sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025

Irmãos mensageiros da paz


Festa dos santos Cirilo, monge, e Metódio, Bispo

Padroeiros da Europa

A sua vida

Apenas dois anos separam os nascimentos destes dois irmãos. O maior é Metódio (que na realidade se chamava Miguel) e nasce em 825 em Tessalonica, onde em 827 vem à luz Cirilo (no século, Constantino). A história os vê inicialmente divididos. O primeiro se distingue logo como um hábil administrador e recebe o cargo de arconte de uma província do Império bizantino.

O segundo recebe uma educação refinada em Constantinopla - gramática, retórica, astronomia e música – o que deveria fazer dele um alto dignatário imperial. Mas quando chega o tempo, Cirilo tem uma ideia diferente e recusa.

Por volta dos 35 anos, o Imperador Miguel III pensa em Cirilo quando os Czares do Mar de Azov pedem o envio de um letrado que saiba discutir com Judeus e sarracenos. É aqui que os dois irmãos se reúnem, iniciando a primeira de inúmeras missões juntos.

Dois anos mais tarde, em 863, é a vez da Grande Morávia. O objetivo da missão é a de opor-se à influência germânica com dois missionários que soubessem o eslavo.

Mas Cirilo e Metódio vão além. Provavelmente percebendo as dificuldades de comunicar as Escrituras nas línguas oficiais, o latim e o grego, os dois irmãos criam um novo alfabeto, o “glagolítico”, universalmente conhecido como “cirílico”: 40 caracteres derivados na maior parte de grafemas de cursiva medieval do alfabeto grego.

Os grandes esforços aos quais se submeteram, debilitam a saúde do mais jovem. Em 14 de fevereiro de 869 Cirilo, que se tornou monge, morre após uma doença.

Metódio é consagrado bispo e continua a missão de sempre, superando hostilidades e incompreensões, e instruindo discípulos na tradução dos textos sagrados.

O seu exemplo

O evangelho da festa encaixa-se perfeitamente na ação destes missionários.

Não apenas pelos dois terem sido enviados, como no Evangelho formando um par.

Não apenas por terem deixado a sua terra e partirem para longe em missão.

Não apenas por serem enviados para uma messe grande como era os povos eslavos, como campo de evangelização.

Não apenas por não levarem nada a não ser a força da Palavra.

Não apenas por anunciarem que o Reino de Deus estava próximo, através da própria língua eslava.

Não apenas por terem ficado nessa nova pátria.

Mas sobretudo por terem sido autênticos mensageiros de paz.

De facto, lemos no Evangelho de hoje:

Quando entrardes nalguma casa, dizei primeiro: Paz a esta casa.

E se lá houver gente de paz, a vossa paz repousará sobre eles; senão, ficará convosco.

A sua missão foi promover a paz.

Construtores da paz e não da perseguição.

Não para separar, mas para unir.

Não para destruir, mas para construir.

Era a paz que quem os enviava tinha semeado no seu coração.

De facto, a paz do missionário começa na alma. Um homem que não tem paz no seu coração, não pode levá-la ao seu irmão.

É por isso que São João Paulo II, realçou que “A característica destacar, de maneira especial, no comportamento seguido pelos apóstolos dos eslavos, Cirilo e Metódio, é o seu modo pacífico de edificar a Igreja, inspirados pela sua conceção da Igreja una, santa e universal.” Foram missionários da paz em todos os sentidos.

 

Ver também:

Mala vazia, coração cheio

O pó pega e prega

Os trabalhadores da seara

Dois e dois são três

Ninguém é enviado sozinho

Lições dos 72 enviados

Semeadores, não ceifeiros

Jesus enviou-os como romeiros

Para aprender a dialogar

Manual de instruções

Sermão a dois

Jesus não parava

Enviados para a colheita

Grande seara

Aos pares

A colheita é boa

Sacudir o pó das sandálias

Pedi ao dono da seara

Um par de olhos

A missão é grande

Chamou-os e enviou-os

Código do trabalhador evangélico

Cirilo e Metódio

O pó dos pés

A colheita é grande, mas…

Carga leve

Dois amigos

Poucos, mas bons

Dois a dois

 

Sem comentários: