6ª feira – XXII semana comum
Porque é que nós jejuamos e os Teus discípulos não
jejuam? Porquê?
Porque para vós o jejum é uma questão de lei. Não é um
dom espontâneo. Em si mesmo, o jejum não tem valor; o que conta é o desejo
daquele que jejua.
Que proveito pensais tirar do vosso jejum, se jejuais
constrangidos e forçados por uma lei? O jejum é um arado maravilhoso para
lavrar o campo da santidade. Mas os discípulos de Cristo foram enviados a
trabalhar no campo já maduro da santidade; eles comem o pão da colheita
nova.
Como poderiam eles ser obrigados a praticar jejuns
agora caducos? Poderão os convidados para a boda jejuar enquanto o Esposo está
com eles?
Aquele que se casa entrega-se inteiramente à alegria e
toma parte do banquete; mostra-se muito afável e alegre para com os convidados;
faz tudo o que lhe inspira o seu afeto pela esposa. Cristo celebra as Suas
bodas com a Igreja enquanto vive na terra. É por isso que aceita tomar parte
nas refeições para as quais é convidado. Cheio de benevolência e amor,
mostra-Se humano, acessível e amável. Não veio Ele para unir o homem a Deus e
fazer dos Seus companheiros membros da família de Deus?
Do mesmo modo, diz Jesus: Ninguém deita remendo de
pano novo em roupa velha. Esse pano novo é o tecido do Evangelho, que
está em vias de ser entretecido com a lã do Cordeiro de Deus: uma veste real
que o sangue da Paixão irá em breve tingir de vermelho. Como aceitaria Cristo
unir esse pano novo com a vetustez do legalismo de Israel?
Assim como ninguém deita vinho novo em odres velhos;
se o fizer, o vinho romperá os odres e perde-se o vinho, tal como os odres. Mas
vinho novo, em odres novos. Esses odres novos são os cristãos.
O jejum de Cristo é que purificará esses odres de toda
a sujidade, para que fique intacto o sabor do vinho novo. O cristão torna-se
assim o odre novo, pronto a receber o vinho novo, o vinho das bodas do
Filho, pisado na prensa da cruz.
(S. Pedro Crisólogo)
À margem:
Jesus não põe um remendo de tecido novo num coração
velho. Tudo tem de ser novo.
Também não derrama sangue novo num coração velho.
Sangue novo num coração novo!
Ninguém recebe vinho novo se ainda está com o odre
velho.
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