2ª
feira – XXXII semana comum
- Senhor, aumenta
a nossa fé – pediram os apóstolos.
Disse-lhes Jesus:
- Se tivésseis fé como
um grão de mostarda…
Naquele
tempo, mais precisamente no ano de 1500, quando viajou das Américas para a Europa, ao ouvir as pregações do Evangelho, um grão de feijão lavrou o seguinte
protesto:
-
Senhor Jesus, vós e os vossos discípulos que só agora conheceis as minhas
capacidades e potencialidades, deveis mudar algumas comparações do Evangelho para
serem mais conforme a realidade deste tempo. Porque é que continuais a comparar
a fé a um grão de mostarda em vez de a comparar comigo, grande feijão, visível,
agradável ao paladar, útil para todos…
Façamos
a comparação:
1º
- O Feijão tem aproximadamente 0,2cm de diâmetro e 0.9cm de cumprimento.
A
mostarda tem só 0,95 e 1,1mm.
Então
a fé não deve ser algo que se veja?
Não
vejo porque é que escolheste o que mal se vê.
2º
- O crescimento do feijão é acelerado. A sua germinação ocorre entre 2 a 3 dias
após a semeadura.
O
grão de mostarda é mais lento, pois só germina após o 5º dia.
Não
vejo porque escolheste o grão de mostarda que demora mais a germinar.
Então
a fé não deve ser urgente?
3º
- A colheita do feijão é realizada após 70 a 90 dias após a semeadura.
A
colheita da mostarda só se realiza após 130 dias.
Como
é que uma coisa tão pequena precisa tanto tempo para crescer?
Então
a fé não devia crescer mais depressa?
Conclusão:
Em vez de comparares a fé a um grão que mostarda que mal se vê, que cresce mais
devagar e produz tardiamente… compara sim com um grão de feijão e a tua lição
será mais visível, mais despachada e não tão preguiçosa. Além disso a mostarda é
apenas um condimento, enquanto eu, feijão, sou um alimento completo, delícia do
povo. Está certo que a mostarda é rica em vitaminas A, B2 e C e também em
cálcio e ferro, mas em quantidades insignificantes e com pouca caloria enquanto
o feijão é rico em potássio, fósforo, zinco e ferro e em grandes proporções.
Por
favor, esqueçam a mostarda e comparem fé a um feijão… e serão melhor servidos.
Então
um pássaro, que ouviu toda a conversa, apresentou-se como advogado de defesa,
não de Jesus que não precisa, mas da sua amiga mostarda.
Foram estes os seus argumentos:
1º
- Muito bem escolhida a mostarda, pois a sua raiz é profunda e mais segura. Não
é superficial e frágil como a do feijão.
A
fé deve ser firme. A fé deve ter profundidade.
2º
- Para além de crescer para baixo, nas raízes, a mostarda cresce para cima,
ultrapassando em muito os 75cm do feijão.
A
fé deve crescer em altura, largura e profundidade, isto é, a todos os níveis.
3º
- A planta do feijão não tem muita consistência, não se segura a si mesma
enquanto a mostarda, da mais pequena semente, torna-se a maior das árvores da
horta. Se assim não fosse como é que nós, aves do céu, nos abrigaríamos por
entre os seus ramos?
A
fé deve ser envolvente, deve elevar-nos para o alto… e amparar os demais.
E
nós? Estamos do lado do feijão ou da mostarda?
A
nossa fé é como um grão de mostarda ou de feijão?
O
crescimento sólido, com raízes, profundidade, princípios firmes, não aparece de
um dia para o outro. É preciso dar tempo para que tudo aconteça. O começo pode
parecer desanimador, mas o resultado será surpreendente, desde que se tenha paciência
em esperar.
Não
podemos ser levados a escolhas do imediatismo, do crescimento rápido do aqui e
agora.
A
melhor proposta nem sempre é a mais atraente, nem sempre é a de maior
visibilidade e nem sempre é a óbvia.
Crescer
como a mostarda ou crescer como o feijão, eis a questão.
A
nossa opção dirá quem somos nós.
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