domingo, 8 de janeiro de 2023

Lições que os Magos dão


Solenidade da Epifania do Senhor

 

Os Magos não só deram 3 presentes ao Deus Menino, como também nos podem dar 3 lições:

1ª – Vieram do Oriente, isto é, de longe.

Não interessa quão longe ou quão perto nós possamos estar para nos encontrarmos com o nosso Deus. Não interessa as dificuldades que temos de ultrapassar, os desertos que vamos atravessar ou as fronteiras que devemos derrubar para nos encontrar com Deus.

2ª – Passaram por Jerusalém, isto é, pela cidade da Paz.

Jerusalém é Jeru-Shalom, cidade da Paz, ou então Jesus-Shalom, Jesus é a nossa Paz. Quem quer chegar perto de Deus tem de passar pela paz, tem de se converter em homens de boa vontade a quem os anjos cantando lhes desejaram a paz.

3ª – Seguiram uma estrela, isto é, deixaram-se guiar.

Quem pensa que já sabe tudo, quem não ouve nem vê os outros, não pode ir longe, não chega à beira de Jesus. Os magos olharam para o alto, deixaram-se iluminar e puseram-se a caminho, avançando guiados pela estrela, por aquilo que Deus semeia neste mundo para levar os homens até Deus.

4ª – A estrela parou sobre o lugar onde estava o Menino.

A estrela baixou do céu à terra para que a Terra pudesse ser o espelho ou reflexo do Céu. É por isso que as estrelas que Deus põe no nosso caminho estão semeadas no caminho que trilhamos. Os outros são estrelas para nós e nós estrelas para eles. Juntos encontraremos o Messias.

5ª – Os magos eram companheiros, isto é, eram comunidade.

Ninguém chega sozinho perto de Jesus. É preciso unir-se aos outros, é preciso formar comunidade.

6ª – Ofereceram presentes – Ouro, incenso, mirra.

Cada um ofereceu estes três presentes. Nós ainda hoje podemos oferecer o oiro do nosso coração, o incenso da nossa oração, a mirra da nossa humildade ou condição humana.

7ª – Depois regressaram à sua terra por outro caminho.

Isto é, regressaram diferentes, melhores e por isso fizeram um caminho diferente. O caminho foi diferente porque eles iam outros, melhores, diferentes, com uma melhor versão de si mesmos.

À margem 1:

Encontra-se em Bolonha na Basílica de Santo Estêvão o que é considerado o presépio mais antigo do mundo, esculpido em madeira de tília e olmo por um escultor desconhecido no século XIII, talvez o Mestre do Crucifixo (1291). As cinco estátuas em tamanho natural retratam a Virgem sentada com o Menino nos seus braços, São José em pé e os três Reis Magos: dois deles com 1,60 m de altura quando estão de pé, enquanto o mais idoso, ajoelhado, com 1,10 m de altura, está sem coroa, para simbolizar que diante da realeza de Deus, a realeza humana cai. O Senhor vem nos visitar e nós podemos visitá-lo. Não há uma idade exata para que isso aconteça, não há distâncias que não possam ser ultrapassadas, não há momentos que não sejam oportunos para se encontrar com o Deus Menino.

 

À margem 2:

Na realidade os Magos são as crianças ou as crianças são os Magos. Elas são os magos, a magia da vida de Deus que nasce num mundo ameaçado, mas onde continua a aparecer magos como Elifaz, Bildad e Sofar (tradição de Job) ou como Belchior, Gaspar e Baltasar (nomes posteriores dos magos). São sábios simples e humildes, não reis guerreiros, não vêm conquistar países, com drones de morte, mas oferecer e expandir os dons da vida, ouro que brilha, incenso que perfuma e mirra que fortalece e cura. Vêm resgatar o menino perseguido, ameaçado de morte: o menino que querem matar, acusado de intruso, de emigrante ameaçador, apesar de recém-nascido.

 

Ver também:

Adorar, confiar, servir

 

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