domingo, 26 de julho de 2009

Dia dos Avós

26 de Julho - Memória de São Joaquim e Santa Ana, Avós do Menino Jesus

Perguntaram a uma miúda, uma traquina de 6 anos, o que gostaria de ser quando crescesse. Ela respondeu sem hesitar:
- Eu quero de ser avó!
Ao ser inquirida sobre o porquê dessa ideia tão esquisita, ela explicou:
- Porque as avós podem muito, elas sabem escutar, sabem compreender e reúnem toda a família nas festas principais.

E eu fico a pensar que se é assim como esta miúda diz, eu também gostaria de ser idoso para ter uma missão tão ilustre: escutar, compreender e reunir.
Em primeiro lugar o poder de escutar. Os avós escutam. Eles têm tempo. Se aposentados, o seu ritmo de vida diminui e enquanto os filhos trabalham eles ficam disponíveis. Sabem escutar porque caminham sem pressas, falam tranquilamente. Saboreiam as perguntas das crianças, compartilham as suas alegrias, ouvem as suas queixas e tristezas, mágoas e injustiças.
Em segundo lugar, os avôs sabem compreender. A discrição de uma avó é capaz de guardar as aventuras das crianças, os segredos dos adolescentes, os desafios dos jovens, os fracassos dos adultos, as confidências de todos... Os outros são a lei, os avôs são o sonho. Eles são muitas vezes um espaço de tolerância e aceitação, capazes de compreender tudo e todos, ou porque já passaram por situações idênticas ou porque precisam também de compreensão.
Em terceiro lugar, os avós reúnem a família. As suas casas são locais encantados onde ocorrem as celebrações natalícias, a Páscoa, as passagens de ano... lugares onde se saboreiam pratos diferentes, ritos especiais, encontros amenos. Hoje em dia, estas reuniões tornam-se cada vez mais raras e difíceis, com as famílias nucleares e os seus infinitos afazeres. Mas uma família numerosa é um dom, pois permite aos mais novos tomar consciências das suas raízes e ligações, participar de uma memória comunitária, solidariedade nas dificuldades e momentos difíceis. Os avós têm a graça de manterem – até onde é possível. – os laços familiares. Às vezes só se percebe isto, quando eles não estão mais aqui. Mas o contacto com os avôs é uma marca para o resto da vida.
É evidente que existem também avós isolados em clínicas e lares de geriatria. Existem avós sem condições físicas ou psicológicas de participar da vida da família. Existem avós isolados e segregados. Mas para a maioria deles, escutar, compreender e ser um laço de união não deixa de ser uma nobre missão. Ao contrário do que muitos pensam, os avós podem muito e a sociedade precisa deles.
E por fim, não posso deixar de acrescentar: no campo espiritual os avós têm também um poder determinante. São os avós que ajudam os mais novos nas suas buscas de Deus. São eles que, que rezando, lhes ensinam as primeiras orações, lhes contam a histórias da Sagrada Escritura, os levam à igreja a conviver com o divino, partilham com eles, através do exemplo, os valores cristãos.
Obrigado a todos os avós pelo grande tributo que dão à nossa sociedade! Que nunca percam este grande poder!
Quando eu envelhecer quero ser como vós.
Eu também quero ser avô!

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