segunda-feira, 22 de janeiro de 2024

A raposa e as uvas


2ª feira – III semana comum

Falta de fé e de solidariedade

A murmuração dos Escribas, no Evangelho de hoje, não era apenas uma blasfémia em relação a Jesus, como também um pecado contra o próximo.

- Era um pecado contra Deus, pois não acreditavam que Jesus fazia o bem com o poder e o Espírito de Deus.

- Era um pecado contra o seu próximo porque não ficavam felizes com a cura e o bem que era feito aos seus irmãos.

Os Escribas criticavam o bem que era feito a quem precisava de ajuda, não eram solidários nem caridosos.

Hoje peço a Deus que ilumine o meu coração para que me alegre sempre com o bem dos outros, que seja sempre solidário com quem precisa e confie em Deus que está sempre ao lado de todos, dos necessitados e seus cuidadores.

 

À margem:

A Raposa e as Uvas – É uma fábula de Esopo (Grécia, Delfos, +564 A.C.), reescrita por La Fontaine (França, Paris, +1695).

Com pequenas variações, basicamente conta a história de uma raposa que tenta, sem sucesso, comer um cacho de apetitosas uvas penduradas numa alta vinha. Não conseguindo chegar até lá, afasta-se, desculpando-se que as uvas estariam verdes.

Do mesmo modo desculparam-se os Escribas frente a Jesus. Não conseguindo fazer o que ele fazia, desculpavam-se dizendo que era fruto do maligno. Como a raposa da fábula, era fácil para eles desprezar aquilo que não estava ao seu alcance.

Outras expressões similares – Ah, mas são verdes:

Na Pérsia – O gato que não pode alcançar a carne, diz que ela fede.

Na Escandinávia – Onde não há vinhas dizem que as sorvas estão azedas.

Em Portugal – Quem desdenha quer comprar.

Versão do poeta Bocage (Portugal, Lisboa, +1805):

Contam que certa raposa,

Andando muito esfaimada,

Viu roxos, maduros cachos

Pendentes de alta latada.

 

De bom grado os trincaria,

Mas sem lhes poder chegar,

Disse: ‘Estão verdes, não prestam,

Só os cães os podem tragar!’

 

Eis cai uma parra, quando

Prosseguia o seu caminho,

E, crendo que era algum bago,

Volta depressa o focinho.

Ver também outras reflexões:

Meia palavra basta

Dar obediência

Expulsar os demónios

Obedecer

 

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