segunda-feira, 30 de março de 2009

Via-sacra (5)

A Via-Sacra de Cristo
e a Nossa Via-Sacra

1ª Estação:
As nossas Condenações.Jesus é condenado à morte.
O julgamento de Jesus não foi o último julgamento injusto. Ainda hoje muitos inocentes são condenados por nós no nosso mundo.
Nós devemos condenar não as pessoas, mas o que de mal existe na sociedade.
As pessoas exigem todo o nosso respeito, mas o mal deve ser denunciado e condenado.
Condenemos então o pecado, mas nunca o pecador.

2ª Estação:
As nossas Cruzes.
Jesus carrega com a Cruz.São tantas as cruzes de cada dia. O meu mau carácter e os meus defeitos, as incompreensões dos outros e a terrível solidão.
Nós pensamos que as nossas cruzes são mais pesadas do que a dos outros. Cada um tem a sua cruz, feita à sua medida, com o seu peso próprio.
São cruzes que é preciso carregar para seguir Jesus.
Uma cruz partilhada não deixa de ser cruz, mas pesa menos.

3ª Estação:
As nossas Quedas.
Jesus cai pela 1ª vez.
Jesus caiu. Nós também por vezes caímos, mas de maneira diferente. São os nossos pecados, as nossas falhas, os nossos erros, as infidelidades ao amor de Deus para connosco, as atitudes de egoísmo, a vida sem sentido e sem oração.
Mais forte não é aquele que não cai nunca, mas sim aquele que caindo se levanta.
Façamos tudo para não cair, mas se cairmos saibamos então receber a ajuda de Cristo para nos levantarmos.

4ª Estação:
Os nossos Encontros.
Jesus encontra a sua mãe.
Para nos encontrarmos com Jesus, devemos encontrar-nos antes de mais com os irmãos. Certamente que entre nós há gente que se conhece pouco, que está afastada ou que nos é indiferente.
Se queremos encontrar-nos com Jesus, que não se vê, devemos experimentar encontrar-nos com os irmãos que vemos ao nosso lado.

5ª Estação:
As nossas Ajudas.
O Cireneu ajuda Jesus.
Muitas vezes nós nos queixamos que ninguém vem em nossa ajuda.
É ajudando que nós merecemos ser ajudados, é compreendendo que podemos esperar a compreensão dos outros na mesma medida.
Simão de Cirene foi a ajuda que Jesus precisava naquele momento. Jesus será hoje o nosso cireneu se nós formos os cireneus dos outros.

6ª Estação:
Os nossos Rostos.
Verónica encontra Jesus.
Muitas vezes os nossos rostos estão desfigurados pelo sofrimento físico, pela dor moral ou aridez espiritual. Mas o essencial é invisível aos olhos, pois só se vê bem com o coração.
Não é a beleza de alguém que lhe dá maior ou menor dignidade, mas a qualidade do seu coração. Que o nosso rosto seja o reflexo ou a imagem do nosso coração.

7ª Estação:
As nossas Recaídas.
Jesus cai pela 2ª vez.
Quantas vezes prometemos não voltar a cair, não repetir tal asneira ou corrigir uma inclinação, mas afinal continuamos a fazer o mesmo.
Quantas vezes confessamos os nossos pecados? Que as nossas recaídas não sejam expressão de que estamos a ser arrastados, mas que precisamos de mais força para prosseguir com dignidade.

8ª Estação:
As nossas Lágrimas.As mulheres choram por Jesus.
Podemos chorar por raiva, chorar por inveja, chorar por medo, chorar por fingimento, mas também chorar de alegria, chorar com sentimento, chorar por arrependimento.
Que as nossas lágrimas sejam expressão de comunhão, chorando com os que choram e alegrando-nos com os que se alegram em Cristo Jesus.

9ª Estação:
As nossas Fraquezas.
Jesus cai pela 3ª vez.
Que ninguém diga desta água nunca beberei, que ninguém pense que nunca poderá cair porque todos somos feitos do mesmo barro e volta e meia caímos.
Somos fracos para voltar a cair, mas fortes para voltar a pôr-nos de pé.
Se vivermos unidos mais difícil será cair e muito mais fácil será levantar-se.

10ª Estação:
As nossas Pobrezas.
Jesus é despojado das vestes.Hoje precisamos de nos despojar de muitas coisas. Precisamos que alguém nos ajude a retirar tudo o que nos impede de abraçar a cruz para seguir Jesus.
Hoje precisamos de ficar mais pobres: despojar-se do que é cómodo, do que é luxo, do que é burguesismo, de tudo aquilo que oculta o que somos ou devemos ser. A mentira, o egoísmo, a vaidade e as modas são vestes que devem ser retiradas para vivermos mais pobres para assim nos enriquecermos de Deus.

11ª Estação:
Os nossos Corpos.
Jesus é crucificado.
Hoje há corpos crucificados, corpos presos, acorrentados. Corpos que se deixaram crucificar na droga, no álcool, no vício, na violência, no prazer. Só na cruz de Cristo os nossos corpos ganham vida.
Em vez de pôr no nosso corpo a Cruz de Cristo, que saibamos pôr na Cruz de Cristo o nosso corpo, isto é, todo o nosso ser, a nossa alma, a nossa vida.

12ª Estação:
As nossas Mortes.Jesus morre na cruz.Cristo morreu para que nós saibamos viver. Mas muitas vezes vivemos como mortos, insensíveis ao amor, frios para com os demais, passivos na colaboração.
Uma vida sem amor é uma morte antecipada.
Cristo morreu por amor para que nós amando aprendêssemos a morrer, dando morte ao mal, morte ao erro, morte ao egoísmo, morte a tudo o que nos separa de Cristo.

13ª Estação:
Os nossos Vazios.
Jesus é descido da cruz.
A cruz de Cristo tornou-se vazia como sinal da nossa vida quando separada de Cristo.
Muitas vezes nos sentimos vazios, não vemos sentido no que nos acontece, não compreendemos no nosso ideal. Sentimo-nos vazios porque fomos a cruz que deu a morte a Cristo dentro de nós. Ele deixou a cruz vazia porque ficou nos braços dos que o amavam.
Quando nos sentirmos vazios que saibamos olhar para as nossas mãos e os nossos braços para ver se levamos aí Cristo connosco.

14ª Estação:
As nossas Trevas.
Jesus é sepultado.
Depois da noite escura há sempre o despertar de um novo dia. Depois da tempestade sempre vem a bonança, depois da morte vem sempre a vida em plenitude, depois das trevas vem sempre a luz.
Podemos nalgum momento não desvendar réstia de luz, mas por detrás das nuvens escuras o sol continua no horizonte.

15ª Estação:
As nossas Esperanças.Jesus ressuscita.
Cristo ressuscitado é a garantia da nossa esperança.
É pela Eucaristia que Ele continua vivo e activo entre nós.
As estações da Via-Sacra são o espelho da nossa humana condição para que a Ressurreição seja a imagem da nossa esperança.
Continuemos então a via-sacra na celebração da Eucaristia.
Já que acompanhámos a Cristo na sua via-sacra, que Ele nos acompanhe sempre nos caminhos da nossa vida.


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