domingo, 6 de novembro de 2011

De poeta e de louco

Ano A - XXXII Domingo Comum

A parábola de hoje é um autêntico espelho:
- Podemos ver na parábola das Dez Donzelas a imagem da nossa comunidade, da nossa Igreja ou da humanidade. Esta divide-se em duas partes: há quem se prepara e há quem não pense nisso, há quem olhe somente para o dia de hoje, aqui e agora e há quem pense no hoje, no tempo sem descurar a eternidade, há quem olhe apenas para a terra e há quem olhe para a terra sem esquecer de olhar para o céu, há quem procure ser feliz aqui na terra e há quem queira ser feliz aqui sem comprometer a felicidade eterna. Assim é a nossa comunidade - divide-se em dois grupos tal como as donzelas insensatas e as prudentes.

- Perguntei então às crianças de que lado é que estariam: do lado das donzelas preparadas (prudentes) ou do lado das descuidadas (insensatas)? Ficariam à esquerda ou à direita?
E uma criança respondeu com toda a simplicidade: - eu acho que estou no meio!
Bravo, nem tanto ao mar nem tanto à serra. Afinal é no meio que está a virtude.

- De facto a parábola é um espelho, mas não da nossa comunidade mas de nós próprios. Cada um de nós pode contemplar-se nesse espelho - às vezes é insensato e às vezes imprudente. Metade da vida vivemos como louco, e metade com todo o senso. Às vezes, 50%, vivemos com a luz da fé acesa, outras vezes, também 50%, sem fé, nas trevas, sem energia.. Umas vezes vivemos com grande reserva de óleo ou azeite, isto é, ungidos, como Cristo é o Ungido, nós cristãos também assim devemos ser...mas outras vezes estamos estéreis e secos...

É caso para lembrar a gíria popular: de poeta e de louco cada um tem um pouco...
E não é assim tão pouco, é 50% de um e de outro
No fundo, no fundo, estou convencido de que a expressão LOUCO está aqui apenas para rimar com POUCO. É porque aos olhos de Deus nós valemos muito mais....

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