sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Pai Nosso que és de todos

O Pai Nosso de cada dia (93)

Pai Nosso
Que és de todos,
Também dos ladrões, drogados, prostitutas,
Vizinhos que não pensam como nós,
Dos camaradas vermelhos,
Dos extremistas de direita,
És pai de todos.

Que estás nos céus e na terra,
Nos subúrbios, nas prisões, nos hospitais.

Santificado seja o teu nome:
Que vejamos que és santo,
Até nas trevas, nas quimeras,
Nos problemas que nos fazem sofrer,
Nas dores que nos levam ao desespero.

Venha a nós o teu reino,
O teu reino hoje, um reino de factos;
Que todos juntos, com foras conjugadas,
O possamos construir.

Faça-se a tua vontade:
Que vejamos claro que a vontade de Deus
Não é a dos homens.
A de Deus é que nos amemos
E estejamos ao serviço,
Ainda que os outros não nos agradem.

O pão nosso de cada dia dá-nos hoje,
Mas também aos ciganos
Aos desempregados, despedidos;
E também o pão da cultura
E a justiça de cada dia.

Perdoa-nos as nossas faltas,
Os nossos rancores, o nosso mau humor,
As intransigências e impaciências,
A nossa língua demasiado comprida,
Impertinências e incoerências.

Assim como nós perdoamos a quem nos ofendeu.
Eles são sempre piores que nós,
As suas críticas, moléstias,
Orgulho, falta de compreensão.

Não nos deixeis cair em tentação
Da vaidade, de aparentar mais do que os demais,
Do dinheiro, orgulho, poder, comodidades,
Julgar os outros;
De não dar o braço a torcer,
De não procurar entender os outros.

Mas livra-nos do mal
Da sociedade de consumo,
Vinho, jóias, carros, gastos supérfluos,
Para nos sentirmos mais livres
E sermos melhor tuas testemunhas.

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