Relíquia santa e real

Hoje, no 108º aniversário do seu casamento, celebramos a memória litúrgica do Beato Carlos, Imperador da Áustria.

Da homilia do Papa são João Paulo II a 3 de outubro de 2004, aquando da beatificação de Carlos de Áustria:

 “A tarefa decisiva do cristão consiste em buscar, reconhecer e seguir a vontade de Deus em tudo. O homem de Estado e cristão Carlos da Áustria enfrentava este desafio quotidianamente. Aos seus olhos, a guerra manifestava-se como "algo horrível". Durante os tumultos da primeira guerra mundial, ele procurou promover a iniciativa de paz do meu predecessor Bento XV.

Desde o início, o Imperador Carlos concebeu o cargo que ocupava como um serviço sagrado aos seus povos. A sua principal preocupação consistia em seguir a vocação do cristão à santidade também na sua ação política. Por este motivo, o seu pensamento estava orientado para a assistência social. Que ele constitua um exemplo para todos nós, sobretudo para aqueles que hoje ocupam lugares de responsabilidade política na Europa.”

Fotografia oficial, com relíquia

Biografia oficial apresentada pelo Vaticano para a beatificação:

CARLOS DE ÁUSTRIA (1887-1922)

Carlos de Áustria nasceu a 17 de Agosto no Castelo de Persenbeug na região da Áustria Inferior. Os seus pais eram o Arquiduque Otto e a Princesa Maria Josefina de Saxónia, filha do último Rei de Saxónia. O Imperador Francisco José I era o tio-avô de Carlos.

Carlos recebeu uma educação expressamente católica e até ao fim da adolescência é acompanhado com a oração de um grupo de pessoas, uma vez que uma religiosa estigmatizada lhe tinha profetizado grandes sofrimentos e ataques contra ele. Daqui teria origem, depois da morte de Carlos, a «Liga de oração do imperador Carlos para a paz dos povos», que em 1963 se torna numa comunidade de oração reconhecida pela Igreja.

Bem cedo cresceu em Carlos um grande amor pela Santa Eucaristia e pelo Coração de Jesus. Todas as decisões importantes eram procuradas por ele na oração.

A 21 de Outubro de 1911 esposou a Princesa Zita de Borbone-Parma. Nos dez anos de vida matrimonial feliz e exemplar, o casal recebeu o dom de oito filhos. Sobre o leito da morte, Carlos dizia ainda a Zita: «Amo-te sem limites!».

A 28 de Junho de 1914, após o assassínio num atentado do Arquiduque Francisco Fernando, herdeiro do trono, Carlos torna-se herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro.

Enquanto alastrava a I Guerra Mundial, com a morte do Imperador Francisco José, a 21 de Novembro de 1916, Carlos torna-se Imperador da Áustria. A 30 de Dezembro é coroado Rei apostólico da Hungria.

Também esta tarefa é vista por Carlos como uma via para seguir Cristo: no amor pelos povos a ele confiados, no empenho pelo seu bem e no dom da sua vida por eles.

O dever mais sagrado de um Rei - o empenho pela paz - foi colocado por Carlos no centro das suas preocupações no decorrer da terrível guerra. Único entre todos os responsáveis políticos, apoiou os esforços para a paz de Bento XV.

No que diz respeito à política interna, mesmo nos tempos extremamente difíceis encetou uma ampla e exemplar legislação social, inspirada no ensinamento social cristão.

O seu comportamento tornou possível no final do conflito, uma transição para uma nova ordem sem guerra civil. Todavia foi banido da sua pátria.

Por desejo do Papa, que temia a implementação do poder comunista na Europa Central, Carlos procurou restabelecer a sua autoridade de governo na Hungria. Mas duas tentativas falharam, uma vez que ele queria em todo o caso evitar que se desencadeasse uma guerra civil.

Carlos é mandado em exílio para a ilha da Madeira. Uma vez que ele considerava a sua tarefa como um mandato de Deus, não pode abdicar do seu cargo.

Reduzido à pobreza, viveu com a sua família numa casa bastante húmida. Por isso adoeceu gravemente, aceitando a doença como sacrifício pela paz e a unidade dos seus povos.

Carlos suportou o seu sofrimento sem lamentações, perdoando a todos aqueles que tinham magoado e ofendido e morreu no dia 1 de Abril de 1922 com o olhar dirigido ao Santíssimo Sacramento. Como recordou ainda no leito da morte, o lema da sua vida foi: «Todo o meu empenho é sempre, em todas as coisas, conhecer o mais claramente possível e seguir a vontade de Deus, e isto da forma perfeita».

Ver também:
Dois Beatos, duas memórias
Beato Carlos Imperador
Carlos da Áustria
O Beato e o Coração de Jesus
Te Deum do Beato
Exemplo e modelo de fé
Cem anos
Carlos de Áustria Beato
Carlos Imperador

XXIX semana comum

Ofício de leitura

Domingo

1ª – A jovem Ester tinha figura esbelta e presença agradável.

2ª – Quanto mais acreditarmos, mais firmemente esperarmos e mais ardentemente desejarmos este dom, mais capazes seremos de o receber.

2ª feira

1ª – Enquanto o rei e Amã estacam sentados a beber, na cidade havia consternação.

2ª – Uma coisa é a abundância de palavras e outra é a intensidade e perseverança do estado da alma.

3ª feira

1ª – Depois, apesar de ser contra a lei, irei à presença do rei; e se tiver de morrer, morrerei.

2ª – Na oração, as palavras servem para nos estimular e para compreender melhor o que pedimos; não pensemos que são necessárias para informar o Senhor ou forçar a sua vontade.

4ª feira

1ª – A vossa serva, desde o dia em que mudou de condição até agora, nunca se alegrou senão em Vós, Senhor, Deus de Abraão.

2ª – A fé, a esperança e a caridade levam a Deus aquele que ora; isto é, aquele que crê, espera e ama, e considera atentamente a oração do Senhor, encontra nela tudo o que deve pedir a Deus.

5ª feira

1ª – Assim Amã foi enforcado no patíbulo que ele tinha mandado preparar para Mardoqueu.

2ª – Se alguma coisa acontece contra o que pedimos na oração, nunca duvidemos de que o mais vantajoso é o que acontece segundo a vontade de Deus e não segundo a nossa, e suportemos com paciência tal adversidade.

6ª feira

1ª – Ficámos súbitos e não senhores, porque pecámos contra o Senhor nosso Deus, não obedecendo à sua voz.

2ª – Ao pensarmos nessa vida inefável, rejeitamos, recusamos e desprezamos tudo o que vem à nossa mente, sabendo bem que não é isso que buscamos, embora não saibamos verdadeiramente o que esperamos.

Sábado

1ª – Felizes de nós, Israel, porque nos foi revelado o que agrada a Deus.

2ª – Dois homens deram princípio ao género humano: Adão e Cristo. Dois homens semelhantes no corpo, mas diferentes no mérito. Totalmente iguais na configuração dos membros, mas totalmente diversos na origem. Aquele foi modelado no barro desprezível; este formou-se nas entranhas preciosíssimas da Virgem. Naquele a terra transformada em carne; nele a carne é elevada à condição divina. O primeiro teve princípio, o último não tem fim.

Santoral

23/10

Assim como a luz não apenas se ilumina a si própria, mas também difunde os seus raios para iluminar quanto se encontra à sua volta, assim a vida luminosa dos clérigos bons e justos ilumina e pacifica os que observam o fulgor da sua santidade.

24/10

A caridade de Cristo estimula-nos e incita-nos a correr e a voar, transportados pelas asas do zelo santo.

27/10

O humilde não se exalta com a prosperidade nem se perturba com a adversidade; não pede serviços nem os impõe; é o primeiro a saudar e o último a sentar-se…A humildade anda sempre acompanhada pela bondade. Assim como não sabe ofender ninguém, também não se queixa das afrontas.

28/10

Estes bem-aventurados discípulos foram colunas e fundamento da verdade. Deles diz o Senhor que os enviou como Ele próprio foi enviado pelo Pai.

Rezar é combater

Ano C – XXIX domingo comum

                                                 

Tal como Moisés na 1ª leitura, ou a viúva insistente no Evangelho, assim São Nuno de Santa Maria Álvares Pereira, o santo condestável, durante a batalha dos Atoleiros, no Alentejo, em 1384 contra Castela, incentivava as suas tropas dizendo: Rezar é também combater.

De facto rezar é também combater

E combater é também rezar.

Depende das armas que temos nas mãos. E a oração é sempre uma arma infalível e imparável, pois nunca se esgota.

Ver também:
Auxílio de Deus

Batizados e enviados

Resumo da mensagem do Papa para o Dia Mundial das Missões, que é a mesma para o Mês Missionário Extraordinário.

Tema:

Batizados e enviados: a Igreja de Cristo em missão no mundo

Resumo pessoal:

Sou missionário porque sou cristão.

Sou cristão porque sou batizado.

Sou cristão porque quero que Deus me salve a mim.

Sou missionário porque quero que Deus salve os outros também.

Conclusão:
Corresponsabilidade de toda a Igreja, que é uma  comunidade de batizados evangelizados e evangelizadores.

Provocações missionárias

Uma frase provocadora

para cada dia do mês missionário

para ler, pensar e agir.

1	Deus tinha um único Filho e fez dele um missionário.
2	Quanto mais santos mais missionários.
3	O único dos 12 apóstolos que não se tornou missionário veio a ser um traidor.
4	Não pregar o Evangelho é esconder o remédio do paciente.
5	O cristão é pescador de homens e não um guardião de um aquário.
6	Contribui de acordo com a tua renda para as missões para que Deus não transforme a tua renda de acordo com a tua contribuição.
7	A Igreja não existe para si mesma, mas para o mundo e para que o mundo seja de Deus.
8	As missões se fazem com os pés dos que vão, com os joelhos dos que ficam e com as mãos dos que contribuem.
9	O mundo está muito mais disposto a receber o Evangelho do que os cristãos a pregá-lo.
10	Nenhuma Igreja fica mais pobre por ajudar as missões, mas se não ajudar, fica numa pobre Igreja.
11	A Igreja que não evangeliza, fossiliza.
12	Uma Igreja que deixou de ser missionária é porque deixou de ser cristã.
13	Pode-se contribuir para as missões sem amar mas não se pode amar sem contribuir para as missões.
14	É impossível orar ‘Venha a nós o vosso Reino’ sem dizer ‘Eis-me aqui, podeis enviar-me’.
15	Não são os grandes homens que transformam o mundo, mas sim os pequeninos, fracos e humildes nas mãos de um grande Deus.
16	O cristão é a única Bíblia que toda a gente é capaz de ler.
17	Deus não tem problemas, só tem planos.
18	A missão não é uma opção da Igreja. é a condição de ser Igreja.
19	Deus preparou todo o mundo para o Evangelho e o Evangelho para todo o mundo.
20	As missões começam em casa, mas não terminam lá.
21	Cada coração com Cristo é um missionário. Cada coração sem Cristo é um campo missionário.
22	Aquele que não partilha a mensagem da cruz é porque não a entendeu ainda.
23	Sem conversão não há missão, sem missão não há conversão.
24	Há gente que não cumprimenta o vizinho e quer ser missionário em terras distantes.
25	Somos missionários uns dos outros dando bom exemplo.
26	Todo o cristão ou é missionário ou não é cristão.
27	A primeira condição para o sucesso nas missões é a santidade.
28	Não é a Igreja que tem uma missão, é a missão que tem uma Igreja.
29	Se uma comunidade não tem missões é porque só tem omissões.
30	Não somos nós a ir para as missões, as missões e que vêm ter connosco.

XXVIII semana comum

Ofício de leitura

Domingo

1ª – A glória deste novo templo será maior que a do antigo, diz o Senhor. E neste lugar farei reinar a paz.

2ª – Uma vez possuída a paz de Cristo, facilmente conservaremos a vida da alma e poderemos orientar a nossa vontade para a prática perfeita das virtudes.

2ª feira

1ª – Nesse dia, diz o Senhor do Universo, tomar-te-ei, meu servo, e guardar-te-ei como um anel de sinete, porque te escolhi.

2ª – Todos os fiéis que ama a Deus e ao próximo, embora não bebam o cálice da paixão corporal, bebem no entanto o cálice do amor do Senhor.

3ª feira

1ª – Assim fala o Senhor: voltai para Mim, e Eu voltarei para vós.

2ª – Quem dera que os meus méritos me tornassem dignos de que a minha lâmpada ardesse sempre, durante a noite, no templo do meu Senhor, para iluminar a todos os que entram na casa do meu Deus.

4ª feira

1ª – Assim fala o Senhor: se andares nos meus caminhos e guardares os meus preceitos, administrarás o meu templo, guardarás os meus átrios, e Eu te darei lugar entre os meus amigos.

2ª – A si mesmo se chama lâmpada porque sendo Deus por natureza, se fez homem para comunicar a sua luz. E chamou candelabro à sua Igreja, porque nela resplandece a Palavra de Deus mediante a pregação, para iluminar com o esplendor da verdade todos os que habitam neste mundo.

5ª feira

1ª – Naqueles dias dez homens de todas as línguas faladas entre as nações hão de agarrar um judeu pela orla do manto dizendo: Queremos ir na vossa companhia, porque ouvimos dizer que Deus está convosco.

2ª – Não julgues que és atraído contra a tua vontade: a alma também é atraída pelo amor.

6ª feira

1ª – Quem por ódio repudia a mulher, diz o Senhor, cobre com injustiça a sua veste. Portanto, respeitai a vossa vida e não sejais infiéis.

2ª – Também é verdadeiro sacrifício o próprio homem, que se consagra e oferece a Deus, enquanto morre para o mundo a fim de viver para Deus.

Sábado

1ª – Vou enviar o meu mensageiro para preparar o caminho diante de Mim. Imediatamente entrará no seu templo o Senhor a quem buscais, o Anjo da Aliança por quem suspirais.

2ª – Quer ajude o mundo, quer receba dele ajuda, a Igreja tem em vista um único fim; a vinda do reino de Deus e a salvação de todo o género humano.

Santoral

14/10

Se é glorioso para o soldado deste mundo regressar triunfador à sua pátria depois de vencer o inimigo, quanto mais singular e maior glória será voltar triunfante ao Paraíso depois de vencer o diabo. Nas perseguições a terra fecha-se, mas abre-se o céu; o anticristo ameaça, mas Cristo defende-nos; dá-se a morte, mas segue-se a imortalidade. Na perseguição premeia-se o espírito de luta; na paz, a boa consciência.

15/10

Estando presente tão grande amigo e tão generoso capitão, Jesus Cristo, tudo podemos suportar. Ele é ajuda e dá forças; nunca falta; é verdadeiro amigo.

16/10

As pedras vivas que se destinam à edificação da Jerusalém celeste devem ser polidas neste mundo pelo sofrimento e que é necessário que passem por muitas tribulações para alcançar a glória suprema.

16/10

Deste divino Coração brotam sem cessar três canais de graça. O primeiro é o da misericórdia para com os pecadores. O segundo é o da caridade, como auxílio para que superem todas as dificuldades. O terceiro é de amor e luz para os seus amigos perfeitos que deseja unir a si.

17/10

Não queirais ter ao mesmo tempo o nome de Jesus Cristo na boca e desejos mundos no coração.

18/10

1ª – Foi em Antioquia que se deu pela primeira vez aos discípulos o nome de cristãos.

2ª – Nosso Senhor ensina-nos umas vezes por palavras e outras por ações. As suas próprias obras são preceitos, pois com elas nos dá a conhecer o que devemos fazer.

19/10

Meu Deus, como tenho pena de que não sejais ainda conhecido nesta terra, que esta região selvagem ainda não esteja inteiramente convertida a Vós e que o pecado ainda não tenha sido completamente exterminado aqui.

19/10

Pensar e meditar na paixão de Cristo é caminho excelente e perfeito para chegar à união espiritual com Deus. O amor é força que une e faz seus os tormentos do Bem que se ama.

Obediência e paz

Memória facultativa do Papa São João XXIII
no dia em que abriu solenemente os trabalhos do Concílio Vaticano II

Podemos herdar duas pérolas da sua vida:

1ª – O lema do seu brasão

Oboedientia et pax – Obediência e paz.

De facto, quem obedece promove a paz,

e quem quer paz obedece.

2ª – O seu método

Próprio não só para os pastores, mas para todos os que nos ajudam a crescer:

- Estar em toda a parte

- Ver tudo

- Calar muito

- Corrigir pouco

- Rezar sempre

Ver também:

João XXIII

Discurso da Lua

O Bom Papa João

Perfeita no amor

Os Papas que o Pe. Dehon conheceu (6)

Pastor et pater

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