6ª
feira – XXIII semana comum
Porque
vês o argueiro que o teu irmão tem na vista e não reparas na trave que está na
tua?
A Versão doméstica da trave e o argueiro
Um casal,
recém-casados, mudou-se para um bairro muito tranquilo.
No primeiro dia,
enquanto tomavam o café da manhã, a mulher reparou numa vizinha que pendurava
lençóis no varal e comentou para o marido:
- Repara naqueles
lençóis…estão sujos. Parece que não há sabão naquela casa. Se eu tivesse intimidade
perguntar-lhe-ia se ela quer que lhe ensine a lavar a roupa.
O marido observou
calado.
Uma semana depois,
também durante o café manhã, a vizinha pendurava outros lençóis no varal e
novamente a mulher comentou para o marido:
- A nossa vizinha
continua a não saber lavar a roupa. Aqueles lençóis estão sujos. Se eu tivesse
intimidade perguntar-lhe-ia se precisa que lhe empreste sabão.
Oito dias depois, a
mulher surpreendeu-se ao ver os lençóis da vizinha a serem pendurados no varal,
limpinhos e muito brancos e chamou o marido:
- Até que enfim que
ela aprendeu a lavar os lençóis. De certeza que foi alguém que lhe ensinou. Ou
então alguém lhe deu sabão, porque eu não fiz nada… não é que eu não tivesse
vontade.
O marido calmamente
respondeu:
- Nada disso. Eu hoje
levantei-me mais cedo e lavei a vidraça da nossa janela.
Cólera
e ódio = argueiro e trave
Por
exemplo, um homem peca por cólera, e tu repreende-lo com ódio.
Ora,
entre a cólera e o ódio vai a mesma distância que separa a trave do argueiro.
O
ódio é uma cólera inveterada que, com o tempo, assumiu proporções tais que bem
merece o nome de trave.
Pode
acontecer que te encolerizes quando pretendias corrigir, mas não deves nunca
deixar-te levar pelo ódio.
Afasta primeiro o ódio para longe de ti, e poderás depois corrigir aquele que amas. (Cf. Santo Agostinho, +430)
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