quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Ovelhas perdidas

5ª Feira - XXXI Semana Comum

Deixar as 99 ovelhos para ir procurar 1 ovelha perdida.

Duas reflexões:

1. Deus encarrega-se da ovelha perdida, pois quer que as 99 tomem conta umas das outras.
Enquanto Deus procura a perdida, saibamos tomar conta uns dos outros.

2. Se algumas vezes estamos perdidos e Deus não nos encontra... Se alguma vez parece que Deus não nos procura... NÃO É VERDADE. Deus +rocura-nos sempre que estamos perdidos... se alguma vez não nos encontra é porque afinal nós não somos OVELHAS mas LOBOS FAMINTOS..

História a ilustrar esta realidade:

NÃO ERAM OVELHAS...
Era um homem bondoso o cura de La Roudaire, cidadezinha francesa de Bourg-em-Forêt. Atento às necessidades dos seus paroquianos velava em particular pelos pobres e desprotegidos. Entre os necessitados havia dois irmãos infelizes: uma jovem limitada no corpo e na mente e um moço doente, sem a assistência da irmã, órfãos ambos e abandonados à sua pobreza e miséria.
O rapaz desprezado por todos, deambulava pelas vielas escuras da cidade quando, uma noite, um grupo de jovens bêbados o tomou para suas brincadeiras de mau gosto, que culminaram com deixá-lo amarrado a um poste de iluminação.
O bondoso padre, passando e vendo, tirou-o dali e levou para tratar as suas feridas.
Pouco depois, no entanto, as águas do rio recebiam o seu corpo e o sepultavam na morte. Suicidava-se. A mesma sorte era reservada à sua irmã que, desanimada e abatida, golpeada pelo que sucedera ao irmão, suicidava-se no mesmo dia.
Marcada a hora do enterro, as casas de comércio cerravam as portas para que todos pudessem assistir à cerimónia fúnebre. Templo cheio. O cura subiu ao púlpito. Ali estavam, no meio da nave, cercados de gente, os dois ataúdes. Silêncio! E o cura começou:
- Cristãos! - A palavra soara como uma chicotada.
E, de novo:
- Cristãos! Quando, no Dia Final, o Senhor me perguntar: “Pastor de La Roudaire, onde estão as tuas ovelhas?” não lhe responderei. Nem mesmo que me pergunte segunda vez. Mas pela terceira vez Ele me fizer a mesma pergunta, eu, coberto de vergonha, responderei humilde: As minhas ovelhas eram duas… e apontou para os dois defuntos… As outras não eram ovelhas, Senhor; eram lobos famintos.

(Extraído de VASSÃO, Amantino Adorno. Esteiras de Luz. Rio de Janeiro: Juerp, 1971.)

Assim, se Deus não nos procurar, se não nos deixarmos encontrar, então é sinal de que também nós não somos ovelhas... mas lobos famintos!

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