6ª feira – II semana da
Páscoa
A) A minha reflexão
Jesus serviu, saciando a
fome a uma multidão…
Jesus recusou ser servido,
fugindo de quem queria fazê-lo rei…
Não só fez isso como também
contagiou todos à sua volta, levando-os a partilhar e a servir como Ele.
Saibamos hoje ser como
Jesus… que veio para servir e não para ser servido.
Ele não veio para receber,
mas para dar e dar-se.
Sendo assim ele vai fazer um
novo milagre – vai transformar-nos em fermento para fazer crescer o pão para chegar
a todos os que têm fome.
Jesus serviu, fazendo o
milagre da multiplicação dos pães…
Para que hoje nós façamos um
outro milagre fazendo o pão crescer, qual fermento na massa…
B) A reflexão de Van Thuan
Nguyen Van Thuan, cardeal
vietnamita, falecido em 2002, partilhou um livro sobre a sua experiência na
prisão, intitulado CINCO PÃES E DOIS
PEIXES. Ele durante 8 anos foi bispo no centro do Vietname. Depois foi
nomeado arcebispo de Saigão. Quando os comunistas chegaram aí, disseram-lhe que
a sua nomeação tinha sido um complô e por isso meteram-no na prisão. Liberto
após 13 anos de cativeiro, partilhou essa experiência, oferecendo-nos, à
maneira do Jo 6, 5-11, cinco pães e dois peixes:
1.º PÃO - Viver o momento
presente.
"Se passo o meu tempo a esperar, talvez as coisas
que espero não aconteçam nunca. A única coisa que certamente acontecerá é a
morte".
Preso a 15 de agosto
de 1975, pouco depois lembra-se de fazer como São Paulo, escrever àqueles que
lhe tinham confiado. Em mês e meio, escreve 1001 mensagens, em pequenos blocos
de calendário que uma criança de 7 anos traz e leva para copiar. O livro -
CAMINHO DE ESPERANÇA - está publicado em várias línguas.
"Penso que devo viver cada dia
como o último da minha vida. Deixar tudo o que é acessório,
concentrar-me no essencial. Cada palavra, cada gesto, cada telefonema, cada
decisão é a coisa mais bela de minha vida. Reservo a todos o meu amor, o meu
sorriso; tenho medo de perder um segundo, vivendo sem sentido..."
2.º PÃO - Discernir
entre Deus e as obras de Deus.
Deus e só Deus. As
obras de Deus, que fazia enquanto sacerdote e bispo, livre, podem ser confiadas
a outros, por ora importa viver e alimentar do amor a Deus. Só Deus basta.
3.º PÃO - Um ponto firme,
a Oração.
"Não é assim tão simples como podeis pensar...
Ali houve dias em que, reduzido ao maior cansaço, à doença, não consegui rezar
uma única oração!"
4.º PÃO - Minha única
força, a Eucaristia.
"Nunca poderei exprimir a minha grande alegria:
todos os dias, com três gotas de vinho e uma gota de água na
palma da mão, celebro a minha Missa... Fabricávamos saquinhos com o
papel dos maços de cigarros, para conservar o Santíssimo Sacramento. Jesus
eucarístico estava sempre comigo no bolso da camisa... Até budistas e outros
não cristãos se converteram. A força do amor de Jesus é irresistível. A
obscuridade do cárcere ilumina-se, a semente germinou da terra durante a
tempestade... celebro missa todos os dias às três horas da tarde: a hora de
Jesus agonizante na cruz... são as mais belas missas da minha vida... À noite,
entre as 21 e 22 horas, faço uma hora de adoração, canto..."
5.º PÃO - Amar até à
unidade, o Testamento de Jesus.
"... só
o amor cristão pode mudar os corações, nem as armas, nem as ameaças,
nem os media... O maior
erro é não reparar que os outros são também Cristo. Há pessoas que só vão
descobrir isso no último dia... A caridade não tem fronteiras. Se há fronteiras
não existe mais caridade".
Primeiro PEIXE -
Maria Imaculada, meu primeiro amor.
Foi preso a 15 de
agosto de 1975, solenidade da Assunção de Nossa Senhora.
"Mãe, se vês que já não poderei ser útil à
Igreja, concede-me a graça de terminar a minha vida na prisão. Mas se tu, ao
invés, sabes que poderei ainda ser útil à tua Igreja, concede-me sair da prisão
no dia de uma festa tua". Foi libertado no dia 21 de novembro de 1988,
mais de treze anos depois de ter sido feito prisioneiro. Era a Festa da
Apresentação de Nossa Senhora. "Para mim, Maria é como um Evangelho vivo, maneiro,
de grande difusão, mais acessível que a vida dos santos".
Segundo PEIXE -
Escolhi Jesus.
"Se vivermos vinte e quatro horas radicalmente
por Jesus, seremos santos. São vinte e quatro estrelas que iluminam o teu
caminho...”
Depois de 13 anos de
prisão foi libertado e exilado. Começou então a trabalhar na Cúria Romana. Em
1988 foi nomeado Presidente do Conselho Pontifício de Justiça e Paz e em 201
foi nomeado Cardeal.
Está a decorrer o
processo para a sua beatificação.
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