segunda-feira, 4 de agosto de 2008

A Voz do Silêncio

Ano A - XIX Domingo Comum
O Profeta Elias procurava o Senhor e pensava que ia encontrá-lo através de manifestações extraordinárias.
Afinal, Deus estava na brisa ligeira, quase despercebido.
A voz do Senhor fez-se ouvir, não sob os sinais majestosos das teofanias, mas na meditação silenciosa da Sua Palavra inspirada.
Não são as grandes tempestades que levam o agricultor a esperar grandes colheitas;
são as chuvas calmas e constantes que descem ao fundo das raízes.
As grandes chuvadas só estragam e estraçalham as lavouras.
Não são os gritos que fazem os bons amigos;
são a conversa tranquila, as histórias, as recordações.
Não são os vendavais que distribuem o pólen de flor em flor;
são os insectos, as borboletas, as abelhas, na brisa suave.
Não são as discussões que edificam uma família;
são as palavras criteriosas da mãe que entram no coração dos filhos e fazem crescer a paz e o bem no lar.
As melhores preces são aquelas que proferimos em voz calma ou silenciosamente.
O orador que esbraveja não comove.
As grandes ideias não são fruto do barulho mas da reflexão.
"O bem não faz barulho e o barulho não faz bem" - disse o Pe. Dehon (Cadernos Falleur, 26 de Março de 1886).

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