segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

O incenso não é para nós

Na Solenidade da Epifania, fazendo jus às ofertas dos Magos, a celebração teve direito a incenso.

No ofertório, depois da incensação das oferendas no altar, foram incensados o Sacerdote e depois todo o povo.

A igreja não é grande, de modo que uma nuvem de incenso pairou à frente do altar.

Os que estavam mais perto, a começar pelo padre, começaram a tossir e a diálogo do prefácio sofreu uma pausa. Alguns até começaram a lacrimejar

Recuperando a compostura o padre perguntou:

- Por que é que acham que nós fomos atacados pela tosse?

As respostas foram múltiplas e engraçadas:

- Por que o fumo era muito…

- Por que ficaram no meio do incenso…

- Por que tossindo empurramos o incenso para os outros…

- Por que devíamos usar máscara facial como na pandemia…

- Por que estavam longe da porta e não havia circulação de ar…

- Nada disso. Nós tossimos porque não fomos feitos para o incenso e o incenso não foi feito para nós. De facto, os Magos ofereceram incenso ao Deus Menino e não aos homens.

Já agora, falando a sério:

- Por que se usa o incenso nas celebrações e qual o seu significado?

- O uso do incenso serviu tradicionalmente quatro propósitos:

1) Distingue a celebração como algo separado e acima das ocorrências comuns do dia;

2) Lembra a doçura e o odor do nosso Deus.;

3) Reconhece a transcendência da Missa como elo entre o céu e a terra;

4) Representa o zelo ardente da fé que nós, cristãos, devemos sempre trazer dentro de nós. O incenso serve essencialmente para santificar e consagrar, e sabemos instintivamente que algo diferente e especial está ocorrendo quando o incenso é queimado.

Alguém acrescenta mais três significados:

- Convida os fiéis a deixar elevar as suas orações como essas nuvens de incenso.

- Desinfeta e purifica o ambiente. De facto, antigamente nos templos havia uma mistura perigosa de aromas ou maus-cheiros.

- Alarga a participação aos cinco sentidos – visão, tato, audição, gosto e cheiro (através do incenso).

 

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