Memória de Santa Maria, Rainha
Na conclusão da oitava da Assunção a Igreja propõe-nos
esta celebração mariana.
É o 5º Mistério Glorioso.
Há dias alguém muito atento veio pedir um
esclarecimento:
- As pessoas que levantam o terço na igreja, quando
nomeiam o 5º mistério glorioso, às vezes dizem uma coisa, às vezes dizem outra
coisa.
- Como assim? – perguntei.
- Às vezes dizem – Coroação de Nossa Senhora como
Rainha dos Anjos e dos Santos. Outras vezes dizem – Coroação de Nossa Senhora
como Rainha do Céu e da Terra. Então em que ficamos? Como é que devemos dizer.
E lá fui explicando que as duas fórmulas eram corretas,
pois Maria é Rainha dos Anjos do Céu e Rainha dos Santos na Terra. Em todo o
caso, a liturgia do dia 22 de agosto designa apenas que ela é rainha, ou seja,
Virgem Santa Maria, Rainha.
- O melhor é dizer como rezamos na Salve Rainha –
concluí.
Nós dizemos:
1- Salve Rainha
2- Mãe de misericórdia
3- Vida
4- Doçura
5- Esperança nossa
E acrescentamos a estas 5 designações iniciais, outras
5 ao longo da oração:
1- Advogada nossa
2- Clemente
3- Piedosa
4- Doce Virgem Maria
5- Santa Mãe de Deus
Quando dizemos que Nossa Senhora é Rainha, estamos a
dizer que ela é Rainha com todos estes nomes ou atributos.
À margem 1:
Nossa Senhora em Fátima nos disse:
- Por fim, o meu Imaculado Coração triunfará.
Acredito que, neste caso, triunfar é reinar.
O seu Coração, portanto, é o cetro com o qual ela
governa todos aqueles que lhe obedecem nesta terra.
Sabemos que Nossa Senhora por direito é a Rainha do
Céu e da Terra. Ela tem esse direito por duas razões:
- Primeiro, porque ela é a Mãe de Nosso Senhor Jesus
Cristo, que é o Rei de toda a criação. - Segundo, Nossa Senhora é Rainha porque
Deus lhe concedeu um governo real sobre o Céu e a Terra. Ela tem poder sobre os
Anjos, os Santos, as almas do Purgatório, todos na Terra.
Uma rainha-mãe não é, propriamente falando, uma rainha
reinante. Ela recebe honras reais, mas não reina. Na Inglaterra a falecida mãe
da Rainha Isabel II, era a Rainha Consorte porque era casada com George VI.
Quando o Rei faleceu, o poder real passou para sua filha, e ela se tornou a
Rainha-Mãe. Durante toda a sua vida ela recebeu honras reais, mas nunca exerceu
poder real. Nossa Senhora não é apenas uma Rainha-Mãe porque ela é a Mãe de
Nosso Senhor, mas também porque Deus lhe concedeu esse poder real.
O triunfo de Nossa Senhora será estabelecido quando
ela reinar sobre o mundo, isto é, quando todos estiverem sob a alçada do seu Coração
Imaculado. É assim
que Nossa Senhora reina através de seu Imaculado Coração
À margem 2:
A lição da história
Na conclusão do ano mariano de 1954, no centenário da
proclamação do dogma da Imaculada Conceição, Pio XII instituiu a memória
litúrgica de 31 de maio, como coroamento ou encerramento do mês de maio, para
celebrar a Virgem Santa Maria, Rainha. A revisão do calendário litúrgico de
1969, achou mais oportuno inserir essa memória na oitava da solenidade da
Assunção da Virgem Santa Maria, para melhor evidenciar a relação entre a
assunção e a glorificação. Pio XII, na sua carta encíclica "Ad Coeli
Reginam" (11 de outubro de 1954), fala de Maria como Mãe da Cabeça, Mãe
dos membros do Corpo Místico, Soberana e Rainha da Igreja e participante da
realeza de Jesus. Para justificar a sua decisão, o Papa escreveu: Desde os
primeiros séculos da Igreja Católica, o povo cristão elevou orações suplicantes
e hinos de louvor e devoção à Rainha do Céu, tanto em circunstâncias alegres
como, ainda mais, em momentos de grave angústia e perigo; nem diminuíram as
esperanças depositadas na Mãe do divino Rei, Jesus Cristo.
A lição da liturgia
A liturgia da Igreja Latina faz eco disto com a antiga
e dulcíssima oração "Salve, Rainha", as antífonas marianas
"Salve, Rainha do Céu", "Rainha do Céu, alegrai-vos,
Aleluia". A estes cânticos deve acrescentar-se a Ladainha de Loreto, que
convida os devotos a invocarem repetidamente Maria como Rainha; e no quinto
mistério glorioso do Santo Rosário, os fiéis contemplam, desde há muitos
séculos, o reino de Maria, que abrange o céu e a terra.
A lição das Sagradas Escrituras
Na Sagradas Escrituras, diz-se do Filho, que nascerá
da Virgem: "Será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o
trono de seu pai David, e reinará eternamente na casa de Jacob, e o seu reino
não terá fim" (Lc 1,32-33); e, além disso, Maria é proclamada "Mãe do
Senhor" (Lc 1,43). Daqui decorre logicamente que ela própria é Rainha,
tendo dado à luz um Filho que, no próprio momento da sua conceção, ainda como
homem, era rei e senhor de todas as coisas…
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