segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Pai Nosso da Didakhé


O Pai Nosso de cada dia (86)

A Didakhé ou Instrução dos Apóstolos é uma pequena obra de conteúdo moral-litúrgico que contém instruções para os catecúmenos, com a descrição simbólica das duas vias (a da vida e a do pecado); normas sobre o baptismo, sobre a eucaristia; jejum, oração, hierarquia da Igreja e uma espécie de estudo para as relações entre as diferentes comunidades do final do século I e início do II. No campo da liturgia sacramental, aborda o jejum e a oração, apelando para a recitação da oração do Senhor. O Pão Nosso apresentado é tal e qual o que refere S. Mateus, salvo pequenas variantes. A doxologia final encontra-se em manuscritos gregos e nalgumas versões antigas.
Rezemos como o Senhor mandou no Evangelho:

Pai Nosso que estás nos Céus,
Santificado seja o teu nome;
Que o teu reino venha.
Seja feita a tua vontade
Como no céu também sobre a terra.
Dá-nos hoje o pão da nossa subsistência
E perdoa-nos a nossa dívida
Como também nós perdoamos aos nossos devedores.
E não nos leves para a tentação,
Mas livra-nos do mal.
Porque são teus o poder e glória pelos séculos!

Rezai assim três vezes ao dia: na hora de tércia (nove da manhã), da sexta (ao meio dia) e na hora de nona (pelas três da tarde). Deste modo, o pai Nosso, recitado três vezes durante o dia, constitui o primeiro núcleo da oração oficial da Igreja, que depois se desenvolveu no ofício divino, imposto aos sacerdotes, distribuído pelas várias horas do dia. Também chamado Horas Canónicas e, modernamente, Liturgia das horas.

(Cf. Didakhé, Ed. Paulistas, Lisboa, 1967, página 75).

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