quinta-feira, 23 de maio de 2024

Sem SAL não há SALvação


5ª feira – VII semana comum

Todos serão salgados com o fogo = assim como o fogo queima a impureza, transformando tudo em sua própria substância, o sal prende a corrupção, interrompe a decomposição, evita a destruição e preserva tudo o que está em contacto com ele.

 

Tende sal em vós mesmos e vivei em paz com os outros = sede moderados, equilibrados e bem temperados nas vossas relações mútuas e haverá paz entre vós.

 

O sal é coisa boa, mas se ele perder o sabor, com que haveis de temperá-lo? = O sal é recomendado no Livro de Job como estimulante do apetite. Da mesma forma, na vida espiritual, o cristão deve ter um apetite saudável pela Palavra de Deus e pelo conhecimento espiritual, sendo constantemente motivado a buscar uma comunhão mais profunda com o Criador.

 

Vós sois o sal da terra = o sal serve para despertar a sede. Sem sal não teríamos vontade de beber. O cristão desperta nos irmãos a sede de Deus.

 

Sem SAL não há SALvação = o sal é importante, mas há algo mais importante do que ele. Ele está ao serviço do mais importante. Se o sal ficar em primeiro lugar e sobrepor-se, tudo fica estragado, salgado a mais. O sal é símbolo de equilíbrio e de medida exata, nem de mais, nem de menos. É por isso que para haver salvação é preciso haver sal. Nem o sal nem a luz existem por si só, mas o sal serve para salgar os alimentos, a luz para iluminar os espaços. Portanto, sempre há algo mais que pertence à natureza de ambos, diferente do sal e da luz. É o mesmo connosco cristãos: não estamos lá para nós mesmos e não devemos nos fechar em nossos círculos. Nem muito, nem pouco: a quantidade certa. O excesso de sal, por outro lado, estraga até a melhor refeição e a torna intragável. A luz também precisa da força certa: Sem luz não podemos ver nada e pouca luz estraga permanentemente os olhos. Muita luz, por outro lado, machuca os olhos e, na pior das hipóteses, cega.

 

Ver também:

Salbedoria

Tende sal em vós mesmos

Ser sal

Participativos, agradecidos e íntegros

Ajudar a ver e a saborear

O importante é ser saLuz

 

quarta-feira, 22 de maio de 2024

Mestre, missionário, mártir


Festa do Beato João Baptista Machado

Padroeiro da Diocese de Angra, Açores

Monumento ao Beato padre João Baptista Machado, mártir do Japão, no centro histórico de Angra do Heroísmo, ilha Terceira, Açores (Portugal). Escultura em bronze de autoria de Álvaro Raposo de França, 1988

É um santo com 3 emes:

1º - Mártir

Ensinou com a sua morte. Testemunhou a sua fé dando a vida. Foi martirizado aos 35 anos de idade, em 1617, no Japão.

2º - Missionário

Ensinou com a sua vida, o seu exemplo e obras ou ações. Deixou os direitos da nobreza, deixou a sua terra (Angra, Açores), os seus pais, os seus amigos e foi anunciar Jesus Cristo nas terras do Japão. Testemunhou a sua fé através da sua ação concreta.

3º - Mestre

Ensinou com a sua palavra. Vivia o que ensinava e ensinava o que vivia.

Eis algumas palavras escritas por ele:

Do Cárcere onde esperava a sua condenação escrevia:

A) “Que mimos, e preciosos, são os sofrimentos que o Senhor manda aos seus escolhidos… Dou graças à Divina Majestade por me dar uma serenidade e quietude grande, que não há coisa que mais deseje que o estado que tenho e padeço por seu amor!”

B) “Três dias tenho na minha vida de singular alegria: o primeiro aquele em que entrei na Companhia de Jesus; o segundo quando há 40 dias fui preso na Ilha de Gota; e o terceiro, o dia de hoje em que me deram a ditosa notícia da minha execução.”

C) “Morro muito confiado e consolado, pois é pelo bom Jesus e lhe dou muitas graças, porque ainda que indigno, me fez tão grande mercê.” E quando horas antes da sua execução lhe levaram alimento, não quis tomar dizendo: “Agradeço muito, mas quem está de partida para tão grande banquete, em que será plenamente satisfeito, não carece já de outros alimentos”

 

Ver também:

Sem ir não há vir

Padroeiro açoriano (2)

Padroeiro açoriano (1)

Liturgia do Beato João Baptista Machado


terça-feira, 21 de maio de 2024

Então, Jesus sentou-se...


3ª feira – VII semana comum

 

Então, Jesus sentou-Se, chamou os Doze e disse-lhes:

- Quem quiser ser o primeiro será o último de todos e o servo de todos.

E, tomando uma criança, colocou-a no meio deles, abraçou-a.

Nada há por acaso nos Evangelhos

 

Porque é que Jesus sentou-se?

- Porque estava cansada da viagem?

- Porque estava em casa, à vontade?

- Porque era como mestre na sua cátedra?

- Porque estava desanimado e abatido pela incompreensão dos discípulos?

 

Talvez por tudo isto e por muito mais.

Jesus sentou-se simplesmente para ficar do tamanho da criança que chamou para o meio.

Jesus faz-se pequenino, do tamanho dos pequeninos. Ele tornou-se semelhante aos pequeninos para que todos, pequenos e grandes, possam ser parecidos com Jesus.

 

Citação:

A criança pode ensinar ao adulto 3 coisas:

- Estar feliz sem razão,

- Estar sempre ocupada,

- E saber exigir com toda força aquilo que deseja. (CF. Paulo Coelho)

 

 

Outro realce:

Da Epístola de São Tiago – Não sabeis que a amizade pelo mundo é inimizade para com Deus? Quem quer ser amigo do mundo torna-se inimigo de Deus.

O mundo sabe isso muito bem. É por isso que o mundo odeia tanto os amigos de Deus. Ninguém pode ser ao mesmo tempo amigo de Deus e amigo do mundo e vice-versa.

 

Ver também:

Quem é e onde está o maior

Comparar-se

Ser santa sem crescer…

Ser grande

Simplicidade de criança

 

domingo, 19 de maio de 2024

O nosso próprio Pentecostes


Ano B – Solenidade de Pentecostes

O Crisma é o Pentecostes de cada um

 

1 - Não é possível ser cristão isolado. No Pentecostes, o Espírito Santo uniu gentes de todos os povos. Não há cristãos sozinhos ou por sua conta, mas sempre numa comunidade. Afinal é o Espírito Santo que nos congrega, nos une e faz de nós uma comunidade, pois sozinhos não somos ninguém.

 

2 - A Igreja (a comunidade dos cristãos) não é nossa, mas de Jesus, e não posso estar próximo de Jesus a não ser por meio da Igreja. Apesar das suas fraquezas, é na Igreja que me encontro com Jesus. Afinal é o Espírito que faz a igreja, que trabalha na igreja e que nos leva a colaborar com ele.

 

3 – Celebrar a solenidade do Pentecostes é celebrar o dia do seu Pentecostes pessoal. O dia do meu Crisma ou Confirmação é o meu Pentecostes tal como rezamos na Colecta de hoje: Derramai sobre a terra os dons do Espírito Santo de modo que também hoje se renovem nos corações dos fiéis os prodígios realizados nos primórdios…

O meu Pentecostes foi a 21 de agosto. Mesmo se alguém não se lembrar do dia do seu Crisma, pode muito bem recordar, reviver e não esquecer que é habitação do Espírito.

À margem

Traga rosas e ramos de louro

Quem esmola melhor não tiver

Assim mesmo oferece um tesouro

Ganhará o brasão de esmoler.

 

É a última estrofe do Hino do Espírito Santo que se canta aqui nos Açores (Alva Pomba que meiga apareceste).

O Espírito Santo move-nos sempre para a caridade. As rosas (7 como os dons do divino Espírito) lembram-nos que a nossa caridade deve ser como o perfume da rosa. Não precisa de dizer, mas apesar fazer sentir-se à sua volta como se irradia o perfume. Os ramos de louro servem para coroar quem é caridoso. É essa a nossa principal vitória. De facto, o Espírito Santo fez-nos vitoriosos.

 

Ver também:

O quarto do Espírito Santo

As línguas do Espírito

Aniversário da Igreja

As primeiras coroações

 

 

sexta-feira, 17 de maio de 2024

Gostar, ser amigo, amar


6ª feira – VII semana da Páscoa

 

Gostar, ser amigo, amar

É sobre o amor o diálogo que se segue entre Jesus e Pedro: «Pedro, amas-me (verbo agapáô) mais…?», pergunta Jesus por três vezes. E por três vezes Pedro responde que sim, que é seu amigo (verbo philéô) ouvindo de Jesus, também por três vezes a nova missão de «Pastor» que lhe é confiada: «Apascenta as minhas ovelhas» (João 21,15-17). O verbo com que Jesus interroga Pedro acerca do amor é, nas duas primeiras vezes, agapáô, amor puro e gratuito, sem fronteiras, que não cabe em nenhum grupo de amigos. Mas o verbo com que Pedro responde a Jesus é philéô, que qualifica a amizade que é apanágio de um grupo de amigos. Na sua admirável condescendência, quando pergunta pela terceira vez, Jesus desce ao nível de Pedro, usando o verbo philéô, para que Pedro acerte com a resposta. Sim, Jesus desce ao nível de Pedro, não para ficar aí, no patamar de Pedro, mas para elevar Pedro a um novo patamar de amor.

Mesmas perguntas, respostas diferentes

Em 1942 Einstein como professor de Física em Oxford aplicou uma prova de exame final tal e qual que tinha aplicado no ano transato e aos mesmos alunos. O professor assistente chamou-o a atenção:

- É a mesma prova. Assim será fácil demais.

- As perguntas são as mesmas, mas eu espero respostas diferentes das do ano passado porque a física evoluiu de um ano a esta parte, os alunos progrediram. Então espero algo melhor nas respostas às mesmas perguntas.

Na escola de Deus é a mesma coisa. Deus faz sempre as mesmas perguntas, cada ano, cada situação, mas espera sempre respostas melhores cada vez.

 

Ver também:

Amar não é palavra, é obra

O segredo de Jesus

Com alma e com ânimo

Diálogo de amor

quinta-feira, 16 de maio de 2024

Onde houver trevas levar luz


5ª feira – VII semana da Páscoa

 

O Senhor apareceu a Paulo e disse-lhe:

- Coragem! Assim como deste testemunho de Mim em Jerusalém, deverás dar testemunho também em Roma.

Uma vez uma mulher sentiu-se muito só no seu lugar de trabalho porque era a única cristã. Todos a ridicularizam por causa da sua fé e a acusavam de ter uma mente muito estreita. Ficou tão desanimada que pensou em deixar o emprego. Todavia, antes de fazer isto foi aconselhar-se com o Padre da sua paróquia. Depois de ouvir as suas queixas o Padre perguntou-lhe:

- Irmã, onde se põe, geralmente, as luzes?

- Em lugares escuros – respondeu prontamente a mulher.

Não foram necessários outras explicações ou melhores argumentos para que a mulher reconhecesse que o seu local de trabalho era de facto um lugar escuro.  Por isso precisava da sua presença para que através do seu testemunho de Cristo brilhasse uma pequenina luz. Assim, decidiu ficar onde estava. Não demorou muito para que alguns dos seus colegas de trabalho despertassem para a fé, contagiados por essa luz do testemunho cristão.

É por isso que Deus nos coloca por vezes no meio da escuridão para que onde houver trevas levar a luz.

 

Ver também:

Perfeitos na unidade

Resumindo em 5 vogais

Toda a vida é união

Sint Unum

A força da união

Deus reza por nós

 

terça-feira, 14 de maio de 2024

Testemunha da Ressurreição


Festa São Matias, apóstolo, 

testemunha da ressurreição de Jesus

O Apóstolo Substituto

 

São Matias foi escolhido para ocupar o lugar de apóstolo, vago por Iscariotes.

Foi ele o escolhido entre outros candidatos para testemunhar a ressurreição do Senhor e porque já era discípulo acompanhando os outros apóstolos.

Quem é apóstolo é testemunha de Cristo Ressuscitado.

Quem é testemunha da ressurreição é apóstolo.


O nome Matias tem origem no hebraico e é uma forma alternativa do nome Mateus, que significa "dom de Deus, presente ou dádiva de Deus".

De facto, a vida e a vocação, que recebemos é uma dádiva de Deus.

A maneira como vivemos é uma dádiva que oferecemos a Deus.


Ver também:

Servos, amigos, irmãos

A sorte de Matias

São Matias

 

domingo, 12 de maio de 2024

Ascensão, ausência aparente


Ano B – Solenidade da Ascensão do Senhor

Mora no céu, mas trabalha na terra

Explicava eu o Mistério da Ascensão em que Jesus se elevou ao Céu.

- Então, onde está Jesus? – perguntei às crianças.

- Está no Céu – responderam em coro.

No final da missa um adolescente veio dizer-me:

- Durante todo o ano o Senhor Padre diz que Jesus está entre nós, está na Eucaristia, está no Sacrário. Hoje diz que ele está no Céu. Afinal em que ficamos?

Um seu colega que ouvira a dúvida, respondeu, meio a sério, meio a brincar:

- Então não sabes?  Jesus está no Céu, mas trabalha na Igreja. É como o meu pai que vive no Cabouco, mas trabalha em Ponta Delgada…

Nada mais certo. Deus tem a sua Morada no Céu, mas exerce a sua atividade cá na Terra. É por isso que o Evangelho de hoje lembra que depois de subir ao céu o Senhor Jesus cooperava com os seus discípulos enviados por todo o mundo, confirmando a sua palavra com os milagres que a acompanhavam.

 

Resumo do Mistério da Ascensão

Com a sua ascensão, Cristo oculta-se materialmente da nossa vista, mas devemos recordar que a sua ausência é apenas aparente, porque ele permanece presente entre nós de uma maneira nova, através do dom do Espírito Santo e dos Sacramentos

 

Lições da Ascensão

Jesus elevou-se ao céu à vista de todos:

- Para nos obrigar a olhar para o alto, para o Céu. Não podemos encolher-nos, depressivos e olhar apenas para baixo, para o pó da terra. É preciso olhar o alto, transcender-nos.

- Para nos dizer que onde está Jesus é um céu. A nossa casa, o nosso trabalho, a nossa terra é um cantinho do Céu. Onde está Deus é o Céu, Céu é onde Deus está.

- Foi para o céu para que os discípulos fossem por todo o mundo. Foi para o céu para assumirmos a responsabilidade da sua presença na terra.

 

Ver também:

Sentou-se à direita do Pai

Jesus subiu porque desceu

Esperar sentado

E nós subimos ao Céu

Longe da vista

À laia de despedida

 

 

sexta-feira, 10 de maio de 2024

Os movimentos da alegria


6ª feira – VI semana da Páscoa

 

O movimento da alegria

Ou a alegria em movimento.

 

Chorareis e lamentar-vos-eis, enquanto o mundo se alegrará.

Estareis tristes, mas a vossa tristeza converter-se-á em alegria.

 

A alegria do coração

O coração da alegria.

Qual é o movimento da alegria?

 

É um duplo movimento:

1º - É um movimento do negativo para o positivo.

É um movimento da tristeza para a alegria e não da alegria para a tristeza.

O mundo passa da alegria para a tristeza ou desilusão.

O cristão passa da tristeza para a alegria, para a felicidade eterna.

2º - É um movimento de dentro para fora.

O mundo alegra-se com o que vem do exterior.

O cristão alegre-se com a presença divina no seu interior. A alegria do cristão vem do seu interior, da presença de Cristo no seu coração e transborda para o exterior.

As alegrias que vão do exterior para o interior são como perfumes que se evaporam imediatamente. As alegrias que nascem no coração duram para sempre e trasbordam da fonte inesgotável.

Santa Teresinha do Menino Jesus dizia: posso ser feliz tanto num castelo quanto numa cabana, a felicidade mora dentro de nós. Posso ser alegre quer na dor ou no céu porque a alegria não está fora de mim. A comunhão com Deus em mim é fonte de alegria.


Ver também:

Alegrar-se

 

quarta-feira, 8 de maio de 2024

Paulo prega no Areópago


4ª feira – VI semana da Páscoa

A)

Em Roma sê romano, em Atenas sê grego.

Paulo no seu sermão no Areópago de Atenas mostra a sua adaptação e Captatio benevolentiae, isto é, a capacidade de atrair a benevolência, atenção ou interesse dos ouvintes – “Assim como vos mostro interesse pelo que me mostrais, assim espero ver o vosso interesse por aquilo que vos trago.”

 

B)

Os frutos do sermão

A pregação de Paulo no Areópago rendeu-lhe 3 frutos:

- Desprezo de alguns que zombaram dele.

- Frieza ou indiferença de outros (ouvir-te-emos falar outra vez)

- Decisão de seguir a Cristo que lhes foi apresentado.

 

Conclusão:

Um sermão tem de adaptar-se sempre à pessoa para que a pessoa se adapte à mensagem.

Um sermão nunca deixe de produzir os seus frutos.

É por isso que vale a pena sempre pregar, porque não sabemos os resultados.

Façamos a nossa parte e Deus fará o resto.

 

Ver também:

Às escondidas com Deus

 

 

segunda-feira, 6 de maio de 2024

O Senhor Santo Cristo


Hoje foi feriado em Ponta Delgada por ser a segunda-feira da festa do Senhor Santo Cristo dos Milagres.

É a contemplação da imagem secular do Ecce Homo, entalhada em madeira sob a forma de relicário/sacrário, de autor desconhecido, em estilo renascentista. É de inspiração evangélica representando o episódio em que Jesus Cristo é apresentado à multidão, na varanda do Pretório, acabado de flagelar, de punhos atados e torso despido, com a coroa de espinhos e os ombros cobertos pelo manto púrpura, narrado em Lucas 23:1-25 na Corte de Pilatos. O autor representou, com grande senso artístico, o contraste entre a violência infligida ao corpo de Cristo (matéria) e a serenidade do rosto, nomeadamente do olhar (espírito).

O culto e as festas em honra do Senhor Santo Cristo dos Milagres derivam das revelações recebidas pela Venerável Madre Teresa da Anunciada (1658-1738) e realizam-se nos dias em torno do quinto domingo após a Páscoa, dia em que se procede à grande procissão, terminando na quinta-feira da Ascensão.

 

Note-se que Jesus é figurado com uma orelha coberta com o cabelo e a outra descoberta.

Porquê?

Dizem que é um dos critérios para mostrar a veracidade da reprodução. Só as cópias originais é que O apresentam assim.

Mas a mensagem subjacente é que Jesus tem uma orelha destapada para ouvir todas as súplicas que lhe são feitas. E a outra orelha está tapada porque essas súplicas entram num ouvido e não saem pelo outro, mas descem até ao seu coração. De facto, pode levar algum tempo, mas todas as súplicas têm respostas do Coração de Cristo.

Ao contemplar o Senhor Santo Cristo com uma orelha à vista e outra velada, tenhamos a certeza que qualquer pedido não entra num ouvido e sai pelo outro. Ele atende todos, tudo e sempre no seu Coração.

 

- Senhor Santo Cristo dos Milagres

- Tende piedade de nós.

 

quarta-feira, 1 de maio de 2024

Jogando dados com S. José


Memória de São José Operário

A presença de São José na vida do cristão é uma espécie de poliedro, dado ou cubo.

Podemos contemplar 6 faces diferentes, mas que constituem a totalidade da sua vida. Ao longo da história da Igreja, foi preciso apresentar uma face desse poliedro consoante a experiência humana ou a necessidade histórica dessa dimensão.

- Assim, em 1870 o Papa Pio IX virou para a Igreja a face de São José, patrono da Igreja, pois tal como ele soube cuidar do corpo do Jesus Menino, também cuidaria do Corpo Místico mo mesmo Jesus que é a Igreja. É que a Igreja vivia uma crise ou necessidade de atenção e proteção.

- Em 1955 foi o Para Pio XII que instituiu a comemoração de São José Operário, virando assim essa face para o mundo dos trabalhadores que precisavam desse incentivo.

Mas tradicionalmente o povo de Deus já tinha escrito noutras faces desse cubo outros atributos de São José:

- O primeiro, foi a invocação como Padroeiro da Boa Morte. Tal como ele foi assistido nessa hora por Jesus e por Maria, que ele nos proporcione a mesma companhia.

- Depois foi a invocação de Esposo da Virgem Maria. Quando o casamento foi desvalorizado, a Igreja voltou-se para São José invocando como Esposo da Virgem Santa Maria para que as famílias ultrapassem a crise.

- Quase ao mesmo tempo foi a invocação de São José como exemplo e modelo de Pai. Quando a paternidade entra em crise, São José está ali, silencioso, a recordar a dignidade e santidade de um pai. É um modelo a seguir.

- Ultimamente foi o papa francisco que apresentou São José, na sua Carta Apostólica Patris Cordis, em 2020 – como Pai Amado, Pai na Ternura, Pai na obediência, Pai no Acolhimento, Pai na coragem criativa, Pai trabalhador, Pai na sombra. São facetas de valores que é necessário implementar na sociedade hodierna.

Conclusão: Cada invocação ou cada faceta de São José vem preencher um vazio ou uma falta em determinada época ou experiência história.

 

Proponho então que cada um lance os dados aos pés de São José para que possa sair aquela proteção ou modelo que mais está a precisar neste momento com os seguintes números:

1 – Padroeiro da Boa Morte 

2 – Padroeiro da Igreja e da Comunidade

3 – Padroeiro dos trabalhadores como operário 

4 – Esposo da Virgem Maria e protetor da família

5 – Pai de Jesus e modelo de paternidade

6 – Inspiração de valores humanos e transcendentes numa sociedade cada vez mais laica e indiferente.