terça-feira, 25 de fevereiro de 2025

JC caminho, servo, criança


3ª feira – VII semana comum

1ª mensagem – Jesus, o caminho

Jesus ensinava pelo caminho.

A escola peripatética foi um círculo filosófico da Grécia Antiga que basicamente seguia os ensinamentos de Aristóteles, o fundador. Surgiu em 336 a.C., quando Aristóteles abriu a primeira escola filosófica no Liceu, em Atenas, durou até o século IV.

Peripatético (em grego clássico: περιπατητικός) é a palavra grega para "ambulante" ou "itinerante". Peripatéticos (ou "os que passeiam") eram discípulos de Aristóteles, em razão do hábito do filósofo ensinar ao ar livre, caminhando enquanto lia e dava preleções, sob os portais cobertos do Liceu, conhecidos como perípatos, ou sob as árvores que o cercavam.

O ensino de Jesus é mais do que um ensino peripatético, pois não se refere apenas ao modo do ensino, mas à sua substância e ao seu destino.

Jesus ensinava pelo caminho para fazer do ensino um caminho e para fazer do caminho um ensino. Por isso nos primeiros séculos o cristianismo era conhecido como O Caminho.

Jesus ensina caminhando para que os seus discípulos possam avançar e nunca se esqueçam que são peregrinos. Além disso Jesus apresenta-se como o Caminho, a Verdade e a Vida.

 

2ª mensagem – Jesus, a criança

Jesus sentou-se. Porquê?

Não apenas porque estava cansado da caminhada, ou porque já estava à vontade em casa.

Sentou-se como mestre na sua cátedra. Ele é mestre que vive o que ensina e ensina o que vive.

Sentou-se para todos ficarem todos ao mesmo nível e não discutissem qual deles era o maior. Jesus ficou também nivelado com os discípulos e estes com ele, pois não queria falar de cima para baixo.

Mas acima de tudo, Jesus sentou-se para ficar do tamanho da criança que chamou e colocou no meio deles. Identificando-se com a criança, identificava-se com o servo, conforme o significado da palavra. Jesus é a criança simples e humilde, mas acima de tudo o último e o servo de todos.

 

3ª mensagem – Jesus, o servo de todos

Os apóstolos tinham discutido uns com os outros sobre qual deles era o maior. Então Jesus sentou-se e disse-lhes: Quem quiser ser o primeiro será o servo de todos. E tomando uma criança colocou-a no meio deles… Quem receber uma criança em meu nome é a mim que recebe…

A infância não era valorizada antes de Deus se tornar criança. O mundo antigo não tinha a mesma afeição pelas crianças que temos hoje.

Tanto em aramaico como em grego, a palavra para criança é a mesma que para criado ou servo.

Esta palavra, em grego, pode significar uma criança visando a sua relação de descendência, também pode denominar um rapaz ou uma moça em relação à idade ou até um ‘servo/atendente’ visando em especial a sua condição.

Deus não se tornou criança porque o mundo achava que as crianças eram um amor, pelo contrário, foi ao tornar-se criança que Deus santificou a infância e as crianças. Isto permite-nos abordar e compreender melhor as palavras suaves, mas assombrosas, do Evangelho de hoje: Quem recebe uma criança como estas em meu nome, é a mim que recebe, e quem me recebe não me recebe a mim, mas àquele que me enviou (Marcos 9, 30-37).

A nossa sociedade, quando escuta estas palavras, interpreta-as de um modo sentimental.

Jesus ao colocar uma criança no meio dos discípulos, estava a valorizar o seu serviço (para além da inocência e simplicidade) fazendo jus ao seu nome – criança é também a mesmo palavra para servo. Ou a palavra servo quer dizer também criança.

 

Ver também:

Quem é e onde está o maior

Jesus ensinava

Ser santa sem crescer

Ser grande

Simplicidade de criança

 

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