sábado, 5 de janeiro de 2019

Os Pobres Reis Magos


Dia de Reis ou da Epifania 






















Os Pobres Reis Magos

Em geral pensamos que os Reis Magos eram pessoas muito ricas, vestidas de brilhantes, da alta sociedade a rondar o estrelato que se deram ao luxo de fazer um safari até Belém para oferecer ao Deus Menino aquilo que lhes sobrava – Ouro, incenso e mirra.
Mas isto não está no Evangelho nem se coaduna com a mensagem que o autor sagrado nos quer transmitir.
Então quem eram e que aconteceu realmente?
Só sei que eram pessoas muito simples, até mesmo pobres e humildes e que tinham responsabilidades comunitárias.
Sentiram-se chamados a ir à fonte de inspiração para o serviço das suas comunidades. E partiram.
Depois de várias peripécias chegaram a Jerusalém onde Herodes não os quis receber, pois não eram nem ricos nem poderosos. Como disseram que iam ao encontro de um grande Rei, então Herodes chamou-os secretamente, porque talvez pudesse ganhar alguma coisa com essa situação.
E chegaram a Belém. Entraram na casa onde se encontrava o Menino com quem tinham sonhado. 
E encheram-se de alegria por terem chegado ao seu destino e pelo seu percurso não ter sido em vão.
E como agradecer, se não tinham nada?
Então um Mago tirou a coroa de ouro, a única coisa de valor que trazia e entregou a Jesus que ficou como um rei.
O outro tirou a longa faixa do turbante branco que cobria a sua cabeça e entregou-o ao Menino, qual sudário de homem mortal.
O terceiro tinha apenas o seu cachimbo do qual saia fumo, qual incenso que perfumava o ambiente e se elevava para o céu e depositou-o aos pés de Jesus, como Filho do Deus Altíssimo.
Assim, tudo o que ofereceram foi fruto da sua generosidade, da sua renúncia e da sua pobreza. Ofereceram tudo o que tinham e não aquilo que lhes sobrava.
E Jesus abençoou tal desprendimento, sacrifício e humildade.
Os Pobres Reis Magos regressaram enriquecidos, porque valorizados e diferentes, para as suas comunidades distantes.
Levavam mais do que trouxeram.
Levavam uma tríplice mensagem:
       1ª - Vale sempre a pena levantar os olhos para a nossa estrela. Não vale a pena viver cabisbaixos, deprimidos, tristes. É preciso olhar para o Céu.
       2ª – Vale sempre a pena deixar-se iluminar pela nossa estrela. Que ela brilhe no nosso coração para não andarmos nas trevas ou no erro.
       3ª - Vale sempre a pena pôr-se a caminho, deixando-nos guiar pela nossa estrela. Não podemos marcar passo, mas avançar, progredir, ir em frente.
Só assim iremos ao encontro do Outro e dos outros, ou seja, de Deus e dos irmãos.
Os Pobres Reis Magos chegaram à sua terra e partilharam tudo isto que aprenderam com toda a generosidade, sacrifício e humildade.
E todos ficaram a saber que afinal a Estrela era o Menino Jesus e a partir daí o Deus Menino passou a ser de facto a sua Estrela.


Sem comentários: