quarta-feira, 11 de outubro de 2023

São João XXIII, Papa


Memória Obrigatória

 

Nota Histórica

Ângelo José Roncálli nasceu em Sotto il Monte (Bérgamo), em 1881. Ordenado presbítero em 1904, foi secretário do bispo de Bérgamo. Entre 1921 e 1953 serviu a Sé Apostólica na Bulgária, Turquia, Grécia e França. Em 1953 foi nomeado cardeal patriarca de Veneza. Foi eleito papa em 1958. Convocou o Sínodo Romano, instituiu a Comissão para a revisão do Código de Direito Canónico e convocou o Segundo Concílio Ecuménico do Vaticano. Morreu na tarde do dia 3 de junho de 1963.

Missa

Comum dos pastores da Igreja: para um papa.

 

Antífona de entrada

O Senhor o escolheu como sumo sacerdote

e abriu-lhe o tesouro de todas as suas bênçãos.

 

Ou:  Cf. Sir 50, 1; 44, 16.22

Eis o sumo sacerdote, que na sua vida agradou ao Senhor.

Por isso, com juramento, o Senhor o engrandeceu no meio do seu povo.

 

Oração coleta

Deus todo-poderoso e eterno,

que, no papa são João XXIII,

fizestes resplandecer em todo o mundo

a imagem viva de Cristo, bom pastor,

concedei-nos, pela sua intercessão,

a graça de difundir com alegria a plenitude da caridade cristã.

Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, que é Deus

e convosco vive e reina, na unidade do Espírito Santo,

por todos os séculos dos séculos.

 

Oração sobre as oblatas

Recebei, Senhor, o sacrifício do vosso povo

e fazei que estes dons,

oferecidos para vossa glória, em honra de são João XXIII,

sejam para nós fonte de salvação eterna.

Por Cristo nosso Senhor.

 

Antífona da comunhão Cf. Jo 10, 11

O bom Pastor dá a vida pelas suas ovelhas.

 

Oração depois da comunhão

A comunhão deste sacramento, Senhor,

faça crescer em nós o ardor da caridade de são João XXIII.

que o levava a entregar-se totalmente ao serviço da Igreja.

Por Cristo nosso Senhor.

 

Liturgia das Horas

Ofício de Leitura

SEGUNDA LEITURA

Das alocuções de São João XXIII, papa

(Abertura solene do Concílio Ecuménico Vaticano II, 11 de Outubro de 1962: AAS 54 [1962], 786-787. 792-793)

 

A Igreja é mãe amabilíssima de todos os homens

Alegra-se a Santa Mãe Igreja, porque, por singular dom da Divina Providência, amanheceu finalmente o dia tão esperado, em que se inaugura o Concílio Ecuménico Vaticano II, aqui, junto do túmulo de São Pedro, sob a proteção da Santíssima Virgem, de quem celebramos hoje com alegria a dignidade de Mãe de Deus.

Depois de quase vinte séculos, as situações e os problemas gravíssimos que a humanidade deve enfrentar não mudam. Na realidade, Cristo ocupa sempre o posto central da história e da vida: os homens ou aderem a Ele e à sua Igreja – e então gozam da luz, da bondade, da ordem justa e do benefício da paz – , ou vivem sem Ele e contra Ele, e permanecem deliberadamente fora da Igreja – e por isso se estabelece a confusão entre eles, as relações mútuas tornam-se difíceis, ameaça o perigo de guerras sangrentas.

Ao iniciar-se o Concílio Ecuménico Vaticano II, é evidente como nunca que a verdade do Senhor permanece eternamente (Salmo 118 (119), 89). De facto, vemos como de uma época para outra as incertas opiniões dos homens se contradizem mutuamente e muitas vezes os erros se dissipam logo ao nascer como a névoa ao despontar o sol.

Sempre a Igreja se opôs a estes erros, muitas vezes até os condenou com severidade. Nos nossos dias, porém, a Esposa de Cristo prefere usar a medicina da misericórdia, em vez de recorrer às armas do rigor; ela pensa que é melhor ir ao encontro das necessidades atuais mostrando a validez da sua doutrina do que recorrendo às condenações. Não é porque faltem doutrinas falsas, opiniões e ideias perigosas, contra as quais nos devemos precaver e opor, mas porque todas estas coisas estão tão abertamente em contradição com os retos princípios da honestidade e produziram frutos tão perniciosos que hoje os homens parecem espontaneamente inclinados a reprová-las, sobretudo aquelas formas de viver que ignoram a Deus e a sua lei, a confiança excessiva nos progressos da técnica e o bem-estar fundado exclusivamente na comodidade da vida. Estão sempre cada vez mais conscientes de que a dignidade humana e o seu conveniente aperfeiçoamento é uma questão de suma importância e muito difícil de realizar. O que mais importa é terem aprendido com a experiência que a violência causada aos outros, o poder das armas e o predomínio político não contribuem para a feliz solução dos gravíssimos problemas que os atormentam.

Neste estado de coisas, a Igreja Católica, elevando por meio deste Concílio Ecuménico o farol da verdade religiosa, quer manifestar-se como mãe amável de todos, benigna, paciente, cheia de misericórdia e de bondade para com os filhos dela separados. Ao género humano oprimido por tantas dificuldades ela diz como Pedro ao pobre que lhe pedia esmola: “Não tenho ouro nem prata, mas dou-te o que tenho. Em nome de Jesus Nazareno, levanta-te e anda” (At 3, 6).

Quer dizer, a Igreja não oferece riquezas caducas aos homens de hoje, nem lhes promete uma felicidade só terrena, mas torna-os participantes da graça divina, que, elevando-os à dignidade de filhos de Deus, se converte numa poderosa defesa e ajuda para uma vida mais humana; abre a fonte da sua doutrina vivificadora que permite aos homens, iluminados pela luz de Cristo, compreender bem aquilo que são realmente, a sua excelsa dignidade, a meta a que devem tender. Além disso, por meio dos seus filhos, estende por toda a parte a plenitude da caridade cristã, que, mais que nenhuma outra coisa contribui para erradicar a discórdia, nada havendo mais eficaz para fomentar a concórdia, a paz justa e a união fraterna de todos.

 

Responsório cf. Mt 16, 18; Salmo 47 (48), 9

R. Disse Jesus a Simão: Tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja. * E as forças do Inferno não prevalecerão contra ela.

V. Deus consolidou-a para sempre. * E as forças do Inferno não prevalecerão contra ela.

 

Ver também:

Obediência e paz de João XXIII

 

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