2ª feira - XII semana comum
Olhos de lince e de toupeira
Tal
quimera ninguém a inventou jamais, com olhos juntamente de lince e de toupeira:
de toupeira para não veres em ti os vícios grandes e enormes;
de
lince para notares e descobrires nos outros os átomos e argueiros que não merecem
nome de vício;
de
um argueiro que não pesa a quarta parte de uma onça, tantos escrúpulos;
de
uma trave quadrada de cem pés, que pode ser quilha a uma nau da Índia, nenhum
escrúpulo.
Procura ver primeiro o que está dentro de ti e já não terás oportunidade de ver mais além, porque os outros irão copiar o teu exemplo e corrigir-se da mesma maneira...
Procura ver primeiro o que está dentro de ti e já não terás oportunidade de ver mais além, porque os outros irão copiar o teu exemplo e corrigir-se da mesma maneira...
(Cf.
Pe. António Vieira, Lisboa 1649)
Não julgueis e não sereis julgados
Ouvi
alguém falar mal do seu próximo e repreendi-o.
Para
se defender, esse operário do mal replicou:
- É
por caridade e por solicitude que falo assim!
Mas
eu respondi-lhe:
- Se
amas essa pessoa como afirmas, reza em segredo por ela e não publiques o que
ela faz. É essa a maneira de amar que agrada ao Senhor. Obterás assim um duplo
proveito: curar-te-ás a ti mesmo e salvarás o teu próximo.
Não
julgar é, pois, um atalho que conduz ao perdão dos pecados. Tal como um
vindimador colhe as uvas maduras e esquece as verdes, assim também um espírito
benevolente valoriza todas as virtudes que vê nos outros, enquanto um insensato
perscruta as faltas e deficiências…
(Cf.
São João Clímaco, Monte Sinai, +650)
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