domingo, 17 de março de 2024

O país das mãos fechadas

 

Ano B – V domingo da quaresma

Neste fim de semana a homilia ou o sermão da missa foi partilhado pelos escuteiros. Eles encenaram a história seguinte.

 

O PAÍS DAS MÃOS FECHADAS

 

  1. Era uma vez um país muito lindo,

com árvores sempre em flor,

rios de águas azuis e límpidas,

onde nem fazia muito frio nem muito calor.

  1. Era um país que todos desejaríamos habitar.
  1. Aí havia pessoas como nós.

Só havia uma única diferença.

Eles tinham as mãos sempre fechadas,

mulheres, homens e crianças,

todos tinham as mãos fechadas.

  1. Quando se tem as mãos fechadas

não se saúda ninguém,

não se aperta a mão a ninguém,

ninguém consegue tornar-se amigo dos outros.

Com as mãos fechadas ninguém conseguia dar nada,

cada qual guardava só para si aquilo que tinha.

Com as mãos fechadas

as pessoas estavam sempre prontas a bater-se

e muitas vezes agrediam-se de facto.

  1. Como era triste a vida neste país!

As pessoas nunca riam

tinham sempre uma cara sisuda

sempre dispostos a fazer a guerra.

Era sempre a mesma coisa,

sempre as mãos fechadas

e o coração cada vez mais fechado.

Mas um dia ... mas um dia...

 

(Cântico – Um certo dia à beira mar ...)

 

  1. Era o Homem das mãos abertas.

Ele era diferente,

tinha as mãos abertas e sorria,

sorria a todos,

estendia a mão a todos

queria tornar-se amigo de todos.

Era feliz e não guardava as coisas para si,

mas repartia-as pelos outros

porque tinha as mãos abertas.

  1. O Homem das mãos abertas começou a falar às pessoas

e a dizer-lhes para abrirem as mãos,

mas ninguém tinha força para abrir as suas mãos.

Então ele começou a abrir-lhes as mãos

primeiro aos mais novos.

Os adultos não tinham tempo

para ficar ao seu lado

por isso foram os últimos

a abrirem as suas mãos.

  1. Mas que maravilha!

Parecia que renasciam,

pois as mãos deixavam de ser pesadas.

Que maravilha poder mexer os dedos,

acariciar o rosto dos outros,

abraçar sem ferir.

Com as mãos abertas podiam ser amigos,

podiam jogar juntos,

fazer uma grande roda e cantar:

 

(Cântico – Põe tua mão na mão do teu Senhor...)

 

  1. Todos tinham aprendido a sorrir

e eram felizes.

Agora tinham as mãos abertas

eram felizes porque

faziam felizes os outros.

  1. Mas aparecerem naquele país

outros homens ainda com as mãos fechadas.

E tiveram medo que as mãos abertas

perturbassem a ordem estabelecida.

Estes não queriam mudar nada,

sempre tiveram as mãos fechadas.

Não queriam incomodar-se com nada de novo.

Um dia agarraram no Homem das mãos abertas

e disseram-lhe:

  1. Tu dizes para abrirmos as nossas mãos,

como tu abriste as tuas.

Uma vez que estás contente

por teres as mãos abertas,

faremos de modo que

nunca mais as possas fechar.

1.2. Que nunca mais as possas fechar,

  que nunca mais as possas fechar.

  1. Depois de terem dito isto, bateram-lhe

e pregaram-no com as mãos abertas

num pedaço de madeira em forma de cruz.

Agora ficará contente,

terá sempre as mãos abertas!

1.2. Terá sempre as mãos abertas,

        terá sempre as mãos abertas.

  1. Mas quem já tinha as mãos abertas

teve muita pena e lamentava:

  1. Ele só fazia o bem,

porque é que o mataram?

  1. Ele só fazia o bem,

porque é que o mataram?

  1. Entretanto os grandes senhores,

de punhos fechados,

proibiram ao mais novos

de terem as mãos abertas.

E todos foram obrigados

a ter as mãos fechadas como antigamente.

Voltaram a fechar as mãos porque tinham medo.

Voltaram a fechar as mãos.

  1. Um dia, de manhãzinha,

foram chorar ao pé da cruz

olhando para as mãos sempre abertas

daquele que antes lhes tinha aberto as mãos.

Queriam abrir de novo as mãos,

mas olhavam à volta e tinham medo de abri-las

por causa das ameaças dos punhos serrados.

  1. Mas de repente o homem da cruz sorriu,

tirou as suas mãos da cruz

e todos com força e alegria

abriram as suas mãos sem medo

para nunca mais as fechar.

  1. Para nunca mais as fechar.

1.2. E a festa começou entre vivas de alegria...

 

(Cântico – Aleluia de Händel...)


Ver também:

Procurando Deus

 

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