quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

Os pés de Maria
















Eis o que restou da capela e da imagem de Nossa Senhora após anos de abandono devido à guerra pelas bandas de Mucussueje.

Tudo desandou, menos o que foi feito para andar: os pés.
Tudo partiu e partiu tudo menos o que nos faz partir: os pés.

Ao contemplar os pés de Maria,
elevo a minha oração
através de um cântico angolano:

Maria, Mãe dos caminhantes
Ensina-nos a caminhar.
Nós somos todos viandantes
Mas é preciso sempre andar

Mas é preciso sempre amar

Mas é preciso sempre louvar

Por casualidade celebramos hoje 
a memória de Nossa Senhora de Lurdes
que há 157 anos apareceu mostrando uma rosa 
em cada pé.
Hoje ela nos mostra não as rosas
mas simplesmente os pés.
Que ela caminhe connosco
e nós com ela. 


domingo, 8 de fevereiro de 2015

Profecia de Isaías




















No meu quintal, em Luau, esteve instalado há cerca de dez anos um centro de desminagem.
Em todo o caso não foi aqui que recuperei estas duas peças, mas sim noutra cidade da província.
Hoje elas estão sobre a minha mesa de trabalho.
São uma lembrança, não da guerra, mas da profecia de Isaías 2, 3-5:
“Vinde subamos à Montanha do Senhor… Ele ensinará os seus caminhos a muitos povos que das suas espadas forjarão relhas de arados, e das suas lanças, foices. Vinde, caminhemos à luz do Senhor!”

Pela minha parte, quero fazer de granadas, vasos de flores, e de projéteis, candelabros para alegrar e iluminar e não para matar e destruir.


domingo, 1 de fevereiro de 2015

Bebidas


Ele queria dizer bebidas e não bêbedas,
mas fugiu-lhe a boca para a verdade.

















Quem disponibiliza álcool não está a vender apenas bebidas, mas sim bêbedos.
De facto, o mais importante são as pessoas.
O que se deve chamar atenção não é para as bebidas, mas para os bêbedos.
Não se vendem bebidas, mas apenas pessoas bêbedas.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Está desculpado
















Ele queria dizer areia e não área!

Tenho muito pena,
não de quem escreveu isto,
mas pena de mim.
Quem me dera ser capaz de falar a língua dele,

pelo menos tanto como ele fala a minha língua.

sábado, 13 de dezembro de 2014

Mesa redonda






















O Sacrário da Paróquia onde ultimamente tenho celebrado parece uma mesa redonda, mesa sempre posta, mesa de sala.

Não sei se o Sacrário é uma mesa redonda ou se uma mesa redonda é um Sacrário, pois onde dois ou três estiverem reunidos em meu nome, diz o Senhor, eu estarei no meio deles… ou seja, uma mesa redonda é um Sacrário.


sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Ninhada

Esta árvore em Muxima
não dá nem flores nem frutos.

Só dá ninhos!


Cobras e lagartos


No meu quintal há de tudo.
Também há cobras e lagartos.

Esta cobra foice e foi-se!



Glutão e ébrio

Do Evangelho de hoje:
Veio João Baptista, que não comia nem bebia, e dizem que tinha o demónio com ele.
Veio o Filho do Homem, que come e bebe, e dizem: É um glutão e um ébrio, amigo de publicanos e pecadores… (Mt 11, 18-19)
























Para confirmar que Jesus não era de facto ébrio ou bebedor de vinho, um artista fê-lo mostrar a prova dos quatro…



quinta-feira, 11 de dezembro de 2014

Oração visual













No santuário de Mamã Muxima constatei que a oração pode e deve ser visual.
Isto por duas razões:
Em primeiro lugar as pessoas que ali rezavam a Nossa Senhora gesticulavam, discutiam com Ela, olhavam-na de várias maneiras, falavam alto, interagiam com a imagem….
Em segundo lugar porque alguns devotos rezavam à Mamã Muxima mostrando várias fotografias de pessoas seus familiares ou amigas por quem intercediam…
É de facto uma oração bem visual, plástica até, perfeitamente direcionada, precisa e concreta.
Reza-se com o corpo inteiro, reza-se com os olhos, reza-se com os gestos, reza-se visualmente.


Mamã Muxima













Ontem visitei o Santuário de Nossa Senhora da Muxima que se encontra na vila da Muxima, província do Bengo, a 130 km de Luanda, pertencente à Diocese de Viana.
Em Kimbundo, MUXIMA significa coração. Foi-lhe atribuído esse nome, devido à sua localização privilegiada, no meio da província, à beira do rio Kwanza. 
A designação de coração geográfico passou para a denominação devocional: É a Nossa Senhora do Coração ou o Coração de Nossa Senhora.
É o santuário mariano mais importante de Angola. 
A vila da Muxima foi ocupada pelos portugueses em 1589 que, dez anos depois, construíram a fortaleza e a igreja de nossa senhora da Conceição. Desde então o santuário tornou-se um lugar de devoção espiritual.





















A lenda diz que em 1641 o santuário foi incendiado pelos holandeses que se apoderaram da imagem.
Depois de Luanda ter sido reconquistada em 1648, por Salvador Correia de Sá a imagem foi trazida novamente para Luanda, onde dois moradores da vila de Muxima a reconheceram, enquanto estava a ser restaurada, e levaram-na par a sua igreja.
A chegada da imagem da santa foi motivo de grande júbilo e festa para todos.


quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Original

É mesmo original ou será contrafacção?
Será para contentar quem tem manias de superioridade e vê todas as coisas de cima para baixo?

Não! É apenas a marca da Toyota vista do céu.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Nova versão


3ª feira - II Semana Advento

Versão Rabínica ou versão justificativa da parábola da ovelha perdida

         Isto pode comparar-se a um condutor de animais de carga diante de quem iam doze bois carregados de vinho. Um deles desviou-se e entrou na tenda de um viajante pagão. Então o condutor deixou os onze e seguiu este transviado.
         Disseram-lhe:
         - Como é que tu deixas os onze bons para seguir um só?
         Ele respondeu:
         - Os outros estão sob o olhar e a guarda da multidão e não temo por eles, mas o vinho que este boi leva poderá converter-se em libação e o próprio animal em sacrifício pagão se este aventureiro se apoderar dele.

        Do mesmo modo as outras tribos são responsáveis e estão sob a custódia do seu Pai, enquanto a de José, que é a mais pequena, encontra-se abandonada a si mesma. Por isso se disse que “O Senhor estava com José” (Gn 39, 2).

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Sermão infantil



Sermão infantil ou a melhor pregação:

Este episódio foi-me contado pelo meu colega e amigo Miguel Moreira. Que pena, eu não escrever tão bem quanto ele mo contou!

Estava um miúdo, de 4 ou 5 anos, a acompanhar o seu pai, que era engenheiro, visitando as obras duma igreja paroquial.
A certa altura o miúdo apareceu sozinho no púlpito, a sorrir todo orgulhoso pela proeza em ter chegado lá, deliciado com o panorama. O pai ia repreendê-lo, mas o padre interveio primeiro:
- Ó rapaz, já que estás aí, podes começar a fazer o sermão!
Então o miúdo, sem saber o que era um sermão, nem que lugar era aquele, com voz forte e determinada, começou a proclamar:
- Mãe, ó mãe… Eu estou aqui… Mãe, ó mãe… - repetindo tantas vezes até lhe faltar o fôlego.
E a sua voz ecoou em todo o templo e comoveu o pai e o padre.
Foi o melhor sermão.
Pregar é lembrar que a mãe está onde está o seu filho e este encontra-se sempre onde está a sua mãe.
No dia da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria, o sermão só podia ser feito pela inocência de uma criança.


Sermão Papal
O Papa Francisco hoje no Angelus da Imaculada: “Recetividade, gratuidade e partilha", exemplos de Maria”.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Prévot escritor

São conhecidas 14 obras da autoria do Pe. André Prévot.
Antes de entrar na Congregação dos Sacerdotes do Coração de Jesus já tinha escrito duas: A primeira "Estudo sobre Ricardo de São Victor" (tese de doutoramento) e a segunda "Amor, paz e alegria". O Pe. Prévot apresentou esta obra ao Pe. Dehon ainda como manuscrito com o título "Tesouro da Devoção ao Sagrado Coração segundo Santa Gertrudes".
O Pe. Prévot foi assim o primeiro escritor da Congregação, pois o Fundador só mais tarde começaria a publicar os seus muitos livros.
Foi sobretudo durante período que foi mestre de noviços que o Pe. Prévot mais livros escreveu.
O seu escritório no noviciado, era muito modesto. A estante encostada à parede servia para arrumar cartas, mapas e alguns livros de uso quotidiano. Quando precisava de algum livro, dirigia-se à biblioteca.
Rezava muito, isto sim. Olhava muito para o crucifixo que estava entre as imagens do Coração de Jesus e de nossa Senhora.
E quando faltava inspiração para escrever, descia até à capela para rezar, falando e escutando. Depois subia ao quarto e continuava a escrever. Não tinha mais necessidade de livros.
A sua caligrafia era muito legível, mas minúscula. Numa página escrevia o que qualquer outro registaria em pelo menos três páginas.
Entre todos os livros, o Pe. Prévot tinha uma certa predileção pelo "O Ano com Maria". Foi a sua principal obra ascética: uma série de meditações para todos os dias do ano ‘com firme convicção de que esta Mãe, segundo o grau da sua boa vontade e ardor do seu desejo, ajudará a todos a tornar-se bons filhos, imprimirá neles em pouco tempo e com pouco esforço a imagem de Jesus vivo’. Estava convencido que o caminho mais curto para ir até ao Coração de Jesus era o Coração de Maria Santíssima. Nossa Senhora é a nota dominante da sua ascese para ser um discípulo autêntico do Filho de Deus. O Pe. Pietro Storms, noviço em 1899-1902, dizia que durante o seu noviciado o Pe. André compôs o livro ‘O Ano com Maria’: Redigia de tarde para na manhã do dia seguinte os noviços usarem como tema da sua meditação.





















Lista das publicações ou livros escritos 
pelo Pe. André Prévot

- 1870 "Étude sur Richard de Saint Victor", Achille Macaire, Aix  

- 1893 “Amour, Paix et Joie”. Mois du Sacré-Coeur de Jesús d’après Sainte Gertrude. (Traduzido em varias línguas, nomeadamente em Português)

- 1897 “La Retraite de Marie, pouvant servir de libre meditación pour le mois de Marie pour les ãmes du temps présent d’après “La Vraie Dévotion a Marie” du  B. de Montfort.

- 1904 “Fleurs nouvelles pour notre Couronne du ciel. Notions doctrinales et pratiques d’ après Saint Thomas. 2e Edition.

- 1905 “La vraie Devotion à Saint Joseph, secours providentiel pour le temps présent Esperances-Secours-Consolation, ou Un Mois passé avec Saint Joseph.

- 1906 “Amour et Réparatio” Manuel pour l’Apostolat de la Réparation.

- 1906 “Mois d’humilité”. Un Bouquet de Violettes à offrir à l’Enfant Jésus. Notions doctrinales et practiques  pouvant servir de probation religieuse sur l’humilté, le mois de janvier.

- 1906 “Un Mois d’obéisssance à l’Ecole de Marie”.

- 1906 “L’Année avec Marie ou Marie nous aidant à Mediter l’Evangile pour tous les jours de l’année.

- 1907 “La Vie de Victime pour l’heure présente ou Vie abrégée de la Révérende Mère Marie-Véronique du Coeur de Jésus” (avec Introducción doctrinale par M. Charles Sauve S.S.)

- 1908 “Méditacións du Soir, tirées de nos Saint Livres pouvant servir pour la Méditation, La  lecture spirituelle,etc.

- 1909 “Retraite de Réparation pour les ãmes vouées au Sacré-Coeur por le temps présent d’après un plan nouveau.

- 1913 “Manuel de la Dévotion au Saint Esprit. Consolations et Trésors dans le Saint-Esprit.

- ???? “Mois de Saint Jean” (sem data).

quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

Versão renovada

5ª feira - I Semana Advento

Parábola da casa sobre a rocha

Versão de um construtor civil

Com quem podemos comparar a um homem que faz boas ações e estuda muito a Lei do Senhor?
É como um homem que construiu primeiro com pedras e depois revestiu com adobes. Ainda que cheguem as águas por todos os lados, não a destruirão.
Mas com quem podemos comparar a um homem em quem falham as boas ações, mesmo que tenha estudado a Lei do Senhor?
É como um homem que constrói só com adobes. Logo que venham as águas, mesmo em pouca quantidade, depressa farão desabar o edifício.

Não basta estudar a lei (construir com adobes), é preciso fazer boas obras (revestir com pedras consistentes).

Conclusão: Qual é a semelhança entre um construtor civil  e um bom exemplo ou uma boa acção?
É que ambos edificam!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Sem luta não há glória

Memória de São Francisco Xavier, Padroeiro das Missões


O Pe. António Vieira conta um sonho de São Francisco Xavier:
Estava o santo a dormir num hospital de Roma. A certa altura começou a gritar no meio da noite:
- Mais, mais, mais.
Deus revelara a Xavier, por meio de um sonho, as desgraças que o santo havia de padecer por seu amor por Deus. E por ser o amor de Xavier por Cristo tão grande, e serem tão grandes, tão excessivos, tão inumeráveis, era tão generoso o ânimo de Xavier, e a sede de padecer por Cristo tão fervorosa, tão ardente, tão insaciável, que nada o intimidava, nada o satisfazia, nada o fartava, tudo lhe parecia pouco (as desgraças, os trabalhos, as doenças, as perseguições, os combates); e assim pedia mais.

Carta de Francisco Xavier a Inácio de Loiola:
Desde que aqui cheguei, não parei um instante: visitando com frequência as aldeias, lavando na água sagrada os meninos não batizados. Assim, purifiquei grandíssimo número de crianças que, como se diz, não sabem distinguir entre a direita e a esquerda. Estas crianças não me permitem recitar o ofício divino, nem comer, nem dormir, enquanto não lhes ensinasse alguma oração: foi assim que comecei a perceber que delas é o reino dos Céus.

Conclusão:
Quem vence sem luta, triunfa sem glória.
São Francisco Xavier passou por inúmeras dificuldades para evangelizar os povos do oriente. A sua luta foi intensa, a sua glória é imensa.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

É verdade


















Aqui a lua não é mentirosa 
como no hemisfério norte.

Aqui, quando olhamos para a lua e identificamos a forma de um C é que de facto está a crescer… Ela diz o que é e é o que diz.
Aqui nestas terras subequatoriais de África até a lua é sincera… tudo é genuíno, transparente, honesto, franco, verdadeiro.
Aqui o que somos, somos realmente. 

Aqui somos o que mostramos 
e mostramos aquilo que somos.


A lua é a prova disso.


segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Aprender a beber













É um bar de esquina dum bairro periférico de uma grande capital…
Faz-me lembrar um colega e amigo que dizia:
- Beber é uma questão de inteligência.
Ele sempre bebeu, e bebia bem, mas fazia-o com inteligência… sem prejudicar a sua saúde nem a harmonia comunitária e viveu até aos oitenta e tais anos.
Nesta Faculdade do Copo não há números clausulo, pois há sempre vaga.
Quem me dera que houvesse mais estudantes matriculados nestas faculdades do copo para aprenderem que beber é uma arte… que não pode transformar-se em vício.