sábado, 29 de agosto de 2009

Puros de Coração

Ano B - XXII Domingo Comum

Dois monges caminhavam por uma estrada. Junto ao rio viram uma bela moça:
- Que posso fazer para te ajudar? Perguntou um dos amigos.
- Leva-me para o outro lado do rio.
Sem hesitação o monge carregou-a às costas e deixou-a na outra margem.
O outro colega ficou silenciosamente admirado pela ousadia mas, à noite, no templo, encheu-se de coragem e censurou o seu colega pelo atrevimento de ter levado tão esbelta donzela:
- Não devias ter feito aquilo. Foi uma grande tentação tocar numa mulher tão jovem e bela. A nossa regra não permite tal liberalidade.
O outro respondeu com humildade:
- Eu deixei a jovem junto ao rio mas tu ainda a carregas inutilmente contigo no teu coração.

O que faz com que uma acção seja boa ou má, pura ou impura, não é a letra da lei mas o espírito da mesma lei.
A pureza exterior e ritual pouco importa.
Às vezes, em nome de costumes e letras falta-se à lei essencial da caridade e mata-se o amor.
O que vale é o que vai no coração.
A pureza de coração não é fuga ao amor, mas amar mais e melhor em oblação de nós mesmos.
A letra mata, mas o espírito dá vida.

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