3ª feira – VII semana comum
1ª mensagem – Jesus, o caminho
Jesus ensinava pelo caminho.
A escola peripatética foi um círculo filosófico da
Grécia Antiga que basicamente seguia os ensinamentos de Aristóteles, o
fundador. Surgiu em 336 a.C., quando Aristóteles abriu a primeira escola
filosófica no Liceu, em Atenas, durou até o século IV.
Peripatético (em grego clássico: περιπατητικός) é a
palavra grega para "ambulante" ou "itinerante".
Peripatéticos (ou "os que passeiam") eram discípulos de Aristóteles,
em razão do hábito do filósofo ensinar ao ar livre, caminhando enquanto lia e
dava preleções, sob os portais cobertos do Liceu, conhecidos como perípatos, ou
sob as árvores que o cercavam.
O ensino de Jesus é mais do que um ensino
peripatético, pois não se refere apenas ao modo do ensino, mas à sua substância
e ao seu destino.
Jesus ensinava pelo caminho para fazer do ensino um
caminho e para fazer do caminho um ensino. Por isso nos primeiros séculos o
cristianismo era conhecido como O Caminho.
Jesus ensina caminhando para que os seus discípulos
possam avançar e nunca se esqueçam que são peregrinos. Além disso Jesus
apresenta-se como o Caminho, a Verdade e a Vida.
2ª mensagem – Jesus, a criança
Jesus sentou-se. Porquê?
Não apenas porque estava cansado da caminhada, ou
porque já estava à vontade em casa.
Sentou-se como mestre na sua cátedra. Ele é mestre que
vive o que ensina e ensina o que vive.
Sentou-se para todos ficarem todos ao mesmo nível e
não discutissem qual deles era o maior. Jesus ficou também nivelado com os
discípulos e estes com ele, pois não queria falar de cima para baixo.
Mas acima de tudo, Jesus sentou-se para ficar do tamanho
da criança que chamou e colocou no meio deles. Identificando-se com a criança,
identificava-se com o servo, conforme o significado da palavra. Jesus é a
criança simples e humilde, mas acima de tudo o último e o servo de todos.
3ª mensagem – Jesus, o servo de todos
Os apóstolos tinham discutido uns com os outros sobre
qual deles era o maior. Então Jesus sentou-se e disse-lhes: Quem quiser ser o
primeiro será o servo de todos. E tomando uma criança colocou-a no meio deles…
Quem receber uma criança em meu nome é a mim que recebe…
A infância não era valorizada antes de Deus se tornar
criança. O mundo antigo não tinha a mesma afeição pelas crianças que temos
hoje.
Tanto em aramaico como em grego, a palavra para
criança é a mesma que para criado ou servo.
Esta palavra, em grego, pode significar uma
criança visando a sua relação de descendência, também pode denominar um rapaz
ou uma moça em relação à idade ou até um ‘servo/atendente’ visando em especial
a sua condição.
Deus não se tornou criança porque o mundo achava que
as crianças eram um amor, pelo contrário, foi ao tornar-se criança que Deus
santificou a infância e as crianças. Isto permite-nos abordar e compreender
melhor as palavras suaves, mas assombrosas, do Evangelho de hoje: Quem recebe
uma criança como estas em meu nome, é a mim que recebe, e quem me recebe não me
recebe a mim, mas àquele que me enviou (Marcos 9, 30-37).
A nossa sociedade, quando escuta estas palavras,
interpreta-as de um modo sentimental.
Jesus ao colocar uma criança no meio dos discípulos,
estava a valorizar o seu serviço (para além da inocência e simplicidade) fazendo
jus ao seu nome – criança é também a mesmo palavra para servo. Ou a palavra
servo quer dizer também criança.
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