terça-feira, 11 de julho de 2023

A cruz, o livro e a charrua


Festa de São Bento, Abade, 480-547

Padroeiro da Igreja

São Bento, patrono da Europa, mensageiro da paz, artesão da unidade, mestre da civilização, e principalmente arauto da religião de Cristo e fundador da vida monástica no Ocidente – eis os títulos que justificam a fama de São Bento, abade.

Numa altura em que o Império Romano estava a chegar ao fim, as regiões da Europa se afundavam nas trevas e outras regiões desconheciam ainda a civilização e os valores espirituais, ele permitiu, pelo seu esforço constante e assíduo, que se erguesse sobre este continente a aurora de uma nova era. Foram principalmente ele e os seus filhos que, com a cruz, o livro e a charrua, levaram o progresso cristão às populações do Mediterrâneo à Escandinávia, da Irlanda às planícies da Polónia.

 

Com a cruz, isto é, com a lei de Cristo, firmou e desenvolveu a organização da vida pública e privada. Convém recordar que ensinou aos homens a primazia do culto divino com o Ofício divino, ou seja, a oração litúrgica e assídua. […]

 

Depois, com o livro, ou seja, a cultura: numa altura em que o património humanista corria o risco de se perder, São Bento, conferindo renome e autoridade a tantos mosteiros, salvou a tradição clássica dos antigos com providencial solicitude, transmitindo-a intacta à posteridade e restaurando o amor pelo saber.

 

E finalmente com a charrua, quer dizer, com a agricultura e outras iniciativas análogas, conseguiu transformar terras desertas e incultas em campos férteis e jardins graciosos. Unindo a oração ao trabalho manual, de acordo com a célebre injunção «Ora et labora, Reza e trabalha», enobreceu e elevou o trabalho do homem.

(Cf. São Paulo VI, Carta apostólica «Pacis nuntius», de 24/10/1964)

 

Ver também:

O trabalho é oração e vice-versa

 

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