAX CIÊNCIA
Paciência é a CIÊNCIA da PAZ:
Paz consigo mesmo,
Paz com os outros,
Paz com Deus,
Paz com as coisas,
Paz no caminho,
Paz com a vida.
terça-feira, 27 de março de 2012
quinta-feira, 22 de março de 2012
Dura Cerviz
5ª Feira - IV Semana Quaresma
UMA DOBRADIÇA NO PESCOÇO
Põe uma dobradiça no teu pescoço. Vás ficar
bonito.
Porque no fundo o que torna a pessoa
verdadeiramente bonita são os seus modos.
Com a dobradiça no pescoço, não vás ter um nariz
empinado, não serás antipático, nem cabeça dura, nem obstinado.
A dobradiça modifica a pessoa, dobra a sua
cerviz, torna-a acessível à crítica, à correcção, ao arrependimento, à mudança,
à cura, à restauração, à paz de espírito.
A mais insistente queixa de Deus contra o seu
povo no Antigo Testamento diz respeito à sua cerviz dura, inflexível,
indobrável:
“Tenho visto este povo e eis que é povo de
dura cerviz” (Êxodo 32,9).
Somente a dobradiça na parte posterior do
pescoço resolve esta questão.
“Moisés, desce depressa…”
Tu também precisas de te abaixar.
Todos precisam de se abaixar, sobretudo
diante de Deus, por causa da Sua glória e por causa da nossa miséria.
Para te inclinares diante de Deus, precisas
de uma dobradiça no pescoço.
Não te acanhes. Põe uma dobradiça e ficarás mais
bonito aos olhos de Deus e dos teus irmãos…
(Cf. Amilton Menezes)
terça-feira, 20 de março de 2012
Os 5 Pórticos
3ª Feira - IV Semana Quaresma
(Cf. Sermão de Johann Tauler, Alemanha, Século XIV)
A Piscina de
Betsatá
e os seus 5 Pórticos
e os seus 5 Pórticos
“Naquele
tempo, por ocasião de uma festa dos judeus, Jesus subiu a Jerusalém. Existe em
Jerusalém, junto à porta das ovelhas, uma piscina, chamada, em hebraico,
Betsatá, que tem cinco pórticos. Ali jazia um grande número de enfermos, cegos,
coxos e paralíticos.
… Disse-lhe Jesus: Levanta-te, toma a tua
enxerga e anda.”
- Esta piscina de água significa o Senhor
Jesus Cristo.
- As águas que se agitam na piscina
significam o Precioso Sangue que lava os nossos pecados e nos salva no seu amor.
- O grande número de enfermos que esperam,
nas margens da piscina, a agitação das águas significa, em certo sentido, toda
a humanidade que mais cedo ou mais tarde será purificada.
- Os pórticos que levam a essa piscina podem
ter 2 sentidos:
Num certo sentido, eles significam as cinco
chagas de nosso Senhor, por meio das quais e nas quais somos todos curados.
Mas em outro sentido, esses cinco pórticos
significam cinco virtudes que devemos praticar.
Cada um de nós precisa de todas estas
virtudes, mas cada um é mais particularmente doente numa parte de sua natureza
que noutra e portanto, precisa exercitar uma particular virtude mais que as
outras:
O 1º pórtico é a primeira virtude a ser
praticada que é a humildade.
O 2º pórtico é a adesão à vontade de Deus nas
profundezas de sua alma.
O 3º pórtico da piscina é o arrependimento
dos nossos pecados.
O 4º pórtico é a pobreza voluntária.
O 5º pórtico é o oferecimento a Deus de tudo
o que temos e somos.
(Cf. Sermão de Johann Tauler, Alemanha, Século XIV)
sexta-feira, 16 de março de 2012
Via Sacra (9)
A Via-sacra das FLORES
e as FLORES na Via-Sacra
1ª Estação - Jesus é condenado à morte
- Cactos
A vida pública de Jesus começou na aridez do deserto, para onde se tinha retirado e onde resistiu às tentações. Também o caminho do calvário começou na aridez de um jardim, que se transformou num descampado... O Jardim das Oliveiras deu-lhe cardos, deu-lhe catos, espinhos, flores secas…
Ao contemplar nesta primeira estação os cactos espinhosos da aridez do Calvário, podemos olhar mais além e ver as flores que deles vão nascer…
Também do caminho da cruz vão sair lindas flores.
Diz-se que uma vez alguém pediu a mais linda flor e ofereceram-lhe um cato cheio de espinhos… Desgostoso deixou-o longe do olhar… Mas um dia o cato floriu e então percebeu que afinal tinha recebido a mais linda flor da sua coleção…
Oremos:
Senhor Jesus, faz-nos florir onde fomos plantados… Mesmo na aridez do deserto, mesmo no meio dos espinhos, dá-nos força para produzirmos flores de esperança.
2ª Estação - Jesus carrega com a cruz
- Hortênsias
Jesus abraçou a sua cruz e pôs-se a caminho do Calvário.
A sua caminhada não foi por um mar de flores… foi uma escalada sob o peso da cruz.
É tradição encontrarmos muitas flores ao longo do nosso caminho… São sobretudo hortênsias que contornam as nossas vias não sacras.
Elas podem lembrar-nos Jesus a caminho do Calvário.
Cada cachopa de hortênsia é constituída por várias flores pequeninas, todas elas em forma de cruz…
Jesus abraçou a sua cruz como se fosse uma flor… A hortênsia é por isso conhecida como uma planta crucífera porque a disposição das suas pétalas é em forma de cruz.
Todas as nossas cruzes são assim associadas à Cruz de Cristo…
Oremos:
Senhor Jesus, não carregaste apenas a tua cruz, mas abraçaste-a como se fosse um ramo de flores. Não levaste apenas a tua cruz, mas a de cada um de nós… Todas juntas são como um ramalhete de hortênsias. Dai-nos a capacidade de levar todos juntos a nossa cruz de todos os dias.
3ª Estação - Jesus cai pela 1ª vez
- Flor de trigo
Jesus ao cair por terra recorda-nos com o exemplo a sua pregação: Se o grão de trigo não cair, não poderá dar fruto.
Jesus foi assim semeado na nossa terra. A sua semente caiu entre os espinhos, sobre as pedras, na calçada do caminho e em terra boa.
Em todas as circunstâncias da nossa vida Jesus cai, é semeado, para que possamos recolher os seus frutos de salvação.
Oremos:
Senhor Jesus, flor de trigo da nossa messe, faz-nos saborear do teu pão e deixar-nos também semear, cair por terra para que possamos dar frutos de boas obras para a glória de Deus e serviço dos nossos irmãos.
4ª Estação - Jesus encontra a sua mãe
- Flor-de-lis
Segundo a tradição o lírio ou flor-de-lis é um dos símbolos da pureza. A Virgem Santa Maria é o lírio escolhido desde toda a eternidade e plantado no novo jardim do Éden. No caminho do calvário, entre insultos e blasfémias, entre ironias e desprezos, Jesus fixou o seu olhar na pureza de um lírio, nos olhos de Maria, sua mãe.
Oremos:
Senhor Jesus, ajuda-nos a fixar o nosso olhar em tudo o que é puro e santo. Que saibamos percorrer o caminho da nossa vida sem nos deixar sujar pelo mal que nos cerca. Que a Virgem Santa Maria, tua e nossa mãe, seja o nosso modelo de pureza de coração.
5ª Estação - Jesus é ajudado pelo Cireneu
- Bem-me-quer
Um dia alguém chegou junto de Jesus e lhe disse: Se queres podes curar-me…
E Jesus, vendo a sua grande fé, disse, sim eu quero, fica curado.
Nesta quinta estação do seu caminho do Calvário, é alguém que se apresenta a Jesus e diz: Sim quero ajudar-Te…
Assim, toda a nossa vida é uma espécie de jogo entre o querer e o não querer.
Para ajudar alguém, basta querer; para encontrar a Deus, basta querer; para ser santo, basta querer; para ser Cirineu, basta querer.
Oremos:
Senhor Jesus, faz com que cada um de nós possa ser como o Cirineu, um bem-me-quer para fazer o bem e assim chegarmos à plenitude de um amor-perfeito.
6ª Estação - Jesus encontra Verónica
- Rosa
Fica sempre um pouco de perfume nas mãos que oferecem rosas, nas mãos que sabem ser caridosas, diz uma canção popular.
De facto, tal como perfume nas mãos de alguém, ficou estampada a figura de Jesus no lenço com que Verónica prestou assistência a Jesus.
Quando se faz o bem, todos ficam a ganhar: quem pratica, quem é ajudado, quem é contagiado e Deus que é glorificado.
Às vezes ao oferecer rosas pode ser penoso por causa dos espinhos, mas vale sempre a pena, pois o seu perfume é maior e sobrepõe-se à dor.
Oremos:
Senhor Jesus, ajuda-nos a ser como as rosas que exalam o seu perfume sem grandes alaridos mas com toda a simplicidade. Que saibamos deixar um rasto de perfume no caminho mesmo pedregoso da nossa vida.
7ª Estação - Jesus cai pela 2ª vez
- Flor de Mostarda
Uma vez Jesus chamou a atenção para o grão de mostarda, pequeno, quase insignificante, a menor de todas as sementes, mas ao ser lançada por terra é capaz de germinar e de crescer como grande planta da horta.
Hoje, podemos ver em Jesus essa flor de mostarda. Ele começou por ser uma pequena semente que Deus Pai plantou no seio da humanidade… Cresceu e eis que é altura de florir para dar frutos de salvação.
Oremos:
Senhor Jesus, faz com que também nós saibamos cair por terra como pequenas sementes de mostarda para que possamos florir e dar novos frutos de vida e de esperança. Faz com que cada um de nós se pareça com a flor de mostarda que tem a forma e a cor de uma cruz dourada.
8ª Estação - Jesus encontra as mulheres de Jerusalém
- Margaridas
Jesus encontrou um grupo de mulheres de Jerusalém que querem partilhar com lágrimas a sua dor. São como um campo de margaridas, das mais variadas espécies, cores, tamanhos e feitios.
Até mesmo desprezado no caminho do Calvário Jesus congregou, reuniu e unificou toda a gente numa mesma comunhão de sentimentos.
Hoje, Jesus caminha connosco para nos unir uns aos outros, apesar de sermos de raças, cores ou espécies diferentes. Todas as pessoas à volta de Jesus são como margaridas diferentes, mas iguais em dignidade e no amor de Deus.
Oremos:
Senhor Jesus, faz com que na nossa vida saibamos partilhar as nossas alegrias e tristezas, as nossas angústias e esperanças e que saibamos formar todos juntos um grande e variado ramo de flores para assinalar a presença de Cristo entre nós.
9ª Estação - Jesus cai pela 3ª vez
- Trepadeiras
O homem foi criado para caminhar de pé e não de rastos.
Apesar de cair sob o peso da cruz Jesus ergueu-se pela terceira vez para continuar a caminhar de pé. Apesar do desprezo e dos maus tratos ele continuou a manter a mesma dignidade, continuou a caminhar de pé.
Oremos:
Senhor Jesus, ajuda-nos a aspirar sempre aos bens do alto. Faz com que saibamos crescer como trepadeiras em direção aos céus. Que não queiramos subir à custa dos outros, mas apenas pelo nosso querer. Sempre que nos encontremos de rastos, dá-nos a tua força para nos pormos de pé e viver a nossa dignidade de filhos de Deus.
10ª Estação - Jesus é despojado das suas vestes
- Lírios do campo
Uma vez Jesus convidou os seus discípulos a contemplar os lírios do campo, a apreciar a sua beleza e singeleza, a copiar o seu abandono à Providência: pois não teciam, nem fiavam, mas eram abençoados pelo Criador como obra perfeita de amor.
Nesta décima estação da via-sacra podemos ver o mesmo abandono à Providência, a mesma entrega nas mãos de Deus Pai de um outro lírio do campo que é Jesus.
Ao ser despojado das suas vestes, Jesus lembrou-nos que Ele estava revestido da graça divina e que ninguém o poderia despojar dessas vestes divinas.
Oremos:
Senhor Jesus, ajuda-nos a nos abandonarmos também à Providência divina que tão bem sabe cuidar de nós. Que vivamos sempre revestidos pela graça divina.
11ª Estação - Jesus é crucificado
- Cravos
Não sei porque é que se dá o nome de cravos aos pregos com os quais Jesus foi pregado na cruz.
Nesta via-sacra das flores, quero ver nas mãos de Jesus os cravos, os da sua crucifixão, mas também os cravos do jardim do novo paraíso.
Ao apreciarmos os cravos do Jardim, recordemo-nos dos cravos da crucifixão de Jesus; sempre que contemplarmos os cravos da paixão, recordemos de que eles podem ser flores para embelezar a nossa vida e fazer do nosso sacrifício uma oblação perfeita.
Oremos:
Senhor Jesus, ajuda-nos a transformar também os nossos sofrimentos em cravos, em flores de vitória da nossa vida para Deus. E que os cravos da nossa vida não sejam pregos de crucifixão de ninguém, mas que a todos aproveite para a vida eterna.
12ª Estação - Jesus morre na cruz
- Antúrios
Um dia profetizaram que todos haviam de olhar para Aquele que iriam trespassar… e o próprio Jesus anunciou que quando fosse elevado da terra a todos atrairia a Si.
Ao revermos estes acontecimentos, vêm à nossa lembrança tudo o que apontou para Jesus. Primeiro foi Deus Pai a apontar para Jesus e a dizer “este é o meu filho bem amado; depois foi João Baptista que apontou para o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo”, depois foi a multidão que apontou para Jesus acusando-o até à morte, e nesta estação foi o Centurião a apontar para Jesus e a dizer “na verdade ele era o Filho de Deus”.
Queremos hoje concentrar todos esses acontecimentos na expressão dos antúrios, quais flores ponteiros. Eles apontam para o alto, para aquele a quem trespassaram…
Oremos:
Senhor Jesus faz com que fixemos o nosso olhar no teu coração trespassado. Que eu seja como um ponteiro para levar os meus irmãos a encontrar as verdadeiras alegrias. Faz também que eu saiba olhar não apenas para o ponteiro ou para as mãos que apontam, mas que fixe os meus olhos para quem ou para onde apontamos.
13ª Estação - Jesus é descido da cruz
- Flor de Lótus
Esta flor é no Oriente símbolo da tranquilidade, serenidade, paz de espírito, meditação e imortalidade.
Podemos contemplar todos estes atributos no rosto da Virgem Mãe, Senhora da Piedade, com o seu Filho nos braços.
Apesar do momento dramático, Maria expressava no seu rosto uma serenidade e uma conformidade extraordinária aos desígnios de Deus. Apesar do seu coração estar a sangrar revelava a certeza da imortalidade, da ressurreição e da vida.
A Virgem Maria com o seu filho descido da cruz é a nova flor de Lótus, a verdadeira flor da imortalidade.
Oremos:
Senhor Jesus, faz-nos transbordar de paz, serenidade e piedade no meio das vicissitudes e contrariedades da vida segundo o exemplo da Senhora da Piedade. Que nunca cruzemos os braços. Que eles estejam sempre abertos para abraçar os sinais da nossa imortalidade.
14ª Estação - Jesus é sepultado
- Girassol
Jesus foi depositado no túmulo. Foi como uma semente que voltou a ser lançada à terra para dela pudesse vencer a morte.
Jesus é como um girassol, no seu ocaso, mas que na manhã de um novo dia desponta como novo sol da esperança.
A nossa vida é também como um girassol. Nascemos, crescemos, amadurecemos e declinamos… Mas também nunca devemos perder de vista o Sol que nasce das alturas, que nos aquece, fortifica e orienta.
Tal como um girassol no ocaso do dia, podemos estar certos que depois da noite escura, o sol despontará para todos nós.
Oremos:
Senhor Jesus, ajuda-nos a ser também um girassol para vos seguir em todas as etapas da nossa vida. Faz com que vivamos e descansemos só Ti seguindo sobretudo a luz que Deus depositou dentro de nós.
15ª Estação - Jesus Ressuscita
- Manhãs de Páscoa
Não sei bem porque é que se chamam manhãs de Páscoa a esta espécie de flores, visto que na tradição madeirense faz parte obrigatória dos arranjos na época natalícia.
Talvez por apresentar uma configuração com uma estrela, tipicamente natalícia, de cor alaranjada ou vermelha de fogo.
Em todo o caso o seu nome aponta-a para a Páscoa… mais precisamente à manhã desse dia da ressurreição do Senhor.
É que a Ressurreição é um novo nascimento, novo Natal, e o nascimento é sempre uma ressurreição ou vida para a eternidade. O Natal é como uma Páscoa, e a Páscoa é sempre um Natal de vida eterna.
Ao contemplarmos as manhãs de Páscoa, estejamos preparados para contemplar Cristo na manhã da ressurreição.
Oremos:
Senhor Jesus, Estrela do novo dia, Sol que desponta na manhã da Ressurreição, guia-nos com a tua luz divina pelos caminhos de uma vida nova.
Que todas as flores que encontrarmos no caminho nos elevem até ao nosso Criador. Que saibamos florir sempre onde Deus nos plantou para que a tua e a nossa Páscoa seja sempre uma Páscoa florida.
quinta-feira, 15 de março de 2012
Pe. Dehon Global
Já é tradição caracterizar o dia do nascimento do Pe. Dehon, 14 de Março de 1843, como jornada das vocações dehonianas. É um dia de oração, um dia para celebrar a nossa vocação como dehonianos para assim responder à pergunta: como podemos traduzir o carisma do Pe. Dehon para o nosso tempo de modo que possa estimular-nos a uma particular inserção no nosso mundo? Por outras palavras, como seria o Pe. Dehon hoje? Como seremos nós Dehon hoje?
O que é que torna o Pe. Dehon duradoiro?
Ponto de partida
É próprio dos grandes corações, dos grandes homens, descobrir a principal necessidade de cada tempo e dedicar-se-lhe com todas a alma e todas as forças.
Segundo a proposta do Governo Geral dos SCJ ou Dehonianos, este sexénio (2009-2015) caracteriza-se por 3 prioridades na congregação:
- Espiritualidade = Fazer experiência de Deus ao estilo do Pe. Dehon
- Formação = Ser pessoas a caminho e em permanente construção.
- Internacionalidade = Atenção à globalização, viver a Igreja como Comunhão, ser sinal dos tempos como Aldeia global numa crescente solidariedade.
Este ano o Superior Geral escolheu exactamente a internacionalidade como centro de atenção.
Quem foi o Pe. Dehon?
- Um Cidadão do Mundo
. Desde novo tomou o gosto pelas viagens… Deu a volta ao mundo… Aprendeu a conhecer o mundo sem se deixar contaminar… As viagens são uma fonte inesgotável de estudo… Viajando ficamos mais perto dos homens e vemos como estes vivem perto de Deus…
- Um Cristão Católico
. Catolicidade da Igreja. Foi formado sacerdote num Seminário internacional em Roma, e foi sobretudo a partir da sua experiência no Concílio Vaticano I que sentiu mais de perto a universalidade, comunhão e diversidade da igreja. A partir daí nunca mais parou em contactos, serviços e sensibilidades universais.
- Um Fundador Mundial
. Fundou uma congregação que em breve tempo se tornou de direito pontifício, isto é, não limitada a uma diocese mas extensiva a todo o mundo. Em 1923 a Congregação já se tinha implantado nos 4 continentes: Europa, América do norte e do Sul, África e Ásia (Indonésia). O Pe. Dehon sentia-se um autêntico missionário através da acção dos missionários que enviava a todos os cantos do mundo. Significativo é o facto de que o Pe. Dehon chegou a comprar um terreno em Nazaré na Palestina para a congregação marcar presença no império turco-utomano. Do mesmo modo surpreendente é a tentativa de marcar uma presença no Afeganistão com religiosos holandeses em 1921.
- Um Irmão Universal
. Viveu e promoveu a união entre povos, nações e pessoas: O Espírito do Coração de Jesus não é um espírito de divisão e de guerra: é preciso a todo o custo terminar com qualquer diferendo entre pessoas, comunidades, províncias, instituições… Não haja divisões entre nós. Amemos todas as nações… Não haverá nações no céu.
Conclusão
Viver a vocação dehoniana hoje é
- ser cidadão do mundo,
- viver a plena comunhão eclesial
- expressar a solidariedade universal
- eliminar todas as barreiras mundiais
Como?
1ª – Não através de viagens, dando a volta ao mundo, mas fazendo com que o mundo dê uma volta. Hoje não é preciso dar a volta ao mundo, mas o mundo precisa de dar uma volta através do nosso testemunho.
2ª – Sem sair do local onde Deus nos plantou, podemos promover a união e a fraternidade universal. Podemos estar fisicamente longe de muitos irmãos, povos e projectos, mas que eles estejam bem perto no nosso coração. Para ser um irmão universal não é preciso ir até aos outros, basta que os outros venham até nós, e sobretudo que estejam no nosso coração.
Assim através de nós o Pe. Dehon continuará vivo e activo, no seu carisma, na sua internacionalidade e na sua santidade.
Lamento
Gostaria eu de acrescentar um outro aspecto, aos 4 referidos acima (cidadão do mundo… irmão universal), mas infelizmente ainda não nos permitem. Gostaria de evocá-lo como:
- Santo Universal
Tudo está preparado para tal, mas há algum receio, não sei de quê nem de quem. Em todo o caso tenho para mim que estará na glória eterna, na plena comunhão dos santos no céu.
Desafio
Fiz umas contas de cabeça de quantos quilómetros viajou o Pe. Dehon ao longo de toda a sua vida… tudo somado vai mais além da distância entre a terra e a lua. Espero que algum especialista confirme isto… Ele foi um homem sempre em viagem, por mar, terra, a pé, a cavalo, de barco, de comboio, carro, a todos os cantos do mundo, ao mais alto das montanhas como aos vales mais profundos, florestas, deserto, canais, rios, nas mais variadas circunstâncias, entre tempestades de neve, de areia, inundações, incêndios, terramotos e cataclismos, entre bombardeamentos, guerras e revoluções etc… Devorou quilómetros e quilómetros… Toda a sua vida foi uma viagem contínua e a soma de todos esses quilómetros levou não apenas até à Lua, mas tenho a certeza, muito para além… levou-o até ao CÉU.
terça-feira, 13 de março de 2012
Totalidade
3ª Feira - III Semana da Quaresma
- Quantas vezes devo perdoar? Sete vezes?
- Digo-te setenta vezes sete!
Pedro estava preocupado com a quantidade e Jesus respondeu-lhe salientando a qualidade.
- Perdoa na totalidade.
Sete vezes diz respeito à quatidade, a quantas vezes...
Setenta vezes diz respeito à qualidade, à totalidade.
Perdoa sempre tudo, perdoa totalmente todas as vezes...
- Quantas vezes devo perdoar? Sete vezes?
- Digo-te setenta vezes sete!
Pedro estava preocupado com a quantidade e Jesus respondeu-lhe salientando a qualidade.
- Perdoa na totalidade.
Sete vezes diz respeito à quatidade, a quantas vezes...
Setenta vezes diz respeito à qualidade, à totalidade.
Perdoa sempre tudo, perdoa totalmente todas as vezes...
segunda-feira, 12 de março de 2012
Profeta na sua terra
2ª Feira - III Semana da Quaresma
"Nenhum profeta é bem recebido na sua terra"
Isso é bom ou é mau?
À primeira vista, parece-me ser uma coisa má...
Parece que o profeta não consegue convencer ninguém da sua terra, mas sim apenas quem está longe e isso é lamentável...
De quem será a culpa:
do profeta ou dos seus conterrâneos?
Nada disso!
Prefiro ver as coisas do ponto de vista positivo.
Ainda bem que um profeta não é bem recebido na sua terra, pois se fosse bem acolhido não o deixariam partir, de modo que a sua acção ficaria lamentavelmente circunscrita apenas à sua casa, à sua família, à sua aldeola, à sua terra, à sua religião...
Ainda bem que os seus conterrâneos o desprezam, pois assim vai mais depressa para onde deve ir...
Acho piada até nos conterrãneos de Jesus que o empurraram para ir mais depressa pregar como profeta noutras terras... pois foi para isso que ele apareceu.
Atenção!
Isto diz-nos duplamente respeito:
Primeiro porque somos conterrâneos e/ou contemporâneos de profetas... ou talvez sejamos nós os próprios profetas.
Depois porque devemos estar atentos porque chegam profetas até nós, que não conhecemos, pois são de outra terra, vêm de fora... e talvez digamos que eles vêm ensinar o Padre Nosso ao vigário.
domingo, 11 de março de 2012
Limpar e Ornamentar
Ano B - III Domingo Quaresma
O Templo que Jesus quer ver limpo e bem preparado é a nossa vida.
Não basta limpar (evitar o mal)
é preciso ornamentar ou enfeitar (fazer o bem)
São João Crisóstomo, Séc IV, Homilias
PG 64, 462-466, 6ª Feira depois das Cinzas:
"Se queres ver restaurada em ti aquela
morada que Deus edificou no primeiro homem:
- adorna a tua casa com a modéstia e a
humildade;
- torna-a resplandecente com a luz da
justiça;
- enfeita-a com o ouro das boas obras;
- em lugar das paredes edifica a fé;
- ornamenta-a com mosaicos que são a
grandeza de ânimo;
- e, por cima de tudo, como cúpula e
coroamento de todo o edifício, coloca a oração.
Assim prepararás para o Senhor uma digna
morada.
Assim terás um esplêndido palácio real
para O receber, e poderás tê-lo contigo na tua alma, transformada, pela graça,
em imagem e templo da sua presença."
quinta-feira, 8 de março de 2012
O rico e o pobre
5ª Feira - II Semana Quaresma
Oh se os ricos
e os Lázaros
não esperassem
pela outra vida
para se lembrarem
do que agora são
e do que podem ser depois!
(Sermão XX do Pe. António Vieira, século XVII)
quarta-feira, 7 de março de 2012
Viver é servir
4ª Feira - II Semana Quaresma
"Vós sereis como o Filho do Homem que veio para servir e não para ser servido..."
Viver é servir e servir é viver.
Servir é uma actividade divina.
Servir foi a razão da criação e da encarnação:
Deus criou o homem para ter alguém a quem servir.
Deus encarnou para mostrar como se deve servir.
Servir é fazer alguém feliz,
Servir é partilhar a felicidade,
Servir é viver
Viver é servir.
Deus deu-nos tantos irmãos para que tenhamos sempre alguém a quem servir.
segunda-feira, 5 de março de 2012
Sede Misericordiosos
2ª
Feira – II Semana Quaresma
Primeira reflexão:
Leio
na Sagrada Escritura:
-
Sede Santos porque eu sou Santo, diz o Senhor.
-
Sede perfeitos como é perfeito o vosso Pai celeste, diz Jesus.
-
Sede misericordiosos como o Vosso Pai é misericordioso.
Então
em que ficamos?
Ser
santo é ser perfeito, ser perfeito é ser misericordioso, então ser
misericordioso é ser santo e assim sucessivamente.
Segunda reflexão:
Leio
na 1ª Leitura:
Disse
Daniel – Para nós a vergonha, para Deus a Misericórdia.
Leio
no Evangelho de Lucas:
Disse
Jesus – Para Deus a Misericórdia, para vós a Misericórdia (Sede misericordiosos
como o Vosso Pai Celeste…)
Leio
os sinais dos tempos:
Digamos
nós: Deus é misericordioso, então o que é misericordioso é divino, o que é divino é
misericordioso.
Então
sejamos misericordiosos como…
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