Ano C – XXI domingo comum
Alguém perguntou a Jesus:
- Senhor, são poucos os que se salvam?
Quem foi que perguntou?
O evangelista não registou o nome dessa pessoa que fez
essa pergunta por vários motivos:
- Por humildade e respeito, para não fazer sobressair
ninguém.
- Por que o mais importante é a resposta e quem a dá
do que a pergunta e quem a faz.
- Porque pode ser qualquer um dos seus discípulos.
- Não tem nome porque deve ser o nome de cada um de
nós.
Em todo o caso, através da pergunta nós ficamos a
conhecer aquele que pergunta, o seu perfil, qualidades e defeitos. A maneira
como é formulada uma pergunta identifica o seu autor:
- Quem perguntou, com certeza, era um pessimista,
pois disse – são poucos os que se salvam? (estava a indiciar que seriam
poucos, segundo a sua opinião. Será que apenas alguns serão salvos?).
- Se fosse um otimista diria – são muitos
os que se salvam? (será que muitos serão salvos?)
- Se fosse um extremista tinha dito – não há ninguém
que se salve (estão todos perdidos)?
- Se fosse um manga-larga perguntaria – são todos
salvos, Senhor?
- Se fosse um egoísta tinha perguntado – como é
que eu posso ser salvo.
- E se fosse um realista e conhecedor da
mensagem e da pessoa de Jesus Cristo só tinha uma maneira de perguntar –
Senhor, que podemos fazer para todos serem salvos?
A resposta de Jesus é única – esforçai-vos!
E o trecho do evangelho termina dizendo: Há últimos
que serão dos primeiros e primeiros que serão dos últimos.
De facto, o que nos salva e o que nos eleva não são os
nossos resultados, mas o nosso esforço.
Por isso há últimos que serão dos primeiros e primeiros
que serão dos últimos.
Quem tem bons resultados, mas sem grande esforço,
ficará atrás dos que, apesar do grande esforço, não conseguem tantos
resultados.
O que vale é esforçar-se.
À margem:
Jesus não nos quer iludir com publicidade enganosa
dizendo:
- Ficai tranquilos, tudo é fácil, há uma boa
autoestrada acessível e bonita e lá ao fundo um grande portão…
Ele fala de um caminho apertado e de uma porta
estreita.
E se se trata de uma porta estreita não é porque seja
destinada a poucos, mas porque ser de Jesus significa segui-lo, comprometer a
vida no amor, no serviço e no dom de si como Ele fez, que passou pela porta
estreita da cruz a porta estreita é uma imagem que poderia nos assustar, como
se a salvação fosse destinada apenas a poucos eleitos ou aos perfeitos. Mas
isso contradiz o que Jesus ensinou em muitas ocasiões; e de fato, um pouco mais
adiante, Ele afirma: Muita gente virá do oriente e do ocidente, do norte e do
sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus. Portanto, essa porta é estreita,
mas está aberta para todos! Não se esqueçam disso: a todos! A porta está aberta
para todos! (Papa Francisco).
Ver também:
Aumentai, Senhor, a porta estreita
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