quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Um dia bem cheio de curas


4ª feira – I semana comum

 

Jesus foi a casa da sogra de Pedro.

De facto, a casa não era de Pedro, mas da mãe da sua mulher, visto que Pedro era de Betsaida e foi com André, seu irmão, viver com a família para a casa da sua sogra em Cafarnaum.

 

Podemos contemplar este episódio sob 2 pontos de vista diferentes.

 

1º - As curas que precisamos

Em todos os momentos da jornada desta página do Evangelho se operam curas consoante as dimensões ou situações existenciais do ser humano.

 

- Começa com a cura comunitária, em dia de sábado, na sinagoga. Ficou assim curada a alma comunitária, religiosa ou piedosa.

- Depois vem a cura familiar, na figura da sogra de Pedro. De facto, o bem deve começar por casa, em ambiente de intimidade.

- Logo depois sucederam-se as curas individuais da cidade inteira. Não basta ficar em casa, num círculo fechado, ou na sinagoga num ambiente prosélito. É preciso sair ao encontro de quem precisa, seja de que família ou grupo for.

- Temos ainda a cura da alma. Jesus dá o exemplo de se retirar a sós com o Pai numa espécie de reforça de interioridade. Ensina-nos assim a não descurar a cura da nossa interioridade.

- Temos finalmente a cura plena. A cura de alguns tem de ser tornar missionária. Se os outros não são também curados, a minha cura não é total.

2º - Os lugares das nossas curas

Temos neste trecho do Evangelho de hoje 5 lugares ou espaços que correspondem a 5 relações ou a 5 atividades distintas, que resumem as dimensões essenciais de uma pessoa:

 

- A sinagoga – o espaço comunitário, de transcendência, de piedade, celebrativo, religioso. Tudo começa por aqui como pessoa em relação com Deus e com a comunidade.

- A casa familiar – da porta para dentro – o lugar de intimidade e de proximidade. O bem começa por casa, onde cuidamos uns dos outros, onde o serviço é de todos para todos.

- A rua – da porta para fora. À porta da casa vieram todos os doentes e necessitados. É o espaço da pastoral. Precisamos de dar atenção aos companheiros ou ao rebanho ao qual todos pertencemos.

- O descampado – o lugar ermo. É o espaço que facilita a interioridade, o silêncio ou a contemplação. Precisamos deste espaço de deserto e de contacto com a natureza (criação) para nos encontrarmos connosco mesmos e com o nosso Pai através da oração.

- Todo o mundo - o mundo todo. 'Vamos a outros lugares, a fim de  curar aí também... e foi por toda a Galileia.' Todo o mundo é o nosso espaço missionário.

 

Ver também:

Quem é a sogra de Pedro

 

1 comentário:

Quintal Vieira disse...

Quanto à cura da Sogra de Pedro não sei o que aconteceu.
Não sei se ela começou a servir porque a febre deixou-a ou se a febre desapareceu porque ela começou a servir.